Neste domingo (18), a StandWithUs Brasil, instituição educacional sobre Israel, divulgou uma nota em repúdio às falas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em que ele comparava os ataques de Israel na Faixa de Gaza ao Holocausto.
Assinada pelo presidente da instituição. o cientista político André Lajst, a nota afirma que o mandatário “ultrapassou todos os limites” com sua “declaração infame”.
Confira a nota na íntegra:
“Após uma série de falas desastrosas sobre Israel, que evidenciam seu profundo desconhecimento, não apenas da realidade dos fatos atuais da guerra contra o Hamas, mas também da história do conflito israelo-palestino (e, inclusive, da história do Oriente Médio), o presidente da república, Luiz Inácio Lula da Silva, ultrapassou neste domingo (18) todos os limites, atacando o Estado judeu com uma declaração infame que envergonhará o Brasil por muito tempo.
Durante coletiva de imprensa na Etiópia, Lula comparou Israel com a Alemanha nazista, mencionando expressamente o nome de Adolf Hitler, numa grave distorção e banalização do Holocausto.
De acordo com o presidente, “O que está acontecendo na Faixa de Gaza e com o povo palestino não existe em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu quando Hitler resolveu matar judeus”.
Lula se refere à Solução Final, política nazista adotada após a conferência de Wansee, de 20 de janeiro de 1942, quando 15 oficiais do alto escalão do Partido Nazista e líderes do governo alemão se reuniram para tratar da “questão judaica na Europa”, ou seja, discutir formas de se livrar dessa população do modo mais rápido e econômico possível.
A “solução” que criaram foi o extermínio sistemático, que matou ao menos 6 milhões de judeus. Essas pessoas não morreram — tal qual tantos alemães, poloneses, franceses ou ingleses não judeus — como consequência da Segunda Guerra Mundial. Não foram vítimas colaterais do enfrentamento entre os exércitos do Eixo e dos Aliados, mas de um plano deliberado de extermínio em escala industrial de civis, perpetrado pelos nazistas em todos os territórios da Europa sob o seu domínio.
Para tanto, foram construídos guetos e campos de concentração e de extermínio. Os judeus eram caçados por toda a Europa, assassinados em florestas próximas a seus vilarejos ou transportados em trens, despojados dos seus nomes e identificados com números, classificados para o trabalho escravo ou para a morte imediata nas câmaras de gás e, no final, tendo seus corpos queimados ou jogados em valas comuns.
Até a logística das linhas férreas foi repensada, dando prioridade ao transporte de judeus para campos de extermínio sobre a necessidade de usar os vagões para esforço de guerra, tais quais o deslocamento das tropas alemãs ou suprimento para elas. Isso porque o extermínio dos judeus era o objetivo primordial dos nazistas. Qualquer pessoa que tenha mínima ideia do que foi o Holocausto se dá conta de que não há absolutamente nada nele que possa ser comparado com a guerra atualmente em curso na Faixa de Gaza.
Não existe plano de Israel para exterminar os palestinos. Uma das várias provas disso é o crescimento demográfico dessa população em Gaza, na Cisjordânia e em território israelense, desde 1948. Israel enfrenta uma guerra iniciada pelo Hamas e 134 de seus cidadãos ainda estão em Gaza, sequestrados desde 7 de outubro.
Quando “Hiltler resolveu matar judeus”, fez isso sem que eles tivessem tido qualquer atitude agressiva contra a Alemanha ou outros países ocupados pelo nazismo. Entre os homens, vários haviam feito parte do exército alemão durante a Primeira Guerra Mundial. Israel está combatendo uma organização terrorista, não um povo. A guerra é contra o Hamas, não contra os palestinos, e o objetivo dela não é matar pessoas, mas libertar os reféns e acabar com uma organização que visa o extermínio dos judeus.
