O embaixador do Brasil em Tel Aviv, Frederico Meyer, foi chamado de volta pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Brasil para consultas. A informação é da coluna da jornalista Mônica Bergamo.
Na ausência de Meyer, a embaixada brasileira será liderada temporariamente por um encarregado de negócios.
Entenda o caso
A medida é tomada quando um país quer explicitar contrariedade com os atos de outra nação. Não é, ainda, um rompimento de relações diplomáticas.
Agora, Lula convoca o diplomata Meyer para voltar ao Brasil. Mais cedo, uma mensagem da primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, defendendo o presidente deixou claro que Lula não pretende recuar de suas falas, nem pedir desculpas a Israel, como o governo de Binyamin Netanyahu exige.
Memorial do Holocausto
A decisão de promover o encontro com Meyer no Memorial do Holocausto pode ser vista como uma mensagem. Criado em 1953, o espaço em Jerusalém reúne vários museus, centros de pesquisa e educação sobre o Holocausto nazista, que matou 6 milhões de judeus.
Lula afirmou no domingo (18) que as ações militares de Israel na Faixa de Gaza configuram um genocídio e ainda fez um paralelo com o extermínio de judeus promovido por Adolf Hitler. “Sabe, o que está acontecendo na Faixa de Gaza com o povo palestino, não existe em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu quando Hitler resolveu matar os judeus”, disse o petista.
O premiê Netanyahu já havia dito que Lula “cruzara uma linha vermelha” com suas declarações, e alguns deputados federais aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) usaram o tema politicamente e chegaram a aventar um pedido de impeachment do petista.