MATO GROSSO
Judiciário certifica 34 professores como facilitadores de círculos de paz e mediadores de conflitos
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11 meses atrásem
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oestenewsApós quase um ano de formação, os profissionais da Educação estão preparados para atuar na prevenção e mitigação de conflitos na comunidade escolar, promovendo um ambiente mais harmonioso de estudos e convivência.
O presidente do Núcleo Permanente de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos (Nupemec), desembargador Mário Roberto Kono de Oliveira, apontou a mediação escolar e familiar como uma forma de estabelecer diálogos horizontais, em que todos os participantes (diretor, coordenador, servidores, professores e alunos) têm o mesmo valor. “A mediação escolar traz uma forma de agregar a todos e ver todos numa posição de igualdade, onde todos podem contribuir para trazer sugestões de melhorias e soluções de problemas no âmbito escolar. Uma pessoa capacitada também poderá ajudar nessa célula mater que é a família, principalmente aprendendo a ter uma escuta ativa e uma visão ativa, onde ele vai descobrir certas alterações na criança, no estudante, e através depois do encaminhamento correto, pode se diagnosticar vários problemas familiares como violência doméstica, abuso sexual e tantos outros problemas que permeiam a sociedade. Então eu creio que é um grande passo, uma grande colaboração do Poder Judiciário nesse sistema”, avaliou.
Também parceiro do projeto de pacificação social, o procurador-geral de Justiça, Deosdete Cruz Júnior, do Ministério Público Estadual (MPMT), destacou comprometimento dos educadores que se prontificaram a levar a cultura de paz para dentro das escolas. “O ser humano está muito preocupado com a sua própria individualidade e está se esquecendo que nós vivemos em sociedade e precisamos ter esse comprometimento e esta dedicação. Esse certificado que vocês alcançaram hoje é um símbolo desse comprometimento. E eu tenho certeza do alcance da capacidade de transformação do trabalho que cada um dos facilitadores vai promover nas unidades escolares. Então, eu só tenho realmente a parabenizar por esse belíssimo projeto, agradecer a oportunidade do Ministério Público se colocar como parceiro do Tribunal de Justiça, parceiro da Secretaria de Educação do Estado e dos Municípios para que a gente possa semear a paz, fortalecer a justiça”, disse, citando o lema da gestão do Judiciário estadual.
Ela relata ainda que, durante o curso, realizou uma série de atividades práticas nas escolas estaduais e que o feedback foi o melhor possível. “Os alunos estão conhecendo agora essa ferramenta e, por onde a gente esteve e houve essa necessidade de aplicá-la, ela foi bem recebida. A gente faz um feedback para saber como eles estão recebendo essa novidade e são diversos depoimentos: que é maravilho, que conseguiu se expressar, compartilhar, ser ouvido. Então, hoje o ser humano em si tem a necessidade de ser ouvido e essa é uma ferramenta que veio para trazer essa oportunidade de ser ouvido”.
Diretora da Escola Estadual Professor Benedito de Carvalho, em Cuiabá, Rosângela Ferraça Roquette também já percebe mudanças nos lugares por onde colocou em prática os conhecimentos que adquiriu na formação. “Foi muito gratificante e bastante produtivo para minha profissão, mesmo porque estou sempre à frente de gestão e a gente tem um olhar diferente, tanto para os nossos alunos quanto para os nossos profissionais que atuam na escola. Nosso feedback é o comportamento. Após fazer o circulo, a gente percebe um comportamento diferente na turma. Os alunos começam a tratar uns aos outros de forma diferente, com mais respeito, empatia”, revela.
Diferentes métodos, um único objetivo: a paz. – Uma das precursoras dos métodos consensuais de solução de conflitos no Judiciário brasileiro, já tendo atuado à frente do Nupemec e atualmente do NugJur, a desembargadora Clarice Claudino explica a diferença entre a mediação de conflitos e o círculo de construção de paz. “Nós começamos, ainda quando estava no Nupemec, a oferecer, com a parceria do Ministério Público, a formação da mediação escolar, que é um procedimento mais complexo, mais elaborado, a formação é bem mais demorada. No entanto, ele é muito eficiente para situações mais delicadas, onde o conflito geralmente já está instalado e tem proporções, às vezes, mais abrangentes”, explica.
Quanto ao círculo de paz, ela destaca que também é feito em parceria com outras instituições, como Seduc e MPE. “Essa formação em facilitadores de círculos de construção de paz é uma metodologia muito potente, mas de uma simplicidade maior e de mais facilidade para formação dos facilitadores. É um procedimento mais rápido e de maior capilaridade, então a divulgação dele tem sido mais fácil porque não demora tanto para se ter um facilitador formado. Para se ter um mediador escolar formado, nós precisamos de uma carga horária teórica muito maior, e uma carga de estágio também bastante demorada. Ele precisa passar por diversas etapas”.
A presidente do TJMT ressalta que apesar da maior ênfase, atualmente nos círculos de construção de paz, que trabalha a prevenção dos conflitos, a mediação de conflitos segue como um importante serviço do Judiciário mato-grossense. “Essas duas práticas convergem para o mesmo objetivo, que é facilitar o diálogo, que é facilitar a comunicação, que é construir bons relacionamentos e, principalmente, a pacificação social”.
Também compareceram à cerimônia o coordenador do Núcleo Gestor da Justiça Restaurativa (NugJur) e juiz auxiliar da Presidência do TJMT, Túlio Duailibi Alves Souza; a juíza coordenadora do Núcleo Permanente de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos (Nupemec), Cristiane Padim da Silva; o juiz auxiliar da Corregedoria-Geral da Justiça, Lídio Modesto da Silva Filho; o coordenador do Centro de Apoio Operacional de Educação, promotor de justiça Miguel Slhessarenko Júnior; a secretária-adjunta de Educação de Cuiabá, Débora Marques Vilar; a secretária-adjunta de Educação de Várzea Grande, Maria Alice de Barros Silva, a coordenadora do Núcleo de Mediação Escolar da Seduc, Patrícia Simone da Silva Carvalho, demais servidores das Secretarias de Educação, mediadoras e mediadores, facilitadoras e facilitadores, que atuaram como instrutores nos cursos.
#Paratodosverem
Esta matéria possui recursos de texto alternativo para promover a inclusão das pessoas com deficiência visual. Foto 1: Autoridades e formandos mostrando seus certificados posam sorrindo para a foto. Eles estão no auditório do Tribunal. Foto 2: Desembargadora Clarice Claudino discursa no púlpito do auditório. Ela é uma senhora de pele branca, cabelos curtos, lisos e castanhos claros, olhos claros, usando camisa branca de bolinhas pretas, colete preto, brincos e colar prateados. Foto 3: Desembargador Mário Kono discursa no púlpito. Ele é um senhor de traços orientais, cabelo liso e grisalho, usando camisa branca de bolinhas pretas e terno azul marinho. Foto 4: Educadores fazem juramento, com a mão direita levantada. A oradora está à frente, no púlpito.
Celly Silva
Coordenadoria de Comunicação da Presidência do TJMT
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