O primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, anunciou nesta sexta-feira (9) que abandonaria uma viagem de quatro dias à Ásia Central depois de alertar sobre um possível “megaterremoto” no Japão, um dia depois de um tremor de magnitude 7,1 que deixou 14 feridos.
É a primeira vez que tal alerta é emitido desde que um novo sistema de alerta foi implementado após o devastador terremoto de 2011, que levou a um tsunami mortal e a um desastre nuclear.
“Como primeiro-ministro com a maior responsabilidade pela gestão da crise, decidi ficar no Japão durante pelo menos uma semana”, disse Kishida aos jornalistas.
O chefe de governo visitaria o Cazaquistão, o Uzbequistão e a Mongólia e tinha planejado participar numa cimeira que reunisse cinco países da região.
“A probabilidade de ocorrer outro forte terremoto é maior do que o normal, mas isso não indica que um terremoto ocorrerá com certeza”, disse a Agência Meteorológica do Japão (JMA) ao emitir seu alerta.
Entre Tóquio e a cidade de Osaka, no oeste do Japão, vários comboios de alta velocidade circulam esta sexta-feira a uma velocidade inferior como medida de precaução, informou a empresa ferroviária responsável pela sua operação, que alerta para possíveis atrasos com duração aproximada de um ano.
As autoridades instruíram as centrais nucleares a verificar o seu estado de preparação em caso de desastre.
Risco mais elevado, mas “ainda baixo”
No terremoto ocorrido na quinta-feira na ilha de Kyushu, no sul, semáforos e veículos foram danificados, mas nenhum dano significativo foi relatado.
A Agência de Gestão de Incêndios e Desastres informou que 14 pessoas ficaram feridas, duas delas gravemente.
No cruzamento de várias placas tectônicas ao longo do “Anel de Fogo” do Pacífico, o Japão é um dos países com maior atividade sísmica do mundo.
O arquipélago, onde vivem cerca de 125 milhões de pessoas, sofre cerca de 1.500 tremores por ano, a maioria deles de baixa magnitude.
Mesmo os terremotos mais fortes causam geralmente poucos danos, graças, em particular, à aplicação de normas de construção anti-sísmicas e à sensibilização do público para as medidas de emergência.
O governo japonês já havia estabelecido que havia uma probabilidade de 70% de que um “megaterremoto” atingisse o país nos próximos 30 anos.
Este tremor poderá afetar uma parte significativa da costa japonesa do Pacífico e ameaçar cerca de 300 mil pessoas, segundo especialistas.
“Embora seja impossível prever sismos, a ocorrência de um terremoto geralmente aumenta a probabilidade” de que outro ocorra, descrevem especialistas na newsletter especializada Earthquake Insights.
Mas segundo eles, mesmo quando aumenta o risco de um novo terremoto, ele permanece “sempre baixo”.
Os moradores “precisam garantir que tenham água suficiente em casa para cerca de uma semana após um possível terremoto. E talvez baterias para a lanterna” como precaução, como sempre, explica à AFP Robert Geller, professor emérito de sismologia da Universidade de Tóquio. .
“Mas fora isso, não há necessidade de fazer nada de especial.”
Em 1º de janeiro, pelo menos 318 pessoas morreram num poderoso terremoto que atingiu o centro do país.
O terremoto mais poderoso já registrado no Japão foi o de magnitude 9, ocorrido em 11 de março de 2011 na costa nordeste, que desencadeou um maremoto que deixou cerca de 18.500 pessoas mortas ou desaparecidas.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, confirmou nesta quinta-feira (12) que receberá seu homólogo chinês, Xi Jinping, em Kazan, no próximo mês de outubro, por ocasião da cúpula dos Brics.
O anúncio foi feito pelo mandatário russo durante encontro com o ministro das Relações Exteriores de Pequin, Wang Yi, em São Petersburgo, segundo a agência Interfax.
De acordo com Putin, as relações entre a China e a Rússia continuam a desenvolver-se “com muito sucesso em todas as direções”, incluindo a “coordenação no cenário internacional”.
Em imagens divulgadas pela mídia russa, Wang destacou que “o presidente Xi está muito feliz em aceitar o convite”.
“Nessa ocasião os dois chefes de Estado terão novas discussões estratégicas”, acrescentou o chanceler, destacando que ambos os líderes “estabeleceram uma confiança mútua sólida e uma amizade profunda”.
O ministro chinês chegou a São Petersburgo para participar da cúpula de altos funcionários e conselheiros de segurança nacional do bloco Brics. Sua visita também foi vista como uma oportunidade para lançar as bases do encontro presencial entre os líderes dos dois países.
A reunião dos Brics está marcada para acontecer entre 22 e 24 de outubro, na cidade russa de Kazan, e será o terceiro encontro presencial de 2024 entre Xi e Putin, poucas semanas antes das eleições presidenciais dos Estados Unidos, em novembro.
Formado inicialmente por Brasil, China, Índia e Rússia em 2009, o bloco foi ampliado com a adesão da África do Sul em 2010 e este ano incluiu vários outros países emergentes, como Egito e Irã. No início de setembro, a Turquia também apresentou um pedido de adesão ao bloco.