No Twitter, Maduro disse que a Venezuela “se prepara para um novo marco na história do país”. “Unidos, nós podemos recuperar [território] e pintar o mapa inteiro. Vamos deixar nossa marca”, escreveu o presidente nesta quinta-feira (30).
O referendo convocado pelo governo de Maduro questionará a população sobre o apoio à anexação de Essequibo e à criação de um estado na região, com a nacionalização de seus cidadãos.
Para o governo da Guiana, o referendo é “ilegal” e pode afetar a segurança do país e de todo o Caribe. “O referendo tem o objetivo de promover a reivindicação ilegal e infundada da Venezuela sobre mais de dois terços do território nacional da Guiana”, afirmou o país.
Essequibo em disputa
O território, também chamado de Guiana Essequiba, é administrado pela Guiana e reivindicado pela Venezuela há mais de um século. Com cerca de 160 mil km², a área é rica em minerais e biodiversidade.
De um lado, a Guiana defende um limite estabelecido em 1899 por uma corte de arbitragem de Paris. Na ocasião, o Reino Unido (na época, a Guiana era colônia do país) saiu em vantagem sobre a posse do território, o que desagradou a Venezuela.
Do outro lado, a Venezuela defende o Acordo de Genebra de 1966, que estabelece bases para um solução negociada e não reconhece o acordo anterior, anulando-o.
O caso está sendo avaliado pela Corte Internacional de Justiça desde 2018. Isso porque, em 2015, a disputa na região passou a ser mais forte depois que a empresa estadunidense ExxonMobil encontrou reservas de petróleo no território Essequibo. De lá para cá, 46 descobertas de petróleo foram feitas na região pela empresa.