O Ministério da Educação (MEC) resolveu suspender as mudanças previstas para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), em 2024, durante um período de 60 dias. No entando, a decisão impacta na vida de alunos que irão realizar o exame. Até segunda ordem, a prova será aplicada – daqui a dois anos – no formato atual caso a medida se mantenha.
Entenda como os alunos que, hoje, estudam diretrizes do Novo Ensino Médio farão o Enem tradicional e quais seriam os reforços para compensar as brechas no conteúdo aplicados no exame.
Como deve ficar a vida do estudante no ensino médio se a mudança se manter?
Por hora, nada muda na sala de aula. Todas as instituições de ensino devem continuar tendo que seguir as diretrizes do Novo Ensino Médio, com a oferta de itinerários formativos e projeto de vida.
A princípio, o Enem de 2024 seguirá o formato atual. A decisão de suspender a mudança na prova é temporária. No entanto, daqui 60 dias, deverá ocorrer um parcer definitivo do grupo que discute o tema quando os trabalhos forem concluídos.
Caso a suspensão seja mantida pelo governo, o novo formato do Enem só será aplicado nos anos seguintes. Caso derrubado, a prova já terá mudanças a partir de 2024.
Objetivo do MEC com a suspensão temporária do cronograma
Neste momento, o MEC busca sinalizar que está atento às críticas que o sistema do Novo Ensino Médio recebe de alunos, professores e entidades. No entanto, ao mesmo tempo, ainda aguarda as conclusões de um grupo de trabalho, criado há um mês – por conta das críticas – para saber o que fazer com a reforma.
Caso seja concluído que deverá haver ajustes no modelo – ou revogá-lo – será preciso aprovar um novo texto no Congresso Nacional.
“Nós vamos apenas suspender as questões que vão definir um novo Enem em 2024 por 60 dias. E vamos ampliar a discussão. O ideal é que, num processo democrático, a gente possa escutar a todos. Principalmente, quem está lá na ponta, que são os alunos, os professores e aqueles que executam a política, que são os estados”, disse o ministro da Educação.
Quais mudanças estavam previstas para o novo Enem?
O novo exame teria questões seguindo as diretrizes do Novo Ensino Médio (com partes específicas no exame conforme a escolha do estudante), além de uma redação.
As questões no Enem seriam divididas em duas etapas: a primeira interdisciplinar, igual e obrigatória para todos. Já a segunda, teria provas de quatro áreas em que o candidato iria selecionar uma delas:
Linguagens, Ciências Humanas e Sociais Aplicadas;
Matemática, Ciências da Natureza e suas Tecnologias;
Matemática, Ciências Humanas e Sociais Aplicadas; e
Ciências da Natureza, Ciências Humanas e Sociais Aplicadas.
Atualmente, o exame é igual para todos os estudantes e cobra todas as áreas do conhecimento (ciências humanas; ciências da natureza; linguagens e matemática), além de uma redação.
Impacto na preparação dos alunos do Novo Ensino Médio
Os estudantes que farão o Enem, em 2024, serão os primeiros, em três anos do ensino médio, seguindo as novas diretrizes.
Caso o exame ocorra no formato tradicional, os alunos poderão ser cobrados por conteúdos que não necessariamente foram tratados na escola, ou que até foram objeto de aula, mas sobre os quais não se aprofundaram por causa da redução da carga horária das matérias “convencionais”.
Veja como é o currículo do Novo Ensino Médio
A implementação do Novo Ensino Médio, que vem ocorrendo desde 2017, prevê um aumento progressivo da carga horária total de aulas dos alunos, ou seja, quando concluído, deverá chegar a 3 mil horas ao final dos três anos, com a seguinte divisão:
1,8 mil horas de ciências da natureza, ciências humanas, linguagens e matemática – para todos os alunos.
1,2 mil horas de conteúdos eletivos focados nos objetivos pessoais e profissionais dos alunos.
Como o Novo Ensino Médio pode impactar no desempenho no Enem tradicional?