Criar falsos paralelos entre Israel e o nazismo é um dos mais vis tópicos contemporâneos do discurso antissemita no mundo inteiro, e não é à toa: nenhuma outra comparação poderia ser mais cruel e mais ofensiva para os judeus. É por isso que a Aliança Internacional para a Memória do Holocausto (IHRA), da qual o Brasil é membro, lista como um dos exemplos de manifestações antissemitas “Efetuar comparações entre a política israelense contemporânea e a dos nazistas”.
Comparações com o Holocausto, em qualquer contexto ou situação, devem ser feitas de forma cautelosa, para evitar a banalização do mesmo e o desrespeito às vítimas. No dia 7 de outubro de 2023, o grupo Hamas, que defende em sua carta fundacional a morte dos judeus, invadiu o território de Israel e matou a sangue frio mais de 1.200 pessoas, na maior matança de judeus por serem judeus desde a Shoá.
Apesar disso, Dani Dayan, presidente do Yad Vashem (o museu do Holocausto de Jerusalém), ressaltou que há diferenças fundamentais entre os nazistas e o Hamas.
Por mais que seja possível traçar paralelos, o Holocausto foi um episódio único na história, em que o aparato estatal nazista se voltou para o genocídio dos judeus. Mas a fala do presidente da república, além de banalizar o Holocausto, faz uma absurda inversão dos fatos, transformando suas vítimas em algozes.
Com essa e outras falas lamentáveis sobre a guerra de Israel contra o Hamas — que, infelizmente, têm se sucedido uma após a outra nos últimos meses —, em vez de se envolver para combater o antissemitismo que cresce no mundo, Lula tem feito o oposto, contribuindo ainda mais para o fomento do ódio aos judeus, inclusive no Brasil. Judeus esses que são parte da população brasileira, a qual Lula tem o dever de proteger indiscriminadamente.”
Faltando apenas 12 dias para as eleições para a seccional de Mato Grosso da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MT), a disputa ganha contornos de extrema emoção com o pleito mais disputado da história. É o que aponta pesquisa do instituto Índice Pesquisas, contratada pelo portal de notícias FOLHAMAX, revela que o candidato de oposição lidera a disputa.
Na segunda posição, estão tecnicamente empatadas a atual presidente Gisela Cardoso e a advogada Xênia Guerra, que representa uma divisão do atual grupo que comanda a entidade. A amostra foi realizada proporcionalmente com juristas do Estado.
Na modalidade espontânea, onde os nomes dos candidatos não são apresentados ao eleitor, o advogado Pedro Paulo foi o mais lembrado, com 24%, mas com uma diferença de apenas meio ponto percentual, já que a atual presidente da OAB-MT, Gisela Cardoso, foi apontada por 23,5% dos entrevistados. Xênia Guerra aparece como intenção de voto de 18% dos juristas, enquanto Pedro Henrique teve o nome apontado por 1,5%. Segundo a pesquisa, 32,5% estão indecisos ou não votarão em nenhum e 0,5% citaram outros nomes.
Já na modalidade estimulada, onde os nomes dos postulantes à presidência da OAB-MT são divulgados ao eleitorado, Pedro Paulo abre uma distância maior, com 32,5%, contra 28% de Gisela Cardoso. Xênia Guerra aparece na terceira colocação, com 24%, enquanto Pedro Henrique registrou 3% dos entrevistados e outros 12,5% não souberam responder.
O Índice também projetou os votos válidos. Pelo cálculo, Pedro Paulo tem 37%; Gisela 32%; Xênia 27,5% e Pedro Henrique 3,5%.
O instituto ouviu 836 advogados, entre os dias 30 de setembro e 5 de novembro, por telefone. A pesquisa tem margem de erro de 4 pontos percentuais, para mais ou para menos, com intervalo de confiança de 95%. Não foi realizada amostragem sobre a rejeição aos candidatos. A eleição da OAB-MT será online, no dia 18 de novembro, das 9h às 17h, no horário de Cuiabá.