O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vai conversar por telefone com o presidente da Ucrânia , Volodymir Zelensky , nos próximos dias. O petista reforçará que o posicionamento do Brasil é para que a guerra entre ucranianos e russos chegue ao fim e se colocará à disposição para mediar o fim do conflito.
De acordo com o jornalista Jamil Chade, do Portal UOL, o chefe ucraniano buscava conversar com Lula desde o começo de janeiro. O diálogo foi negociado nos últimos dias quando os diplomatas dos dois países se encontraram, neste sábado (18), em Munique, na Alemanha.
A data do telefonema ainda está em negociação. A definição está prevista para acontecer logo após o Carnaval no Brasil. O petista também pretende se encontrar com Sergei Lavrov. O chanceler russo visitará o país em abril.
Desde que assumiu a presidência, Lula tem feito críticas a Rússia , Ucrânia e países que fazem parte da OTAN. Na avaliação do petista, os russos erraram ao invadir a terra ucraniana, mas desaprovou que outras nações enviem armas aos ucranianos e não articulem para encontrar uma solução para que o conflito chegue ao fim.
O Brasil declarou oficialmente que o governo de Vladimir Putin é o principal responsável pela guerra, mas deixou claro que não vai enviar armas em apoio aos ucranianos. Brasília sinalizou que seu papel será de mediar uma conversa entre os dois países para que o confronto tenha um ponto final.
O governo de Kiev demonstrou boa vontade com o interesse de Lula em promover a paz entre russos e ucranianos. A Ucrânia sinalizou, pela primeira vez, que deverá fazer um apelo pelo fim das hostilidades em uma resolução que será votada na Assembleia Geral da ONU, na próxima semana.
Brasil se manteve firme em reuniões com outros países
O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, conversou com dezenas de autoridades internacionais ao participar de uma conferência de segurança no mundo, em Munique. Em reuniões bilaterais, ele manteve o discurso que o Brasil não enviará armas para Ucrânia.
Desta vez, as nações não tentaram convencer o governo brasileiro a entrar diretamente na guerra. A conversa se deu para encontrar soluções para que o conflito tenha um ponto final o mais breve possível.
Porém, lideranças internacionais acreditam que o plano do Brasil não funcionará neste momento. Todos entendem que há uma inclinação dos dois países envolvidos na guerra para realizar novas ofensivas.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, confirmou nesta quinta-feira (12) que receberá seu homólogo chinês, Xi Jinping, em Kazan, no próximo mês de outubro, por ocasião da cúpula dos Brics.
O anúncio foi feito pelo mandatário russo durante encontro com o ministro das Relações Exteriores de Pequin, Wang Yi, em São Petersburgo, segundo a agência Interfax.
De acordo com Putin, as relações entre a China e a Rússia continuam a desenvolver-se “com muito sucesso em todas as direções”, incluindo a “coordenação no cenário internacional”.
Em imagens divulgadas pela mídia russa, Wang destacou que “o presidente Xi está muito feliz em aceitar o convite”.
“Nessa ocasião os dois chefes de Estado terão novas discussões estratégicas”, acrescentou o chanceler, destacando que ambos os líderes “estabeleceram uma confiança mútua sólida e uma amizade profunda”.
O ministro chinês chegou a São Petersburgo para participar da cúpula de altos funcionários e conselheiros de segurança nacional do bloco Brics. Sua visita também foi vista como uma oportunidade para lançar as bases do encontro presencial entre os líderes dos dois países.
A reunião dos Brics está marcada para acontecer entre 22 e 24 de outubro, na cidade russa de Kazan, e será o terceiro encontro presencial de 2024 entre Xi e Putin, poucas semanas antes das eleições presidenciais dos Estados Unidos, em novembro.
Formado inicialmente por Brasil, China, Índia e Rússia em 2009, o bloco foi ampliado com a adesão da África do Sul em 2010 e este ano incluiu vários outros países emergentes, como Egito e Irã. No início de setembro, a Turquia também apresentou um pedido de adesão ao bloco.