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MATO GROSSO

Judiciário promove Círculos de Paz com mulheres assistidas pelo município, em Campo Verde

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Dezoito mulheres campo-verdense assistidas pelo Centro de Referência em Assistência Social (Cras) Santa Rosa, em Campo Verde, participaram na última segunda-feira (21) dos círculos de paz promovidos pelo Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejusc). A iniciativa integra o programa “Eu e você na Construção da Paz”, que foi instituído no município por meio da Lei Municipal nº 2.866/2022.
 
Para a coordenadora do Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejusc), juíza Maria Lúcia Prati, a promulgação da lei é um diferencial do programa na Comarca. “A aprovação de uma lei especifica, garantindo respaldo e disciplinando o trabalho dentro das escolas foi fundamental para o programa avançar. E foi fundamental para fazer frente à sobrecarga de conflitos sociais, absorvidos pelas escolas, o que no passado não acontecia. E quando o Judiciário se dedica a trabalhar de forma comprometida com a política educacional, os poderes municipais passam a receber um importante apoio, onde sozinhos, talvez não conseguissem”, explicou a magistrada.
 
O tema escolhido para discutir com o público-alvo foi o autocuidado, proporcionando um momento para olhar para si própria.
 
A professora aposentada, Neuzeli Marques, foi uma das quatro facilitadoras dos círculos no Cras. Ela avaliou positivamente a iniciativa. “São pessoas que já vivem em situação de vulnerabilidade e requerem cuidados e acolhimento. Foi perceptível que elas saíram bastante reflexivas sobre os assuntos abordados e todas manifestaram interesse em participar novamente dos círculos”, contou.
 
Neuzeli revelou que essa foi a realização que mais mexeu consigo. “Já participei de outros três ciclos em escolas, mas a intensidade das dores daquelas mulheres mexeu muito comigo”, reforçou.
 
“O tema autocuidado me chamou a atenção ainda no período de formação. Sempre fui envolvida com o social, seja em sala de aula, ou atuando como diretora, formadora, participante de conselho. Então sempre tive um olhar voltado para a atenção com a pessoa”, acrescentou.
 
Os círculos são um momento de acolhimento dos envolvidos, além de uma oportunidade para falar, ouvir e ser ouvido. A metodologia utilizada pelos facilitadores propõe a ressignificação dos conflitos, a partir de um olhar diferenciado sobre os problemas.
 
A condução é feita com diálogos bem estruturados, com o intuito de promover compreensão sobre as semelhanças dos desafios, dores e dificuldades vividas pelos participantes.
 
No âmbito da Secretaria Municipal de Assistência Social, o programa atende também o Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) e o Centro de Atenção Psicossocial (Caps). São o público-alvo nessa etapa os servidores, mulheres, gestantes, idosos, adolescentes do Programa Jovem Aprendiz, alunos de informática e pais/responsáveis de adolescentes com MSE.
 
Conforme dados do Cejusc, o programa já atendeu mais de 3.899 pessoas, sendo 3.534 alunos da rede pública, 282 educadores e servidores da Educação e 89 em parceria com a Assistência Social. Até o dia 16 de agosto, 297 círculos já haviam sido realizados.
 
Adellisses Magalhães
Coordenadoria de Comunicação da Presidência do TJMT
imprensa@tjmt.jus.br
 
 

Fonte: Tribunal de Justiça de MT – MT

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MATO GROSSO

Penas impostas a réus de 5 vítimas retratadas em mostra somam 107 anos

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A edição 2024 dos “21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher” chegou à Sede das Promotorias de Justiça da Capital promovendo a conscientização sobre os diferentes tipos de agressão contra meninas e mulheres por meio da 1ª Mostra Fotográfica das Vítimas de Feminicídio em Cuiabá. Com apoio do Ministério Público, a exposição itinerante da Prefeitura Municipal de Cuiabá é realizada pela Secretaria Municipal da Mulher e ficará em cartaz no local até 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos.

Dos 11 réus autores dos feminicídios cometidos contra as vítimas retratadas na exposição fotográfica, cinco já foram submetidos a julgamento. Somadas, as penas aplicadas totalizam 107 anos de prisão. Entre os seis réus que ainda não foram julgados, somente Gilson Castelan de Souza, autor do feminicídio cometido contra Silbene Duroure da Guia, está foragido.

A mãe de uma das vítimas, Antônia Maria da Guia, que é avó de quatro netos e bisavó de uma menina de 9 anos, participou da solenidade de abertura da exposição fotográfica realizada nesta quinta-feira, 21 de novembro. Emocionada, a auxiliar judiciária clamou por justiça e lembrou do relacionamento conturbado da filha. “Foram cinco anos de relacionamento entre idas e vindas. Ela esperava que ele mudasse, mas isso não aconteceu. Então eu peço para as mulheres que, em qualquer sinal de violência, denunciem, busquem ajuda, não fiquem caladas. Precisamos parar com essa tragédia. Nenhuma mulher merece morrer”, disse.

De acordo com a procuradora de Justiça Elisamara Sigles Vodonós Portela, o estado de Mato Grosso registrou, em 2024, a morte de 40 mulheres, e cerca de 70 crianças entraram na estatística de órfãos do feminicídio. “Esta exposição é para apresentar quem são essas vítimas, quem são essas mulheres, mães, avós, filhas e o resultado do que aconteceu com esses assassinos. O Ministério Público tem se empenhado para a completa aplicação da Lei Maria da Penha. Hoje, com a alteração significativa no Código Penal, a punição mais severa na legislação brasileira é para o crime de feminicídio, e nós esperamos que isso possa causar impacto na redução desses números”.

A primeira-dama de Cuiabá, Márcia Pinheiro, reforçou a importância da visibilidade ao tema, destacando que a prevenção começa com debate, informação e ações que promovam segurança, justiça e igualdade. “Infelizmente, as marcas do feminicídio continuam a assombrar nossa sociedade. Vidas preciosas foram interrompidas pela brutalidade e pela misoginia. Quanto mais falamos, mais aprendemos, menos tememos e mais avançamos no fortalecimento da rede de enfrentamento à violência”, disse.

Para a secretária-adjunta da Mulher de Cuiabá, Elis Prates, ações de conscientização são essenciais: “É um momento de fortalecimento na luta pelo fim da violência contra a mulher, porque só assim conseguimos mudar essa realidade por uma sociedade mais justa, mais igualitária, para que todas possam fazer uso dos seus direitos como cidadãs brasileiras”, pontuou.

Fonte: Ministério Público MT – MT

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