A líder oposicionista venezuelana, Maria Corina Machado, reafirmou, no domingo (4), que o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro , não conseguiu a reeleição no último pleito, dia 28 e agradeceu ao Brasil, que exigiu a divulgação dos resultados eleitorais.
Na segunda-feira (29), com 80% das urnas apuradas, o Conselho Nacional Eleitoral CNE) proclamou a reeleição de Nicolás Maduro, mesmo sem ter feito o registro total dos votos.
O presidente Nicolás Maduro foi declarado reeleito com 5.150.092 de votos, ou 51,20% do total. O adversário, Edmundo González Urrutia, teve 4.445.978 de votos, ou 44,2%, com 80% das urnas apuradas. Segundo o presidente do CNE, Elvis Amoroso, o resultado é irreversível.
“Como venezuelana, fico muito agradecida pela resposta de alguns governos, de alguma maneira próximos a Maduro –como Brasil, Colômbia e México–, e que assumiram posições muitos firmes para que a verdade eleitoral seja conhecida. Agradeço a posição nítida do governo do Brasil e do presidente Lula, ao exigir que se divulguem os boletins, um a um”, disse Maria Corina Machado ao programa Fantástico, da rede Globo, em primeira entrevista dada a um veículo fora da Venezuela pós eleições.
Para a líder da oposição, a reeleição de Maduro foi um plano do governo.
“Nos centro eleitorais, tivemos uma estrutura cidadã nunca vista, com mais de um milhão de voluntários em todo país para que fôssemos recebendo um a um os boletins oficiais das urnas. Com isso, em 24 horas, pudemos anunciar que o candidato Edmundo González foi eleito com uma margem enorme. Essas informações estão disponíveis pro mundo inteiro”, diz Corina.
As atas de votação das eleições da Venezuela foram coletadas pela oposição e divulgadas, com dados atualizados, no domingo (4).
Os mapas da contagem mostram que o opositor Edmundo González venceu a disputa contra o presidente Nicolás Maduro com uma vantagem de quase 4 milhões de votos.
De acordo com a oposição, as atas de votação foram recolhidas manualmente. Até a tarde de domingo, eram 7,15 milhões de votos para González, ou seja, 67%, e 3,24 milhões para Maduro, isto é, 30%. Outros candidatos representaram 261 mil votos, ou 2,45%.
O CNE atualizou o resultado na sexta-feira (2). Com 97% das urnas apuradas, Maduro venceu com 51,95% e González ficou com 43,18%, segundo o órgão.