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Agronegócio

Maior produtor e exportador do mundo, Brasil agora está importando soja

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Apesar de ser o maior exportador, a menor produção esperada e a consequente escassez de soja obrigam o Brasil a recorrer a importações para cumprir seus contratos internacionais e atender à demanda interna. Esta situação contraditória é um reflexo dos desafios enfrentados pelo setor, como mudanças climáticas, pragas e variações no mercado global, que podem impactar a produtividade e a oferta do produto.

Em termos de exportações, maio de 2024 registrou uma redução de pouco mais de 2 milhões de toneladas em comparação ao mesmo mês do ano anterior, caindo de 15,84 milhões para 13,45 milhões de toneladas. Entretanto, o acumulado das exportações nos primeiros cinco meses do ano mostrou um leve aumento de 2,5%, passando de 49,01 milhões para 50,20 milhões de toneladas, graças aos embarques aquecidos do primeiro trimestre.

Os dados do sistema Comex/Stat revelam que, somando exportações e importações, a movimentação total de soja no Brasil teve um incremento de 49,09 milhões de toneladas em 2023 para 50,7 milhões de toneladas em 2024, no período de janeiro a maio. Este aumento reflete a complexidade do mercado global de soja, onde um país líder em produção também pode se tornar um grande importador em momentos de instabilidade.

PARADOXO – Em um cenário paradoxal, o Brasil, maior produtor e exportador de soja do mundo, se vê diante de uma necessidade crescente de importar. Em 2023, das 395 milhões de toneladas de soja produzidas no planeta, 147,35 milhões foram cultivadas em solo brasileiro, consolidando o país no topo do ranking mundial. No entanto, a possibilidade de uma safra menor agora em 2024 está gerando uma situação inesperada: o aumento significativo das importações de soja.

Nos primeiros cinco meses de 2024, o Brasil importou quase 524 mil toneladas de soja, um aumento de 600% em comparação com o mesmo período do ano anterior, quando foram importadas 84,4 mil toneladas. Este volume é equivalente a 7,5 navios Panamax, cada um com capacidade de 70 mil toneladas.

Apenas no mês de maio, as importações alcançaram 158 mil toneladas, estabelecendo um novo recorde histórico para o mês, em contraste com as 51,89 mil toneladas importadas em maio de 2023. Até então, o ano em que o Brasil mais havia importado soja foi 2021, com 117,51 mil toneladas.

A necessidade de importação de soja por parte do Brasil ressalta a importância de estratégias eficazes de gestão de recursos e planejamento agrícola. As variabilidades climáticas e os desafios logísticos precisam ser enfrentados com políticas públicas robustas e investimentos em tecnologia agrícola para garantir a sustentabilidade da produção nacional. Além disso, a diversificação de mercados e a busca por novas parcerias comerciais podem ajudar a mitigar os impactos de futuras crises no setor.

Fonte: Pensar Agro

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Agronegócio

Rondônia se destaca na aplicação do Projeto Paisagens Sustentáveis

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O Estado de Rondônia tem se destacado na aplicação do Projeto Paisagens Sustentáveis da Amazônia, focado em ajudar agricultores familiares na regularização ambiental de suas propriedades, especialmente em áreas de preservação permanente (APP) e reservas legais (RL).

Em parceria com a Ecoporé, contratada pela Conservação Internacional do Brasil (CI-Brasil) a partir de demanda da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Ambiental (SEDAM), o projeto tem avançado sem grandes dificuldades e com apoio técnico essencial para agricultores que, sem essa ajuda, enfrentariam barreiras financeiras significativas para realizar a recomposição ambiental.

Até agora, o projeto distribuiu gratuitamente materiais como mourões, palanques, arame e catracas, facilitando a construção de cercas para isolamento de áreas. Esse isolamento é crucial para impedir o pisoteio de animais e proteger fontes de água, favorecendo a regeneração natural e prevenindo incêndios nas áreas protegidas.

Além disso, para o próximo mês, estão planejados o plantio de 200 mil mudas e a semeadura de mais de 8 toneladas de sementes nas áreas isoladas, que vão contribuir para a recomposição da vegetação nativa e a proteção das margens dos cursos d’água. O projeto tem uma meta ambiciosa de restaurar 500 hectares de áreas degradadas até 2025, abrangendo municípios na região da BR-429 e Zona da Mata, incluindo Alta Floresta D’Oeste, Cacoal, Santa Luzia D’Oeste e São Miguel do Guaporé.

Para a execução do projeto, são utilizados recursos do Fundo Verde para o Clima e do Banco Mundial, o que possibilita que os agricultores recebam não apenas materiais, mas também assistência técnica especializada para a restauração ambiental.

PROJETO – O Projeto Paisagens Sustentáveis da Amazônia é uma iniciativa de grande alcance que busca integrar conservação e práticas sustentáveis em uma região que abrange o Brasil, Colômbia e Peru. No Brasil, ele é coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA), em alinhamento com órgãos federais e estaduais focados na Amazônia. Este projeto regional é financiado pelo Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF) e implementado com a ajuda do Banco Mundial, com um orçamento inicial de US$ 60,33 milhões e duração planejada entre 2018 e 2023.

A primeira fase do projeto se concentrou em várias metas estratégicas, incluindo a conservação de biodiversidade, recuperação de áreas degradadas, aumento de estoques de carbono, promoção de manejo florestal sustentável, e fortalecimento de políticas de conservação. O FUNBIO (Fundo Brasileiro para a Biodiversidade) e a Conservação Internacional do Brasil foram as principais agências executoras desta fase.

Com a fase 2, iniciada em 2021 e prevista para ir até 2026, o projeto ganha um financiamento adicional, mantendo o objetivo de promover uma gestão mais integrada e sustentável das paisagens e ecossistemas. A Fundação Getúlio Vargas (FGV) assume a execução desta fase, que traz algumas mudanças. Uma das principais diferenças é que, em vez de criar novas unidades de conservação, o foco agora é fortalecer a gestão de áreas já existentes e promover práticas de manejo sustentável em vastas extensões de terras. Na região do Rio Negro, por exemplo, a fase 2 se dedicará à consolidação de áreas como a Reserva da Biosfera da Amazônia Central e outros sítios importantes.

As metas para essa fase incluem a recuperação de 1.200 hectares, manutenção de 28.000 hectares de áreas já em processo de recuperação, e consolidação de 4 milhões de hectares de Unidades de Conservação fora do programa ARPA. Além disso, o projeto visa incentivar práticas de manejo sustentável em 300 mil hectares de propriedades rurais e melhorar a gestão de 11,9 milhões de hectares de instrumentos de gestão territorial.

Fonte: Pensar Agro

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