Neste domingo (2), os eleitores mexicanos estão indo às urnas para participar das maiores eleições da história do país. Pela primeira vez, há uma forte possibilidade de que uma mulher assuma a presidência, em uma nação marcada por desafios como a violência relacionada ao tráfico de drogas e ao machismo.
Cerca de 100 milhões de mexicanos estão aptos a votar nestas eleições, que serão decididas por maioria simples. Mais de 20 mil cargos, incluindo o Congresso e nove dos 32 governadores, estão em disputa, em um contexto marcado pelo assassinato de 30 candidatos a cargos locais.
Claudia Sheinbaum, de 61 anos e apoiada pelo presidente em exercício, Andrés Manuel López Obrador, desponta como a favorita para liderar o México até 2030. Ela, que é formada em física e foi prefeita da Cidade do México (2018-2023), está à frente nas pesquisas, superando sua rival de centro-direita Xóchitl Gálvez, também de 61 anos e senadora.
O terceiro candidato com chances significativas é Jorge Álvarez Máynez, um ex-deputado centrista de 38 anos. Sua campanha foi retomada recentemente após um trágico acidente em um comício que resultou na morte de nove pessoas.
As pesquisas indicam uma vantagem considerável para Sheinbaum, com 55% das intenções de voto em comparação com os 31% de Gálvez e os 13% de Álvarez Máynez.
A chegada iminente de uma mulher ao poder em um país com uma tradição machista é vista como uma mudança significativa por Guadalupe Correa-Cabrera, professora da Universidade George Mason, nos Estados Unidos. Ela acredita que isso pode ser uma fonte de inspiração para mulheres em todas as esferas da sociedade.
Sheinbaum baseou sua campanha na continuidade do projeto de López Obrador, que conseguiu tirar 8,9 milhões de pessoas da pobreza durante seu mandato de seis anos. Por outro lado, Gálvez focou em questões de segurança, criticando a suposta tolerância do atual governo com os cartéis de drogas.
O México enfrenta há anos uma grave crise de violência, alimentada pelo tráfico de drogas para os Estados Unidos. Mais de 450 mil homicídios foram registrados desde 2006, além de mais de 100 mil desaparecimentos. As mulheres também sofrem com a violência, com 852 casos de feminicídio relatados no ano passado.
Sheinbaum, se eleita, enfrentará o desafio de lidar com o crime organizado, que continua a ser uma ameaça significativa, além de manter os programas sociais populares sem aumentar o déficit fiscal ou os impostos. A relação com os Estados Unidos, especialmente em caso de reeleição de Donald Trump, também será um aspecto crucial a ser gerenciado.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, confirmou nesta quinta-feira (12) que receberá seu homólogo chinês, Xi Jinping, em Kazan, no próximo mês de outubro, por ocasião da cúpula dos Brics.
O anúncio foi feito pelo mandatário russo durante encontro com o ministro das Relações Exteriores de Pequin, Wang Yi, em São Petersburgo, segundo a agência Interfax.
De acordo com Putin, as relações entre a China e a Rússia continuam a desenvolver-se “com muito sucesso em todas as direções”, incluindo a “coordenação no cenário internacional”.
Em imagens divulgadas pela mídia russa, Wang destacou que “o presidente Xi está muito feliz em aceitar o convite”.
“Nessa ocasião os dois chefes de Estado terão novas discussões estratégicas”, acrescentou o chanceler, destacando que ambos os líderes “estabeleceram uma confiança mútua sólida e uma amizade profunda”.
O ministro chinês chegou a São Petersburgo para participar da cúpula de altos funcionários e conselheiros de segurança nacional do bloco Brics. Sua visita também foi vista como uma oportunidade para lançar as bases do encontro presencial entre os líderes dos dois países.
A reunião dos Brics está marcada para acontecer entre 22 e 24 de outubro, na cidade russa de Kazan, e será o terceiro encontro presencial de 2024 entre Xi e Putin, poucas semanas antes das eleições presidenciais dos Estados Unidos, em novembro.
Formado inicialmente por Brasil, China, Índia e Rússia em 2009, o bloco foi ampliado com a adesão da África do Sul em 2010 e este ano incluiu vários outros países emergentes, como Egito e Irã. No início de setembro, a Turquia também apresentou um pedido de adesão ao bloco.