Maya Massafera , que se encontra em Cannes para o Festival de Cinema Internacional, compartilhou um desabafo em suas redes sociais na última quarta-feira (22). A influenciadora explicou sobre seu estado de disforia, e como se sente com relação à sua transição de gênero. “Teve dia que eu fiz a maquiagem, tirei as fotos, e simplesmente não fui porque fiquei com muito medo do julgamento”, escreve Maya.
Ela explicou que vazaram muitas notícias distorcidas, fazendo com que se pronunciasse. “Hoje quero falar sobre minha disforia e como eu gostaria que vocês pegassem esse exemplo e levassem para a vida de vocês. Todo mundo tem coisas boas e ruins. Eu, por exemplo, tenho o lado ruim de ter perdido 40 anos em um corpo que não me pertencia. E tem um lado bom, de ter feito minha transição longe de tudo e de todos. Pude me dar esse luxo”, revelou, em seus stories do Instagram.
Maya, que estava no processo de transição durante o período de quase um ano, continuou seu relato. “Conversando com meus médicos e psicólogos, entendo que essa minha felicidade é o estado normal da maioria da população. Todo mundo que nasce e se identifica com o corpo em que nasceu tem esse estado. Provavelmente, vou me acostumar com o meu gênero e essa felicidade vai se tornar normal para mim, como é para vocês.”
Ela explicou que é uma pessoa feliz como todos, que também que tem momentos felizes e tristes, mas que enfrenta a disforia frequentemente. “Isso começou quando eu comecei minha transição. Os médicos me falaram que é normal para muitas meninas trans sentirem isso nos primeiros anos de transição. Às vezes, a disforia é tanta que eu realmente prefiro ficar sozinha e não ser vista por ninguém.”
“Fiquei meses na cama, sem força, e não sei como faria se não pudesse dar esse tempo de tudo. Lembrando vocês que eu falo apenas pela Maya. Não falo por todas as trans. Não generalizem “
Sobre o assunto, Maya finalizou explicando: “Quando falei para vocês pegarem meu exemplo, é para não se cobrarem tanto. Essa minha viagem para Cannes está maravilhosa. Mas teve dia que eu não saí do quarto por disforia […] Para finalizar esse assunto da disforia, eu estou ótima. Feliz da vida. Mas tenho meus momentos avassaladores”.
“Eu amo vocês e prometo que a Maya vai ser uma influência positiva.”
O que é a disforia?
Dentro do contexto de transição de gênero, “viver em um corpo que não corresponde ao seu próprio gênero pode ser motivo de sofrimento, muitas vezes intenso. Sentimentos como tristeza, raiva e culpa compõem o que se denomina ‘disforia de gênero’. Trata-se de um estado de profundo incômodo e infelicidade que acomete grande parte da população trans, em diversos momentos de suas vidas. É importante destacar que a disforia de gênero não é uma doença mental”, diz o Hospital Oswaldo Cruz, sobre a condição.
A instituição comenta também sobre cirurgias de afirmação de gênero, que podem envolver procedimentos faciais e corporais, como a feminização facial, tireoplastia (redução do pomo de Adão), mamoplastia de aumento e a redesignação sexual feminizante (transformação do pênis e testículos em vagina e vulva), no caso de mulheres trans.
O hospital menciona também que a realização dos procedimentos pode ajudar com a disforia, além de “contribuir para o aumento na autoestima e autoaceitação e reduzem sintomas de ansiedade, depressão e estresse pós-traumático”.
Uma das propostas da Chapa 2 – “Nova OAB” para fortalecer a inclusão dentro da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Mato Grosso (OAB-MT) é a criação de uma Comissão de Inclusão e Acessibilidade. De acordo com o candidato à presidência Pedro Paulo, o projeto visa garantir que advogados e advogadas que enfrentam dificuldades por conta de alguma deficiência encontrem portas abertas e todo suporte necessário dentro da entidade.
A ideia da implantação da comissão surgiu após sugestão da advogada Franciele Rahmeier, diagnosticada com transtorno do espectro autista. A jurista, que é candidata à secretária-geral da subseção de Primavera do Leste, declarou seu apoio a Pedro Paulo. Para ele, a Seccional mato-grossense precisa estar sempre aberta a ouvir, debater e criar medidas que garantam equidade também dentro da advocacia.
“Inclusão é conscientização. É ouvir, colocar-se no lugar do outro e permitir que cada um possa contribuir da melhor forma, com as suas experiências. Essa proposta vai auxiliar outros advogados e advogadas, que enfrentam as mesmas dificuldades da Drª Franciele, e assegurar a participação nas discussões sobre o tema em diversas esferas da política. Agradeço a ela por nos abrir os olhos para essa questão”, argumenta Pedro Paulo.
A advogada recebeu o diagnóstico há pouco mais de um ano, mas relata que desde antes tem enfrentado muitas dificuldades. Segundo ela, a principal é o julgamento preconceituoso que, muitas vezes, classifica essas pessoas como incapazes. Ainda conforme Franciele, dentro da própria OAB há esses obstáculos, principalmente quando se procura amparo para o desenvolvimento tranquilo da profissão.
“A gente precisa incluir para igualar essas classes. Tem muita gente que pergunta ‘cadê a OAB?’. A OAB, infelizmente, parece que tem medo de dar a cara a tapa em relação aos direitos que são nossos. O Pedro Paulo deu atenção a essa proposta não com teor político, mas com teor de acolhimento, no sentido de propor a mudança dessa realidade que temos hoje. Estávamos esquecidos e agora estamos sendo ouvidos”, afirma Franciele Rahmeier.
A chapa liderada por Pedro Paulo tem como vice-presidente a Drª Luciana Castrequini, como secretário-geral o Drº Daniel Paulo Maia Teixeira, a secretária-adjunta Drª Adriana Cardoso Sales de Oliveira e como tesoureiro o Drº Rodolpho Augusto Souza Vasconcellos Dias. O grupo, formado ainda por conselheiros titulares e suplentes, reúne membros da Capital e também de subseções do interior.