A juíza da 9ª Vara Federal de Curitiba, Gabriela Hardt, negou o pedido feito pelo Ministério Público Federal de arquivar e transferir o inquérito do PCC para a Justiça de São Paulo. Ela está a frente das investigações do caso envolvendo os supostos planejamentos de atentados do Primeiro Comando da Capital (PCC), à figuras políticas como, o ex-juiz e senador Sérgio Moro (União Brasil-PR).
O procurador da República José Soares fez o pedido à Hardt, argumentando que as descobertas versavam apenas os atos preparatórios, uma vez que não houve a consumação do atentato.
No pedido, o procurador escreve: “no caso, é notório, de conhecimento público, que o senador Sergio Moro (ou alguém de sua família) felizmente não chegou a sofrer atentado a sua liberdade, a sua vida ou a sua integridade física. Ou seja, o crime de extorsão mediante sequestro inicialmente planejado e preparado, aparentemente pela organização criminosa PCC, não chegou a ser tentado”.
Entretanto, para Hardt a argumentação mostra-se precipitada, já que os fatos ainda estão sendo investigados e, segundo a juíza, há lacunas existentes que precisam ser preenchidas. Ela argumenta que é necessário seguir as outras diligências antes, bem como as oitavas dos envolvidos.
Sobre a transferência do caso para Justiça de São Paulo, o promotor argumenta que uma vez que o único crime de âmbito federal investigado seria o de extorsão mediante a sequestro, ela não deveria ser feita pela Vara de Curitiba.
Soares escreve no pedido: “as buscas, se forem confirmadas as expectativas da Polícia Federal, trarão, quanto aos objetos, no máximo mais elementos probatórios do crime de organização criminosa, mas tal crime é de competência estadual em regra se não houve (e no caso concreto não houve) tentativa ou consumação do crime federal investigado”.
O promotor completa que as demais infrações ” conexas ao crime de organização criminosa também são em regra de competência estadual: os crimes de posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso permitido ou restrito”.
Entretanto, Hardt deixou claro no despacho que o crime de extorsão mediante sequestro não teria sido o “único delito descortinado durante a investigação”, completando que os planos revelados mostram planejamento de ações em cidades com presídios federais, locais onde estão os chefes do PCC, o que, segundo a juíza, mantém o caso na esfera de atuação da Vara de Curitiba.
Hardt assumiu o inquérito na última terça-feira (21), após substituir a juíza Sandra Regina Soares que está de férias. A magistrada titular volta após o dia 31 de março.
A Justiça Federal do Paraná, órgão ao qual Hardt responde, emitiu uma nota que reitera que a retirada do sigilo processual foi pedido pelo delegado responsável pelo caso, e que foi protocolado nos autos do processo ainda na última quinta-feira (23), às 14h.
Uma das propostas da Chapa 2 – “Nova OAB” para fortalecer a inclusão dentro da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Mato Grosso (OAB-MT) é a criação de uma Comissão de Inclusão e Acessibilidade. De acordo com o candidato à presidência Pedro Paulo, o projeto visa garantir que advogados e advogadas que enfrentam dificuldades por conta de alguma deficiência encontrem portas abertas e todo suporte necessário dentro da entidade.
A ideia da implantação da comissão surgiu após sugestão da advogada Franciele Rahmeier, diagnosticada com transtorno do espectro autista. A jurista, que é candidata à secretária-geral da subseção de Primavera do Leste, declarou seu apoio a Pedro Paulo. Para ele, a Seccional mato-grossense precisa estar sempre aberta a ouvir, debater e criar medidas que garantam equidade também dentro da advocacia.
“Inclusão é conscientização. É ouvir, colocar-se no lugar do outro e permitir que cada um possa contribuir da melhor forma, com as suas experiências. Essa proposta vai auxiliar outros advogados e advogadas, que enfrentam as mesmas dificuldades da Drª Franciele, e assegurar a participação nas discussões sobre o tema em diversas esferas da política. Agradeço a ela por nos abrir os olhos para essa questão”, argumenta Pedro Paulo.
A advogada recebeu o diagnóstico há pouco mais de um ano, mas relata que desde antes tem enfrentado muitas dificuldades. Segundo ela, a principal é o julgamento preconceituoso que, muitas vezes, classifica essas pessoas como incapazes. Ainda conforme Franciele, dentro da própria OAB há esses obstáculos, principalmente quando se procura amparo para o desenvolvimento tranquilo da profissão.
“A gente precisa incluir para igualar essas classes. Tem muita gente que pergunta ‘cadê a OAB?’. A OAB, infelizmente, parece que tem medo de dar a cara a tapa em relação aos direitos que são nossos. O Pedro Paulo deu atenção a essa proposta não com teor político, mas com teor de acolhimento, no sentido de propor a mudança dessa realidade que temos hoje. Estávamos esquecidos e agora estamos sendo ouvidos”, afirma Franciele Rahmeier.
A chapa liderada por Pedro Paulo tem como vice-presidente a Drª Luciana Castrequini, como secretário-geral o Drº Daniel Paulo Maia Teixeira, a secretária-adjunta Drª Adriana Cardoso Sales de Oliveira e como tesoureiro o Drº Rodolpho Augusto Souza Vasconcellos Dias. O grupo, formado ainda por conselheiros titulares e suplentes, reúne membros da Capital e também de subseções do interior.