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Política Nacional

Lira admite desavenças com Pacheco: ‘Conversamos pouco’

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Arthur Lira e Rodrigo Pacheco não convergem sobre tramitação de MPs
Agência Brasil

Arthur Lira e Rodrigo Pacheco não convergem sobre tramitação de MPs

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (Progressistas-AL), admitiu ter desavenças com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), sobre a tramitação de pautas no Congresso Nacional. Em entrevista, Lira disse não estar “de mal” de Pacheco, mas afirmou não haver muita conversa entre eles.

Ambos divergem sobre a tramitação de Medidas Provisórias enviadas pelo Palácio do Planalto. Enquanto Lira é favorável a discussão das matérias direto no plenário, Pacheco quer a tramitação em comissões.

“Não tenho nada contra o Pacheco, não estou de mal, mas estamos conversando pouco”, afirmou Lira, em entrevista à GloboNews.

A Constituição determina que as medidas provisórias sejam analisadas por uma comissão mista – deputados e senadores – criada pelo presidente do Congresso, ou seja, Rodrigo Pacheco. O presidente do Senado tem defendido, nos bastidores, a normalização dos trabalhos nos mesmos moldes pré-pandemia.

Lira, porém, é contra o modelo e quer alterar os moldes de discussão de MPs no Congresso. Para o presidente da Câmara, a participação de parlamentares nas comissões é desproporcional e disse que deputados são “pouco representados”.

“A comissão mista é antidemocrática. Ela não é inconstitucional, mas antidemocrática. São 12 deputados de 513 que fazem parte da comissão e 12 senadores de 81. Os deputados estão pouco representados”, afirmou.

Planalto atento

Lula já deu aviso para que Pacheco e Lira se entendam sobre a tramitação das medidas provisórias. Uma reunião entre os três no decorrer da próxima semana ainda não está descartada.

O Planalto tem demonstrado preocupação com a “briga” entre os presidentes da Câmara e Senado. Há ao menos 24 textos sem andamento, sendo 11 enviadas por Lula.

Outras duas propostas já estão em tramitação no Senado, mas já está próximo do prazo de validade. Uma das propostas combate o assédio sexual nas escolas, enquanto a outra adia o pagamento de empréstimos do Pronampe.

A preocupação do governo é que as medidas já assinadas por Lula sejam votadas próximas ao prazo de vencimento, podendo atrapalhar outras negociações do Planalto no Congresso. Entre as pautas prioritárias de Lula estão a manutenção do Bolsa Família em R$ 600, alterações nas regras do programa, a isenção de combustíveis e a volta do Minha Casa Minha Vida.

Fonte: IG Política

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Política Nacional

Lula demite Silvio Almeida após denúncias de assédio sexual

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu na noite desta sexta-feira (6) demitir o ministro dos Direitos Humanos e Cidadania, Silvio Almeida, depois das denúncias de assédio sexual. 

“O presidente considera insustentável a manutenção do ministro no cargo considerando a natureza das acusações de assédio sexual”, informou a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, em nota.

A Polícia Federal abriu investigação sobre o caso. A Comissão de Ética Pública da Presidência da República também abriu procedimento preliminar para esclarecer os fatos.

“O governo federal reitera seu compromisso com os Direitos Humanos e reafirma que nenhuma forma de violência contra as mulheres será tolerada”, completou a nota. 

Silvio Almeida estava à frente do ministério desde o início de janeiro de 2023. Advogado e professor universitário, ele se projetou como um dos mais importantes intelectuais brasileiros da atualidade ao publicar artigos e livros sobre direito, filosofia, economia política e, principalmente, relações raciais.

Seu livro Racismo Estrutural (2019) foi um dos dez mais vendidos em 2020 e muitos o consideram uma obra imprescindível para se compreender a forma como o racismo está instituído na estrutura social, política e econômica brasileira. Um dos fundadores do Instituto Luiz Gama, Almeida também foi relator, em 2021, da comissão de juristas que a Câmara dos Deputados criou para propor o aperfeiçoamento da legislação de combate ao racismo institucional.

Acusações

As denúncias contra o ministro Silvio Almeida foram tornadas públicas pelo portal de notícias Metrópoles na tarde desta quinta-feira (5) e posteriormente confirmadas pela organização Me Too. Sem revelar nomes ou outros detalhes, a entidade afirma que atendeu a mulheres que asseguram ter sido assediadas sexualmente por Almeida.

“Como ocorre frequentemente em casos de violência sexual envolvendo agressores em posições de poder, essas vítimas enfrentam dificuldades em obter apoio institucional para validação de suas denúncias. Diante disso, autorizaram a confirmação do caso para a imprensa”, explicou a Me Too, em nota.

Segundo o site Metrópoles, entre as supostas vítimas de Almeida estaria a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, que ainda não se pronunciou publicamente sobre o assunto.

Horas após as denúncias virem a público, Almeida foi chamado a prestar esclarecimentos ao controlador-geral da União, Vinícius Carvalho, e ao advogado-geral da União, Jorge Messias. A Comissão de Ética da Presidência da República decidiu abrir procedimento para apurar as denúncias. A Secretaria de Comunicação Social (Secom) informou, em nota, que “o governo federal reconhece a gravidade das denúncias” e que o caso está sendo tratado com o rigor e a celeridade que situações que envolvem possíveis violências contra as mulheres exigem”. A Polícia Federal (PF) informou hoje que vai investigar as denúncias.

Em nota divulgada pela manhã, o Ministério das Mulheres classificou como “graves” as denúncias contra o ministro e manifestou solidariedade a todas as mulheres “que diariamente quebram silêncios e denunciam situações de assédio e violência”. A pasta ainda reafirmou que nenhuma violência contra a mulher deve ser tolerada e destacou que toda denúncia desta natureza precisa ser investigada, “dando devido crédito à palavra das vítimas”.

Pouco depois, a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, publicou em sua conta pessoal no Instagram uma foto sua de mãos dadas com Anielle Franco. “Minha solidariedade e apoio a você, minha amiga e colega de Esplanada, neste momento difícil”, escreveu Cida na publicação.

Fonte: EBC Política Nacional

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