Veja críticas apontadas por especialistas:
O programa atravessa diferentes níveis de implementação, variando de estado para estado.
Disciplinas clássicas têm menos prioridade na grade com a entrada das novas ofertas. Ou seja, em alguns casos, os alunos relatam ter ficado com apenas duas aulas na semana de língua portuguesa e matemática.
As redes se ensino irão oferecer reforço aos alunos?
Até o momento, não se tem nada definido.
Veja o que dizem as entidades sobre a suspensão
UNE: A União Nacional dos Estudantes se mostra a favor da suspensão da implementação do Novo Ensino Médio no país.
Campanha Nacional pelo Direito à Educação: Para Daniel Cara, dirigente da entidade , “é extremamente positiva a suspensão” . Ele afirma que a reforma é “uma violência” contra os alunos da rede pública, porque as escolas não conseguem oferecer todos os itinerários formativos, obrigando o estudante a fazer o que tiver disponível.
Todos Pela Educação: Já para o diretor de políticas públicas, Gabriel Côrrea, “suspender o cronograma sem anunciar qual vai ser o novo cronograma pode gerar ainda mais confusão entre os estados, porque pode acontecer de alguns estados continuarem fazendo o que já estão fazendo– porque as normativas, a lei, as diretrizes curriculares do novo ensino médio seguem em vigor –, mas podem ter estados que decidam voltar atrás em algumas etapas”.
Uma das propostas da Chapa 2 – “Nova OAB” para fortalecer a inclusão dentro da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Mato Grosso (OAB-MT) é a criação de uma Comissão de Inclusão e Acessibilidade. De acordo com o candidato à presidência Pedro Paulo, o projeto visa garantir que advogados e advogadas que enfrentam dificuldades por conta de alguma deficiência encontrem portas abertas e todo suporte necessário dentro da entidade.
A ideia da implantação da comissão surgiu após sugestão da advogada Franciele Rahmeier, diagnosticada com transtorno do espectro autista. A jurista, que é candidata à secretária-geral da subseção de Primavera do Leste, declarou seu apoio a Pedro Paulo. Para ele, a Seccional mato-grossense precisa estar sempre aberta a ouvir, debater e criar medidas que garantam equidade também dentro da advocacia.
“Inclusão é conscientização. É ouvir, colocar-se no lugar do outro e permitir que cada um possa contribuir da melhor forma, com as suas experiências. Essa proposta vai auxiliar outros advogados e advogadas, que enfrentam as mesmas dificuldades da Drª Franciele, e assegurar a participação nas discussões sobre o tema em diversas esferas da política. Agradeço a ela por nos abrir os olhos para essa questão”, argumenta Pedro Paulo.
A advogada recebeu o diagnóstico há pouco mais de um ano, mas relata que desde antes tem enfrentado muitas dificuldades. Segundo ela, a principal é o julgamento preconceituoso que, muitas vezes, classifica essas pessoas como incapazes. Ainda conforme Franciele, dentro da própria OAB há esses obstáculos, principalmente quando se procura amparo para o desenvolvimento tranquilo da profissão.
“A gente precisa incluir para igualar essas classes. Tem muita gente que pergunta ‘cadê a OAB?’. A OAB, infelizmente, parece que tem medo de dar a cara a tapa em relação aos direitos que são nossos. O Pedro Paulo deu atenção a essa proposta não com teor político, mas com teor de acolhimento, no sentido de propor a mudança dessa realidade que temos hoje. Estávamos esquecidos e agora estamos sendo ouvidos”, afirma Franciele Rahmeier.
A chapa liderada por Pedro Paulo tem como vice-presidente a Drª Luciana Castrequini, como secretário-geral o Drº Daniel Paulo Maia Teixeira, a secretária-adjunta Drª Adriana Cardoso Sales de Oliveira e como tesoureiro o Drº Rodolpho Augusto Souza Vasconcellos Dias. O grupo, formado ainda por conselheiros titulares e suplentes, reúne membros da Capital e também de subseções do interior.