O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ironizou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante a reunião da FNP ( Frente Nacional de Prefeitos ) realizada nesta terça-feira (14). Sem citar o seu principal rival político, o petista relatou que gosta de ser chefe da União.
O mandatário esteve no encerramento do encontro anual dos prefeitos. Durante seu discurso, ele prometeu dialogar com todos os governantes municipais, mesmo os que forem de partidos de oposição, e relembrou que Bolsonaro não participava desses encontros.
“Se uma vez nós tivemos um presidente que dizia ‘não gosto de ser presidente, não deveria estar aqui’. Quero dizer a vocês que gosto de ser presidente e gosto de estar lá para provar que é possível a gente fazer as coisas que a gente tem que fazer”, afirmou o presidente.
Em diversas ocasiões, Bolsonaro declarou que não gostava de ocupar o cargo de presidente da República. Em junho do ano passado, ele falou para empresários que não tinha talento par comandar o Brasil.
“Não podemos dissociar a economia da política. [Eu] não tinha nada para estar aqui [na Presidência]. Nem levo jeito. Nasci pra ser militar, fiquei por 15 anos no Exército brasileiro, entrei na política meio por acaso. Passei 28 anos dentro da Câmara [dos Deputados]”, comentou, na época.
Já Lula tem um pensamento totalmente diferente. Ele deixou claro aos prefeitos que gosta de ser chefe do Executivo federal e defende que os políticos precisam ser respeitados.
“Eu gosto de político. Tem gente que fala: ‘Político é tudo ladrão’. Mas o político, a cada quatro anos, vai para rua colocar o nome dele em julgamento para ser xingado, avacalhado. Eu aprendi a ser político, aprendi a gostar de política, aprendi a respeitar os políticos”, argumentou.
“Prefiro um político competente do que um técnico, porque um político entende um pouco de tudo, e, muitas vezes, o técnico não entende de nada. O técnico tem que ter um chefe, e esse chefe chama-se um político, que tem competência para saber orientar”, completou.
Lula e a promessa aos prefeitos
No encontro, Lula prometeu dialogar diretamente com as cidades, não permitindo que as conversas ocorram apenas com os ministérios das Cidades ou das Relações Institucionais. O presidente defendeu que os municípios precisam ter acessos a outras pastas.
O petista garantiu que fará repasses em diversas áreas, dando maior enfoque para educação, saúde e mobilidade urbana, três setores que mais possuem demandas por partes dos gestores municipais.