O ativista Julian Assange , fundador do WikiLeaks , voltou à Austrália nesta quarta-feira (26) . Após passar sete anos abrigado na embaixada do Equador e cinco anos detido em Londres, o australiano entrou em acordo com o sistema de justiça dos Estados Unidos e encerrou uma batalha judicial que se arrastava por quase 14 anos. Mas, afinal, o jornalista pode ser detido novamente?
A resposta é não. No acordo com os norte-americanos, Assange se declarou culpado por “conspiração para obter e divulgar documentos confidenciais da defesa nacional dos EUA”. Desta forma, o ativista aceitou uma pena de 5 anos e 2 meses, período que já foi cumprido no Reino Unido.
O acordo de Assange com o sistema de justiça dos EUA já foi assinado nesta terça-feira (25), em audiência realizada nas Ilhas Marianas do Norte – o local foi escolhido por ser o território norte-americano mais próximo da Austrália. Além disso, o ativista se recusou a viajar aos Estados Unidos.
Agora, Assange é obrigado a instruir o WikiLeaks a destruir a informação obtida e a fornecer uma declaração juramentada de que o fez. Além disso, ele não terá o direito de regressar aos Estados Unidos sem autorização.
Acusações
Julian Assange, antigo cientista da computação, foi acusado de tornar públicos mais de 700 mil documentos confidenciais sobre atividades militares e diplomáticas dos EUA, em particular no Iraque e Afeganistão.
O australiano, alvo de 18 acusações, enfrentava o risco de ser condenado a até 175 anos de prisão com base na Lei de Espionagem.
Na audiência, o ativista reconheceu o crime. “Encorajei a minha fonte, o soldado americano Chelsea Manning, na origem desta fuga massiva, a fornecer material que fosse confidencial”, admitiu.
De volta para casa
No retorno para a Austrália, Julian Assange encontrou sua esposa, a advogada Stella Assange. Exausto, o ativista preferiu não dar declarações públicas.
“Ele queria estar aqui, mas vocês têm que entender o que ele passou. Ele precisa de tempo. Ele precisa se recuperar”, disse Stella, em entrevista coletiva.
Stella agradeceu ao primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, e aos funcionários do Departamento de Relações Exteriores e Comércio que trabalharam para garantir a libertação de Assange.
“Foi necessário milhões de pessoas. Foram necessárias pessoas trabalhando nos bastidores. Pessoas protestando nas ruas por dias e semanas e meses e anos. E conseguimos.”
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, confirmou nesta quinta-feira (12) que receberá seu homólogo chinês, Xi Jinping, em Kazan, no próximo mês de outubro, por ocasião da cúpula dos Brics.
O anúncio foi feito pelo mandatário russo durante encontro com o ministro das Relações Exteriores de Pequin, Wang Yi, em São Petersburgo, segundo a agência Interfax.
De acordo com Putin, as relações entre a China e a Rússia continuam a desenvolver-se “com muito sucesso em todas as direções”, incluindo a “coordenação no cenário internacional”.
Em imagens divulgadas pela mídia russa, Wang destacou que “o presidente Xi está muito feliz em aceitar o convite”.
“Nessa ocasião os dois chefes de Estado terão novas discussões estratégicas”, acrescentou o chanceler, destacando que ambos os líderes “estabeleceram uma confiança mútua sólida e uma amizade profunda”.
O ministro chinês chegou a São Petersburgo para participar da cúpula de altos funcionários e conselheiros de segurança nacional do bloco Brics. Sua visita também foi vista como uma oportunidade para lançar as bases do encontro presencial entre os líderes dos dois países.
A reunião dos Brics está marcada para acontecer entre 22 e 24 de outubro, na cidade russa de Kazan, e será o terceiro encontro presencial de 2024 entre Xi e Putin, poucas semanas antes das eleições presidenciais dos Estados Unidos, em novembro.
Formado inicialmente por Brasil, China, Índia e Rússia em 2009, o bloco foi ampliado com a adesão da África do Sul em 2010 e este ano incluiu vários outros países emergentes, como Egito e Irã. No início de setembro, a Turquia também apresentou um pedido de adesão ao bloco.