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MATO GROSSO

Mais de R$ 47 mi são viabilizados com autocomposição na área ambiental

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Para garantir a resolutividade dos conflitos de forma célere e eficiente, o Ministério Público do Estado de Mato Grosso tem investido cada vez mais na autocomposição em diversas frentes de atuação. Os resultados são perceptíveis. Somente no Núcleo Permanente de Incentivo à Autocomposição de Danos Ambientais (NUPIA) de Cuiabá, foram arrecadados nos últimos quatro anos aproximadamente R$ 47,6 milhões em indenizações por infrações ambientais. Os recursos, viabilizados por meio da celebração de Termos de Ajustamento de Conduta, beneficiaram 76 entidades. Foram realizadas, ainda, destinações à Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema).

“O NUPIA concentra, efetivamente, todos os requisitos da resolutividade tão almejada pelo Ministério Público. O número de ações civis públicas tem reduzido consideravelmente e a resolução dos conflitos tem ocorrido de forma consensual”, ressaltou a promotora de Justiça supervisora do NUPIA, Ana Luiza Ávila Peterlini de Souza. Também integram o núcleo os promotores de Justiça Carlos Eduardo da Silva e Maria Fernanda Corrêa da Costa.

Segundo Peterlini, por meio dos acordos extrajudiciais os infratores estão se comprometendo a reparar integralmente os danos ambientais, com a recuperação das áreas degradadas, compensação e pagamento de indenização. A resolutividade dos conflitos ambientais, conforme a promotora de Justiça, levou o NUPIA Ambiental de Cuiabá a instituir, agora em novembro, o “Mês da conciliação”.

Diversas audiências de autocomposição foram marcadas e a expectativa é de que sejam realizados acordos em aproximadamente 30 procedimentos oriundos da 15ª, 17ª e 29ª Promotorias que integram o núcleo ambiental da capital. São investigações extrajudiciais relacionadas à prática de infrações ambientais, como desmatamento ilegal, degradação de área de preservação permanente, poluição sonora e ausência de licença ambiental em estabelecimentos.

De acordo com levantamento realizado pelo NUPIA Ambiental, os projetos e entidades beneficiados com recursos abrangem diversas áreas. A lista inclui iniciativas voltadas à causa animal, preservação e proteção ambiental, criança e adolescente, segurança pública, fortalecimento da fiscalização, pesquisa, entre outras áreas. São projetos desenvolvidos por instituições como a Uniselva (Fundação de Apoio da Universidade Federal de Mato Grosso), Instituto Cidade Legal, Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), Instituto Pantanal Amazônia de Conservação (IPAC) e Instituto Federal de MT.

Esforço Interinstitucional – O procurador-geral de Justiça, Deosdete Cruz Júnior, ressalta que existe um esforço interinstitucional para que o sistema de justiça e cidadania alcance melhores resultados, seja mais resolutivo, ágil e efetivo. “O Ministério Público do Estado de Mato Grosso soma e continuará a somar esforços nesta caminhada. A autocomposição é seguramente o caminho que torna nossa instituição verdadeiramente útil para a sociedade, que é a destinatária do nosso trabalho”, afirmou.

Ele explicou que o Ministério Público tem diversas formas de atuar na autocomposição, seja por meio da atuação individualizada das Promotorias de Justiça com a realização de termos de ajustamento de conduta, acordo de não persecução, transação penal, entre outros instrumentos, ou por meio dos centros de conciliação, como é o caso do NUPIA. “Temos ainda o Núcleo Estadual Permanente de Incentivo à Autocomposição (NEA), que atua de forma conjunta com os promotores naturais e integrada com os Centros de Apoio Operacional às Promotorias de Justiça e com os órgãos de execução”, acrescentou.

Fonte: Ministério Público MT – MT

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MATO GROSSO

Penas impostas a réus de 5 vítimas retratadas em mostra somam 107 anos

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A edição 2024 dos “21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher” chegou à Sede das Promotorias de Justiça da Capital promovendo a conscientização sobre os diferentes tipos de agressão contra meninas e mulheres por meio da 1ª Mostra Fotográfica das Vítimas de Feminicídio em Cuiabá. Com apoio do Ministério Público, a exposição itinerante da Prefeitura Municipal de Cuiabá é realizada pela Secretaria Municipal da Mulher e ficará em cartaz no local até 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos.

Dos 11 réus autores dos feminicídios cometidos contra as vítimas retratadas na exposição fotográfica, cinco já foram submetidos a julgamento. Somadas, as penas aplicadas totalizam 107 anos de prisão. Entre os seis réus que ainda não foram julgados, somente Gilson Castelan de Souza, autor do feminicídio cometido contra Silbene Duroure da Guia, está foragido.

A mãe de uma das vítimas, Antônia Maria da Guia, que é avó de quatro netos e bisavó de uma menina de 9 anos, participou da solenidade de abertura da exposição fotográfica realizada nesta quinta-feira, 21 de novembro. Emocionada, a auxiliar judiciária clamou por justiça e lembrou do relacionamento conturbado da filha. “Foram cinco anos de relacionamento entre idas e vindas. Ela esperava que ele mudasse, mas isso não aconteceu. Então eu peço para as mulheres que, em qualquer sinal de violência, denunciem, busquem ajuda, não fiquem caladas. Precisamos parar com essa tragédia. Nenhuma mulher merece morrer”, disse.

De acordo com a procuradora de Justiça Elisamara Sigles Vodonós Portela, o estado de Mato Grosso registrou, em 2024, a morte de 40 mulheres, e cerca de 70 crianças entraram na estatística de órfãos do feminicídio. “Esta exposição é para apresentar quem são essas vítimas, quem são essas mulheres, mães, avós, filhas e o resultado do que aconteceu com esses assassinos. O Ministério Público tem se empenhado para a completa aplicação da Lei Maria da Penha. Hoje, com a alteração significativa no Código Penal, a punição mais severa na legislação brasileira é para o crime de feminicídio, e nós esperamos que isso possa causar impacto na redução desses números”.

A primeira-dama de Cuiabá, Márcia Pinheiro, reforçou a importância da visibilidade ao tema, destacando que a prevenção começa com debate, informação e ações que promovam segurança, justiça e igualdade. “Infelizmente, as marcas do feminicídio continuam a assombrar nossa sociedade. Vidas preciosas foram interrompidas pela brutalidade e pela misoginia. Quanto mais falamos, mais aprendemos, menos tememos e mais avançamos no fortalecimento da rede de enfrentamento à violência”, disse.

Para a secretária-adjunta da Mulher de Cuiabá, Elis Prates, ações de conscientização são essenciais: “É um momento de fortalecimento na luta pelo fim da violência contra a mulher, porque só assim conseguimos mudar essa realidade por uma sociedade mais justa, mais igualitária, para que todas possam fazer uso dos seus direitos como cidadãs brasileiras”, pontuou.

Fonte: Ministério Público MT – MT

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