A primeira-dama de Mato Grosso, Virginia Mendes, saiu em missão, nesta segunda-feira (28.08), para cumprir agenda de visita, entregas e serviços do Mutirão Cidadania, gerenciado pela Secretaria de Estado e Assistência Social e Cidadania (Setasc), na terra indígena Sangradouro, de etnia Xavante, localizada a cerca de 50 km do município de Primavera do Lesta.
Participaram da comitiva a secretária da Setasc, Grasielle Bugalho, o presidente da Metamat, Juliano Jorge, e o superintendente de Assuntos Indígenas da Casa Civil, Agnaldo Santos.
A emoção da visita começou logo na chegada, com a recepção do prefeito licenciado de Primavera do Leste, Leonardo Bortolin, acompanhado da primeira-dama do município, Ester Minosso, do prefeito em exercício, Ademir Goes, e a esposa Márcia Goes, vereadores, secretários municipais e a população, que seguiu juntamente com a comitiva para o evento na aldeia Sangradouro.
Emocionada ao ser recebida pelo cacique Alexandre, Virginia Mendes falou da saudade que estava de visitar as aldeias. Na oportunidade, ela ainda lamentou o falecimento da filha do cacique.
“Eu sei que é um momento muito difícil para o senhor pela sua perda e sofrimento, mas mesmo assim o senhor está aqui nos recebendo com todo carinho. Estou muito feliz por poder estar aqui hoje, é a minha segunda viagem depois de um ano e seis meses parada”, disse.
Além dos serviços de cidadania por meio do mutirão, das entregas dos programas SER Família Solidário e Aconchego, Virginia Mendes entregou a chave de uma caminhonete Hilux 0 km para o cacique.
“É uma felicidade muito grande entregar esta caminhonete novinha por meio da Seaf, um pedido que eu fiz logo que o cacique Alexandre falou da necessidade do veículo, e que conseguimos através de emenda parlamentar do deputado federal Juarez Costa. Meu agradecimento ao deputado, que foi nosso grande parceiro. Tenho certeza que essa caminhonete vai facilitar os trabalhos de vocês aqui na aldeia”, manifestou a primeira-dama Virginia Mendes.
“Como eu sempre digo, ninguém faz nada sozinho. Tenho que agradecer a secretária Grasielle com sua equipe, o presidente Juliano, na Metamat, com os projetos dos poços, o superintendente Agnaldo, que está diretamente com nossos irmãos indígenas. Também temos o nosso deputado do social, Max Russi, o meu querido secretário de Estado de Saúde, Gilberto Figueiredo, que disponibilizou a equipe do Cridac para atender as demandas dos PcDs nas aldeias, o prefeito Leo Botolin, que faz um excelente trabalho, e a primeira-dama Ester, o prefeito em exercício Ademir e a primeira-dama Márcia. Enfim, todas as pessoas que estão aqui são muito importantes, então este é o sucesso e a parceria de um grupo”, agradeceu.
O cacique Alexandre agradeceu a primeira-dama Virginia Mendes e o governador Mauro Mendes, e contou sobre quando pediu o veículo.
“Estou muito feliz. Em primeiro lugar quero agradecer a primeira-dama Virginia e o governador por tudo que fazem pelo meu povo. A primeira vez que ela veio aqui, eu fiz o pedido dessa caminhonete para a comunidade, e ela conseguiu nos atender. A dona Virginia tem um coração muito grande, e dizer que o governador nos ajuda muito, é o único que olhou para nós. Agradeço pela senhora não me esquecer”.
Além dos serviços de cidadania e entregas de cestas de alimentos, filtros de barro e cobertores, também foram entregues cadeiras de rodas e bengalas às pessoas com deficiência (PcD), com a presença da diretora do Cridac Suely Souza e sua equipe. O líder da aldeia, cacique Bartolomeu, contou que essa é uma ação inédita.
“A Sesai e a Funai nunca fizeram um trabalho como esse de entregas de cadeiras de rodas para os deficientes, mesmo sabendo das necessidades. Eu mesmo tenho problemas de mobilidade por ter sofrido acidente, mas hoje agradeço o governo. Para nós, esse governo é modelo. Anteriormente ninguém visitava, nenhuma primeira-dama de Estado, nem governador, só quando tínhamos atrito que apareciam, mas hoje, como líder da aldeia, estou contente. Mauro Mendes tem uma ótima administração. Virginia sua presença alegra nosso povo”.
