O presidente francês, Emmanuel Macron, pediu nesta quarta-feira (3) que Israel tenha moderação e expressou preocupação com a escalada da violência, especialmente na fronteira com o Líbano. Macron conversou com Benny Gantz, ministro israelense e membro do gabinete de guerra.
A ação militar israelense que resultou no assassinato de Saleh al-Arouri em Beirute, o vice-líder político do Hamas, gerou reações imediatas. O porta-voz do Exército israelense, Daniel Hagari, afirmou nesta terça-feira (2) que o país está “preparado para qualquer cenário” e mantém o foco na “luta contra o grupo terrorista”.
O ataque com drone ocorreu no sul de Beirute, área conhecida como reduto do Hezbollah. Além de al-Arouri, outros seis membros do Hamas foram mortos. Mesmo assim, o conselheiro sênior do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, Mark Regev, disse que “Israel não assumiu a responsabilidade pelo ataque”.
Macron também enfatizou a urgência em conter a emergência humanitária em Gaza e ressaltou a responsabilidade de Israel na proteção dos civis. O líder francês destacou a necessidade de um esforço conjunto, incluindo parceiros regionais e internacionais, para alcançar um cessar-fogo duradouro.
Macron também salientou que é necessário “agir para obter um cessar-fogo duradouro, com a ajuda de todos os parceiros regionais e internacionais”, acrescentou.
Desde o início do confronto entre Israel e o Hamas em outubro passado, as tensões aumentaram na região. Disparos contra bases americanas, as tensões na fronteira entre Israel e Líbano, Síria e Iraque, além dos ataques no Mar Vermelho, evidenciam o clima de instabilidade.
O líder do Hamas, Ismaïl Haniyeh, assegurou a resiliência do movimento.
“Um movimento cujos líderes e fundadores caem como mártires em nome da dignidade do povo e de nossa nação nunca será derrotado”, afirmou Haniyeh em um discurso na TV. “Essa é a história da resistência e do movimento que, após o assassinato de seus líderes, torna-se ainda mais forte e mais determinado”, declarou.
O Hezbollah, grupo armado libanês, reagiu ao ataque afirmando que o assassinato de al-Arouri não ficará sem resposta. O movimento tem realizado ataques diários a partir do sul do Líbano contra Israel, intensificando as tensões na região.
“Assassinar Saleh al-Arouri no subúrbio do sul de Beirute é uma grave agressão contra o Líbano (…) e não ficará impune ou sem resposta”, disse o Hezbollah, em um comunicado. O grupo xiita libanês faz há quase três meses ataques diários contra Israel a partir do sul do Líbano.
Em meio às tensões, o ministro da Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben Gvir, defendeu a saída em massa dos palestinos de Gaza, causando controvérsia e gerando críticas dos EUA sobre suas declarações, que consideraram “irresponsáveis”.
“Os Estados Unidos são nossos amigos, mas, acima de tudo, faremos o que é bom para o Estado de Israel: incentivar a emigração de centenas de milhares de pessoas de Gaza e permitir que os residentes (israelenses) retornem às suas casas (nos limites de Gaza) e vivam em segurança, protegendo nossos soldados”, escreveu Ben Gvir na rede social X, em resposta às críticas americanas.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, confirmou nesta quinta-feira (12) que receberá seu homólogo chinês, Xi Jinping, em Kazan, no próximo mês de outubro, por ocasião da cúpula dos Brics.
O anúncio foi feito pelo mandatário russo durante encontro com o ministro das Relações Exteriores de Pequin, Wang Yi, em São Petersburgo, segundo a agência Interfax.
De acordo com Putin, as relações entre a China e a Rússia continuam a desenvolver-se “com muito sucesso em todas as direções”, incluindo a “coordenação no cenário internacional”.
Em imagens divulgadas pela mídia russa, Wang destacou que “o presidente Xi está muito feliz em aceitar o convite”.
“Nessa ocasião os dois chefes de Estado terão novas discussões estratégicas”, acrescentou o chanceler, destacando que ambos os líderes “estabeleceram uma confiança mútua sólida e uma amizade profunda”.
O ministro chinês chegou a São Petersburgo para participar da cúpula de altos funcionários e conselheiros de segurança nacional do bloco Brics. Sua visita também foi vista como uma oportunidade para lançar as bases do encontro presencial entre os líderes dos dois países.
A reunião dos Brics está marcada para acontecer entre 22 e 24 de outubro, na cidade russa de Kazan, e será o terceiro encontro presencial de 2024 entre Xi e Putin, poucas semanas antes das eleições presidenciais dos Estados Unidos, em novembro.
Formado inicialmente por Brasil, China, Índia e Rússia em 2009, o bloco foi ampliado com a adesão da África do Sul em 2010 e este ano incluiu vários outros países emergentes, como Egito e Irã. No início de setembro, a Turquia também apresentou um pedido de adesão ao bloco.