Nem mesmo os chamados refúgios ambientais, que são protegidos por leis de preservação, escapam da contaminação por plástico, seja na forma visível, com a presença de objetos, ou na forma quase imperceptível através da preocupante incidencia do microplástico.
Depois de integrar um estudo global sobre esse subproduto do petróleo em recifes de corais profundos, abrangendo 84 ecosistemas nos oceanos Índico, Pacífico e Atlântico, o pesquisador Hudson Pinheiro agora traz uma análise recortada do impacto em Fernando de Noronha, São Pedro e São Paulo. Apesar de áreas distantes da costa e muito bem preservadas, sofrem com esse tipo de contaminação.
Pesca fantasma
A pesquisa revela resultados alarmantes. Apesar dos esforços de conscientização e controle da pesca artesanal, 75% dos resíduos encontrados nos recifes de corais profundos nesses santuários brasileiros têm origem no manejo, como cordas, redes e linhas.
“Esses equipamentos, quando abandonados, descartados ou perdidos no mar, continuam a pescar e causar danos aos ambientes recifais, um fenômeno conhecido como pesca fantasma. Como esses materiais podem levar centenas de anos para se decompor, comprometem a saúde dos recifes de corais e ameaçam todo o equilíbrio da vida marinha associada a esses ecossistemas”, explica o brasileiro Hudson Pinheiro, um dos coordenadores do estudo acadêmico sobre a poluição plástica nos oceanos, membro da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza (RECN) e do Centro de Biologia Marinha da USP.
Os 25% restantes são provenientes de detritos gerados pela indústria de consumo, como garrafas plásticas e embalagens de alimentos.
“A administração do arquipélago tem buscado eliminar o uso de descartáveis, coletando plásticos de uso único já no aeroporto”, ressalta o cientista que reconhece que o setor de alimentos tem muito a contribuir com o ecossistema, evitando o uso de matérias-primas prejudiciais ao meio ambiente na produção de embalagens.
Em 2023, representantes de 175 países chegaram a um pré-acordo para definir os termos de um tratado global para reduzir a poluição plástica no mundo, durante uma reunião na sede da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), em Paris. O texto final do projeto deve ser concluído ao longo deste ano.
“Dados impressionantes indicam, por exemplo, que os recifes profundos são ainda mais afetados do que os recifes rasos, que estão mais próximos da fonte de poluição”, diz Janaína. “Tudo isso reforça a importância de uma mobilização global contra a poluição plástica nos oceanos, como proposto pela ONU. O Brasil deve se posicionar para que um acordo ambicioso seja implementado por todos”, enfatiza Janaína Bumbeer, doutora em ecologia e conservação e gerente de projetos da Fundação Grupo Boticário.
Fernando de Noronha
Reconhecido como Patrimônio Natural Mundial da Humanidade pela Unesco, o arquipélago de Fernando de Noronha é considerado por pesquisadores e especialistas como um dos principais santuários ecológicos do planeta. Localizado no litoral de Pernambuco, o território abriga mais de 500 espécies marinhas, algumas das quais em risco de extinção como: tartarugas, golfinhos, tubarões e uma infinidade de peixes coloridos que enfeitam os recifes de coral.
Além disso, é um importante local de reprodução para aves marinhas, como os albatrozes, que encontram abrigo em suas falésias íngremes. A batalha da administração e moradores da ilha contra a poluição plástica é contínua e exige uma abordagem holística que envolva não apenas medidas locais, mas também a cooperação internacional e a implementação de políticas globais de conservação marinha.
São Pedro e São Paulo
O arquipélago de São Pedro e São Paulo é um conjunto de ilhotas rochosas que emergem de águas profundas e remotas do Oceano Atlântico a meio caminho entre as costas do Brasil e da África. Elas formam um dos ecossistemas mais isolados do planeta.
Essas ilhas são conhecidas por sua importância científica e ecológica, servindo como refúgio para uma variedade de espécies marinhas e aves migratórias. Apesar de sua pequena extensão territorial e acesso restrito, o arquipélago enfrenta desafios significativos, incluindo a contaminação por poluição plástica, que representa uma ameaça à vida marinha e à integridade dos delicados habitats submarinos.
Devido à sua localização remota e difícil acesso, São Pedro e São Paulo têm sido objeto de estudos científicos sobre a biodiversidade marinha e os efeitos das mudanças climáticas nos oceanos. O acesso é restrito a cientistas e pesquisadores que visitam a área para estudos e monitoramento da vida marinha e dos ecossistemas submarinos.
Faltando apenas 12 dias para as eleições para a seccional de Mato Grosso da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MT), a disputa ganha contornos de extrema emoção com o pleito mais disputado da história. É o que aponta pesquisa do instituto Índice Pesquisas, contratada pelo portal de notícias FOLHAMAX, revela que o candidato de oposição lidera a disputa.
Na segunda posição, estão tecnicamente empatadas a atual presidente Gisela Cardoso e a advogada Xênia Guerra, que representa uma divisão do atual grupo que comanda a entidade. A amostra foi realizada proporcionalmente com juristas do Estado.
Na modalidade espontânea, onde os nomes dos candidatos não são apresentados ao eleitor, o advogado Pedro Paulo foi o mais lembrado, com 24%, mas com uma diferença de apenas meio ponto percentual, já que a atual presidente da OAB-MT, Gisela Cardoso, foi apontada por 23,5% dos entrevistados. Xênia Guerra aparece como intenção de voto de 18% dos juristas, enquanto Pedro Henrique teve o nome apontado por 1,5%. Segundo a pesquisa, 32,5% estão indecisos ou não votarão em nenhum e 0,5% citaram outros nomes.
Já na modalidade estimulada, onde os nomes dos postulantes à presidência da OAB-MT são divulgados ao eleitorado, Pedro Paulo abre uma distância maior, com 32,5%, contra 28% de Gisela Cardoso. Xênia Guerra aparece na terceira colocação, com 24%, enquanto Pedro Henrique registrou 3% dos entrevistados e outros 12,5% não souberam responder.
O Índice também projetou os votos válidos. Pelo cálculo, Pedro Paulo tem 37%; Gisela 32%; Xênia 27,5% e Pedro Henrique 3,5%.
O instituto ouviu 836 advogados, entre os dias 30 de setembro e 5 de novembro, por telefone. A pesquisa tem margem de erro de 4 pontos percentuais, para mais ou para menos, com intervalo de confiança de 95%. Não foi realizada amostragem sobre a rejeição aos candidatos. A eleição da OAB-MT será online, no dia 18 de novembro, das 9h às 17h, no horário de Cuiabá.