A Justiça da França deve encerrar nesta segunda-feira (17) o julgamento sobre o acidente do voo 447 da Air France em junho de 2009. A empresa é acusada de homicídio culposo – quando não há intenção de matar – pela morte de 228 pessoas após a queda da aeronave.
Na época, o avião saiu do Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, com destino à Paris. Porém, a aeronave caiu no Oceano Atlântico hora após a decolagem.
Segundo as autoridades, o congelamento dos tubos de Pitot provocou o repasse de informações erradas de velocidade e altitude, fazendo os pilotos perderem o comando da aeronave.
A Justiça quer saber se a companhia treinou os pilotos para procedimentos de emergência após o congelamento dos tubos de Pitot. Os investigadores informaram que o sistema havia apresentado problema em outros voos.
Além da Air France, a Airbus também é investigada pelo tribunal francês. Os procuradores apuram se a fabricante da aeronave teria subestimado o problema e deixado de alertar as companhias sobre o possível congelamento dos tubos.
Se condenadas, a Air France e Airbus poderão ter que pagar € 225 mil, o equivalente a R$ 1,14 bilhão.
A promotoria pediu a absolvição das empresas. Já um grupo de familiares de vítimas do acidente pedem agilidade do tribunal para encerrar o julgamento, que começou em outubro do ano passado.
“O que nós esperamos, o que nós aguardamos, é que o tribunal, enfim, pronuncie uma decisão imparcial e condene a Airbus e a Air France, as culpadas das negligências e das infrações. É por isso que nós temos batalhado há praticamente 14 anos”, afirmou Danièle Lamy, que lidera o grupo de famílias vítimas do acidente, à AFP.