O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, confirmou nesta sexta-feira (8) que realizará uma visita oficial à Rússia ainda este ano, conforme anunciado pelo Kremlin. A viagem, inicialmente programada desde outubro, tem o objetivo de fortalecer os laços entre os dois países. As datas exatas da visita serão divulgadas em breve.
A possibilidade de um posicionamento russo favorável a Maduro na disputa por Essequibo poderia agravar as tensões geopolíticas, colocando Estados Unidos e Rússia em lados opostos.
Washington já expressou apoio à Guiana e anunciou sobrevoos militares na região como parte de sua postura na crise.
A crise atingiu um novo patamar após o referendo venezuelano no domingo (3), no qual a população votou a favor da anexação de Essequibo, ignorando uma decisão anterior da Corte Internacional de Justiça contra a anexação.
Maduro reagiu negativamente aos sobrevoos militares dos EUA, classificando a postura como provocativa.
Os Estados Unidos, por sua vez, alinharam-se com a Guiana na disputa territorial, ampliando as hostilidades entre as nações.
Enquanto a visita de Maduro à Rússia se aproxima, o cenário internacional acompanha atentamente os desdobramentos. Além disso, a notícia de que Vladimir Putin concorrerá nas eleições presidenciais da Rússia no próximo ano.
A disputa histórica por Essequibo entre Venezuela e Guiana remonta a mais de um século, intensificada recentemente pela descoberta de reservas significativas de petróleo na região. Ambos os países reivindicam direitos com base em documentos internacionais, agravando uma questão já complexa.
A Guiana, impulsionada por suas reservas de petróleo, se destaca como o país sul-americano de maior crescimento econômico. Com 11 bilhões de barris de petróleo, especialmente “offshore” perto de Essequibo, o país atrai investimentos e se torna um player importante na geopolítica regional.
O cenário diplomático atual envolve o Brasil, que mantém uma abordagem diplomática, mantendo diálogos com ambas as partes.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, confirmou nesta quinta-feira (12) que receberá seu homólogo chinês, Xi Jinping, em Kazan, no próximo mês de outubro, por ocasião da cúpula dos Brics.
O anúncio foi feito pelo mandatário russo durante encontro com o ministro das Relações Exteriores de Pequin, Wang Yi, em São Petersburgo, segundo a agência Interfax.
De acordo com Putin, as relações entre a China e a Rússia continuam a desenvolver-se “com muito sucesso em todas as direções”, incluindo a “coordenação no cenário internacional”.
Em imagens divulgadas pela mídia russa, Wang destacou que “o presidente Xi está muito feliz em aceitar o convite”.
“Nessa ocasião os dois chefes de Estado terão novas discussões estratégicas”, acrescentou o chanceler, destacando que ambos os líderes “estabeleceram uma confiança mútua sólida e uma amizade profunda”.
O ministro chinês chegou a São Petersburgo para participar da cúpula de altos funcionários e conselheiros de segurança nacional do bloco Brics. Sua visita também foi vista como uma oportunidade para lançar as bases do encontro presencial entre os líderes dos dois países.
A reunião dos Brics está marcada para acontecer entre 22 e 24 de outubro, na cidade russa de Kazan, e será o terceiro encontro presencial de 2024 entre Xi e Putin, poucas semanas antes das eleições presidenciais dos Estados Unidos, em novembro.
Formado inicialmente por Brasil, China, Índia e Rússia em 2009, o bloco foi ampliado com a adesão da África do Sul em 2010 e este ano incluiu vários outros países emergentes, como Egito e Irã. No início de setembro, a Turquia também apresentou um pedido de adesão ao bloco.