“Nós temos uma relação muito boa de amizade com essa comunidade. Eles ajudaram a construir o dia a dia de Primavera do Leste. Dona Virginia, quero parabenizá-la pelo olhar voltado aos povos indígenas, o Governo do Estado nunca teve tanta política pública eficiente voltada a comunidade indígenas”, observou o prefeito licenciado, Leonardo Bortolin.
“O Papa Francisco disse uma certa vez, que a política é o melhor meio de fazer o bem e desenvolver a caridade, e a gente acompanha que a senhora, com o carisma que tem, desenvolve um ótimo trabalho com os mais necessitados”, citou o padre Alexandre, da paróquia São João Batista, de Poxoréu.
Ainda na segunda-feira, a primeira-dama do Estado e comitiva seguiram em missão para a aldeia Meruri, localizada na região de General Carneiro.
A edição 2024 dos “21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher” chegou à Sede das Promotorias de Justiça da Capital promovendo a conscientização sobre os diferentes tipos de agressão contra meninas e mulheres por meio da 1ª Mostra Fotográfica das Vítimas de Feminicídio em Cuiabá. Com apoio do Ministério Público, a exposição itinerante da Prefeitura Municipal de Cuiabá é realizada pela Secretaria Municipal da Mulher e ficará em cartaz no local até 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos.
Dos 11 réus autores dos feminicídios cometidos contra as vítimas retratadas na exposição fotográfica, cinco já foram submetidos a julgamento. Somadas, as penas aplicadas totalizam 107 anos de prisão. Entre os seis réus que ainda não foram julgados, somente Gilson Castelan de Souza, autor do feminicídio cometido contra Silbene Duroure da Guia, está foragido.
A mãe de uma das vítimas, Antônia Maria da Guia, que é avó de quatro netos e bisavó de uma menina de 9 anos, participou da solenidade de abertura da exposição fotográfica realizada nesta quinta-feira, 21 de novembro. Emocionada, a auxiliar judiciária clamou por justiça e lembrou do relacionamento conturbado da filha. “Foram cinco anos de relacionamento entre idas e vindas. Ela esperava que ele mudasse, mas isso não aconteceu. Então eu peço para as mulheres que, em qualquer sinal de violência, denunciem, busquem ajuda, não fiquem caladas. Precisamos parar com essa tragédia. Nenhuma mulher merece morrer”, disse.
De acordo com a procuradora de Justiça Elisamara Sigles Vodonós Portela, o estado de Mato Grosso registrou, em 2024, a morte de 40 mulheres, e cerca de 70 crianças entraram na estatística de órfãos do feminicídio. “Esta exposição é para apresentar quem são essas vítimas, quem são essas mulheres, mães, avós, filhas e o resultado do que aconteceu com esses assassinos. O Ministério Público tem se empenhado para a completa aplicação da Lei Maria da Penha. Hoje, com a alteração significativa no Código Penal, a punição mais severa na legislação brasileira é para o crime de feminicídio, e nós esperamos que isso possa causar impacto na redução desses números”.
A primeira-dama de Cuiabá, Márcia Pinheiro, reforçou a importância da visibilidade ao tema, destacando que a prevenção começa com debate, informação e ações que promovam segurança, justiça e igualdade. “Infelizmente, as marcas do feminicídio continuam a assombrar nossa sociedade. Vidas preciosas foram interrompidas pela brutalidade e pela misoginia. Quanto mais falamos, mais aprendemos, menos tememos e mais avançamos no fortalecimento da rede de enfrentamento à violência”, disse.
Para a secretária-adjunta da Mulher de Cuiabá, Elis Prates, ações de conscientização são essenciais: “É um momento de fortalecimento na luta pelo fim da violência contra a mulher, porque só assim conseguimos mudar essa realidade por uma sociedade mais justa, mais igualitária, para que todas possam fazer uso dos seus direitos como cidadãs brasileiras”, pontuou.