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Política Nacional

Lula afirma que retomará boa relação com países africanos

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva aproveitou a escala do avião presidencial em Cabo Verde, para abastecimento, e, em rápido encontro com o presidente cabo-verdiano, José Maria Neves, reiterou o interesse brasileiro em retomar as parcerias e o bom relacionamento com os países do continente africano.

A rápida visita ocorreu nesta quarta feira (19) durante o retorno de Lula ao Brasil, após participar da 3ª Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e da União Europeia (UE) em Bruxelas, capital da Bélgica.

Em discurso, Lula lamentou o afastamento do Brasil nos últimos anos em relação o continente africano, mas garantiu que essa relação será recuperada em nome dos vínculos históricos entre Brasil e África.

Profunda gratidão

“Quero recuperar a relação com o continente africano porque nós brasileiros somos formados pelo povo africano. Nossa cultura, cor e tamanho é resultado da miscigenação entre índios, negros e europeus. Temos profunda gratidão ao continente africano por tudo que foi produzido durante 350 anos de escravidão em nosso país”, disse Lula ao ressaltar que o Brasil pretende compensar o continente que é berço da humanidade.

Segundo o presidente, algumas das “formas de pagamento” planejadas pelo Brasil – em retorno às inúmeras contribuições dadas pelos africanos obrigados a ir para o Brasil nos tempos de escravidão – envolvem compartilhamento de tecnologias; formação profissional de especialistas voltados às necessidades identificadas no continente; e ajuda para a industrialização e agricultura na África.

“Se não tivéssemos tido um governo negacionista, o Brasil poderia ter produzido vacina contra a covid-19 e ajudado o continente africano. Lamentavelmente tivemos um desgoverno que não cumpriu com aquilo que é o essencial, que é cuidar do ser humano. Mas, com minha volta à Presidência, queremos recuperar a boa e produtiva relação que tínhamos”, acrescentou.

Novas embaixadas

Lula antecipou que fará viagens a países africanos ainda este ano e em 2024. “Vamos abrir embaixadas nos países em que o Brasil não tem embaixadas, e fazer muitas reuniões com vários especialistas africanos para definirmos no que o Brasil pode ajudar mais o continente africano”, completou.

Em tom de agradecimento pela visita, o presidente de Cabo Verde comemorou “o regresso do Brasil ao mundo”. “O Brasil é um grande país, e o seu poder no globo deve estar à altura de sua dimensão. O presidente Lula tem trazido essa grandeza ao Brasil, e tem se colocado no mundo à altura dos desafios que o mundo enfrenta neste momento”, discursou o cabo-verdiano.

Segundo José Maria Neves, a ordem do mundo está em um “processo de transfiguração” e, por isso, “precisamos de lideranças visionárias, transformadoras e catalisadoras desse novo momento”, disse referindo-se ao presidente brasileiro.

“Estamos contentes com a contribuição do Brasil para [ações nos países] do sul e para termos um mundo mais igual, onde todas e todos tenham muito mais oportunidades de viver com dignidade”, concluiu.

Fonte: EBC Política Nacional

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Política Nacional

Lula demite Silvio Almeida após denúncias de assédio sexual

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu na noite desta sexta-feira (6) demitir o ministro dos Direitos Humanos e Cidadania, Silvio Almeida, depois das denúncias de assédio sexual. 

“O presidente considera insustentável a manutenção do ministro no cargo considerando a natureza das acusações de assédio sexual”, informou a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, em nota.

A Polícia Federal abriu investigação sobre o caso. A Comissão de Ética Pública da Presidência da República também abriu procedimento preliminar para esclarecer os fatos.

“O governo federal reitera seu compromisso com os Direitos Humanos e reafirma que nenhuma forma de violência contra as mulheres será tolerada”, completou a nota. 

Silvio Almeida estava à frente do ministério desde o início de janeiro de 2023. Advogado e professor universitário, ele se projetou como um dos mais importantes intelectuais brasileiros da atualidade ao publicar artigos e livros sobre direito, filosofia, economia política e, principalmente, relações raciais.

Seu livro Racismo Estrutural (2019) foi um dos dez mais vendidos em 2020 e muitos o consideram uma obra imprescindível para se compreender a forma como o racismo está instituído na estrutura social, política e econômica brasileira. Um dos fundadores do Instituto Luiz Gama, Almeida também foi relator, em 2021, da comissão de juristas que a Câmara dos Deputados criou para propor o aperfeiçoamento da legislação de combate ao racismo institucional.

Acusações

As denúncias contra o ministro Silvio Almeida foram tornadas públicas pelo portal de notícias Metrópoles na tarde desta quinta-feira (5) e posteriormente confirmadas pela organização Me Too. Sem revelar nomes ou outros detalhes, a entidade afirma que atendeu a mulheres que asseguram ter sido assediadas sexualmente por Almeida.

“Como ocorre frequentemente em casos de violência sexual envolvendo agressores em posições de poder, essas vítimas enfrentam dificuldades em obter apoio institucional para validação de suas denúncias. Diante disso, autorizaram a confirmação do caso para a imprensa”, explicou a Me Too, em nota.

Segundo o site Metrópoles, entre as supostas vítimas de Almeida estaria a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, que ainda não se pronunciou publicamente sobre o assunto.

Horas após as denúncias virem a público, Almeida foi chamado a prestar esclarecimentos ao controlador-geral da União, Vinícius Carvalho, e ao advogado-geral da União, Jorge Messias. A Comissão de Ética da Presidência da República decidiu abrir procedimento para apurar as denúncias. A Secretaria de Comunicação Social (Secom) informou, em nota, que “o governo federal reconhece a gravidade das denúncias” e que o caso está sendo tratado com o rigor e a celeridade que situações que envolvem possíveis violências contra as mulheres exigem”. A Polícia Federal (PF) informou hoje que vai investigar as denúncias.

Em nota divulgada pela manhã, o Ministério das Mulheres classificou como “graves” as denúncias contra o ministro e manifestou solidariedade a todas as mulheres “que diariamente quebram silêncios e denunciam situações de assédio e violência”. A pasta ainda reafirmou que nenhuma violência contra a mulher deve ser tolerada e destacou que toda denúncia desta natureza precisa ser investigada, “dando devido crédito à palavra das vítimas”.

Pouco depois, a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, publicou em sua conta pessoal no Instagram uma foto sua de mãos dadas com Anielle Franco. “Minha solidariedade e apoio a você, minha amiga e colega de Esplanada, neste momento difícil”, escreveu Cida na publicação.

Fonte: EBC Política Nacional

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