O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) continua preocupado com a situação na Venezuela e pretende insistir na apresentação das atas. Mantendo-se distante de qualquer contato direto com Nicolás Maduro, o presidente tem delegado ao seu assessor político para assuntos internacionais, Celso Amorim, a tarefa de dialogar tanto com a situação quanto com a oposição venezuelana.
Além da preocupação com a política internacional, o petista também teme que a crise venezuelana possa repercutir nas eleições municipais que terão início a partir de 16 de agosto.
Um exemplo disso é Guilherme Boulos (PSOL-SP), pré-candidato à prefeitura de São Paulo e apoiado pelo presidente. Boulos tem sido pressionado pela oposição a se posicionar sobre a crise na Venezuela, embora ele defenda que “seu foco é tratar de pautas relacionadas a São Paulo”. Lula reconhece que o tema pode impactar a corrida eleitoral.
Segundo revelado pelo Portal iG – Último Segundo, o assunto não é unânime dentro da base governista. Uma ala, majoritariamente ligada ao PT, defende a proclamação da vitória de Maduro, enquanto outra ala critica o presidente venezuelano, chamando-o de ditador.
Recentemente, o encontro de Lula com Gabriel Boric, presidente do Chile, onde reforçou os pedidos das atas, demonstrou que o presidente brasileiro não pretende mudar sua estratégia por enquanto. No entanto, há a compreensão de que essa postura pode não se sustentar indefinidamente.