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MATO GROSSO

Juiz federal Vladimir Vitovsky fala sobre possibilidades e limites de uma justiça participativa

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Está no ar a 15ª edição do programa Explicando direito, na qual o juiz federal do Rio de Janeiro Vladimir Santos Vitovsky fala sobre a sua tese de doutorado, intitulada “Fora do processo, dentro da comunidade: Um estudo sobre as possibilidades e limites de uma justiça participativa”. O magistrado também é formador da Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados, a Enfam.
 
Conforme explicou, a concepção central da tese é que a atuação de magistrados e de magistradas não se limite somente ao atuar dentro do processo. “É importante conhecer a comunidade, conhecer a sociedade em que se vive, para melhor julgar e também fazer uma política de transparência do Poder Judiciário, explicando para a sociedade, para a comunidade, o quê que a gente julga, quais são as matérias que são judicializadas, o quê que é o direito. É uma proposta, também, de educação para os direitos, para os deveres, para a cidadania como um todo.”
 
Vladimir Vitovsky salientou que embora as questões analisadas pela Justiça Federal estejam presentes na vida de todos, na realidade o trabalho da instituição era desconhecido pela população em geral. “Então, partiu de uma necessidade de mostrar para a população o que é a Justiça Federal, o que faz a Justiça Federal. E conhecer também melhor a realidade dessa população, que nem sempre está presente nos processos. Então, ter esse contato com a realidade”, destacou.
 
Ao longo do programa, o magistrado contou um pouco sobre as ações de cidadania desenvolvidas no Estado do Rio de Janeiro, em comunidades como Cidade de Deus e o Complexo do Alemão, e a descoberta de diversas questões que existiam nesses locais e que escapavam ao conhecimento dos magistrados.
 
“A gente não tinha noção, porque isso não vem no processo, não está dentro do processo, nem chega a ser judicializado. (…) Então, essas ações pedagógicas de cidadania é o que a gente denomina dessa atuação do juiz fora do processo. Que o processo ele não emoldura, não traz completamente o conflito, a estrutura do conflito, o que está por detrás desse conflito, mas sim a atuação dentro da comunidade. A partir dessas ações pedagógicas de cidadania, desse contato, dessa relação dialógica, dessa aproximação maior que a gente tem. Devido ao êxito dessas iniciativas, dessas ações pedagógicas, a gente passou a incorporar essa atuação no curso de formação de magistrados”, observou.
 
O programa Explicando direito é uma iniciativa da Escola Superior da Magistratura de Mato Grosso (Esmagis-MT) que tem por objetivo desenvolver conhecimentos sobre temas jurídicos e sociais, visando ao aperfeiçoamento das relações humanas.
 
 
 
ParaTodosVerem: Essa matéria possui recursos de texto alternativo para promover a inclusão das pessoas com deficiência. Fotografia quadrada e colorida. Na lateral esquerda o ícone de play acompanhado do texto: Ouça agora no Spotify. Na parte superior central o logo do Programa Explicando Direito, a foto do convidado, com o tema da palestra e nome do magistrado, juiz Vladimir Vitovsky. Assina a peça a logo do Poder Judiciário de Mato Grosso e da Esmagis-MT.
 
Lígia Saito
Assessoria de Comunicação
Escola Superior da Magistratura de Mato Grosso (Esmagis-MT)

Fonte: Tribunal de Justiça de MT – MT

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MATO GROSSO

Penas impostas a réus de 5 vítimas retratadas em mostra somam 107 anos

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A edição 2024 dos “21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher” chegou à Sede das Promotorias de Justiça da Capital promovendo a conscientização sobre os diferentes tipos de agressão contra meninas e mulheres por meio da 1ª Mostra Fotográfica das Vítimas de Feminicídio em Cuiabá. Com apoio do Ministério Público, a exposição itinerante da Prefeitura Municipal de Cuiabá é realizada pela Secretaria Municipal da Mulher e ficará em cartaz no local até 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos.

Dos 11 réus autores dos feminicídios cometidos contra as vítimas retratadas na exposição fotográfica, cinco já foram submetidos a julgamento. Somadas, as penas aplicadas totalizam 107 anos de prisão. Entre os seis réus que ainda não foram julgados, somente Gilson Castelan de Souza, autor do feminicídio cometido contra Silbene Duroure da Guia, está foragido.

A mãe de uma das vítimas, Antônia Maria da Guia, que é avó de quatro netos e bisavó de uma menina de 9 anos, participou da solenidade de abertura da exposição fotográfica realizada nesta quinta-feira, 21 de novembro. Emocionada, a auxiliar judiciária clamou por justiça e lembrou do relacionamento conturbado da filha. “Foram cinco anos de relacionamento entre idas e vindas. Ela esperava que ele mudasse, mas isso não aconteceu. Então eu peço para as mulheres que, em qualquer sinal de violência, denunciem, busquem ajuda, não fiquem caladas. Precisamos parar com essa tragédia. Nenhuma mulher merece morrer”, disse.

De acordo com a procuradora de Justiça Elisamara Sigles Vodonós Portela, o estado de Mato Grosso registrou, em 2024, a morte de 40 mulheres, e cerca de 70 crianças entraram na estatística de órfãos do feminicídio. “Esta exposição é para apresentar quem são essas vítimas, quem são essas mulheres, mães, avós, filhas e o resultado do que aconteceu com esses assassinos. O Ministério Público tem se empenhado para a completa aplicação da Lei Maria da Penha. Hoje, com a alteração significativa no Código Penal, a punição mais severa na legislação brasileira é para o crime de feminicídio, e nós esperamos que isso possa causar impacto na redução desses números”.

A primeira-dama de Cuiabá, Márcia Pinheiro, reforçou a importância da visibilidade ao tema, destacando que a prevenção começa com debate, informação e ações que promovam segurança, justiça e igualdade. “Infelizmente, as marcas do feminicídio continuam a assombrar nossa sociedade. Vidas preciosas foram interrompidas pela brutalidade e pela misoginia. Quanto mais falamos, mais aprendemos, menos tememos e mais avançamos no fortalecimento da rede de enfrentamento à violência”, disse.

Para a secretária-adjunta da Mulher de Cuiabá, Elis Prates, ações de conscientização são essenciais: “É um momento de fortalecimento na luta pelo fim da violência contra a mulher, porque só assim conseguimos mudar essa realidade por uma sociedade mais justa, mais igualitária, para que todas possam fazer uso dos seus direitos como cidadãs brasileiras”, pontuou.

Fonte: Ministério Público MT – MT

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