A ministra do Planejamento, Simone Tebet, ;disse nesta quinta-feira (23) que o governo já esperava a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) desta quarta-feira (24), que manteve a taxa básica de juros, a Selic, em 13,75% , maior patamar desde novembro de 2016, tornando o Brasil o país com o mair juro real do mundo. ;
“Não houve surpresa em relação à manutenção da taxa em 13,75% [ao ano]. Já esperávamos isso. Ainda que não quiséssemos isso, mas já esperávamos. Então vamos aguardar a ata. Assim como da outra vez, o comunicado saiu muito mais apertado do prevíamos. Vamos aguardar a ata. Que essa ata venha de forma imparcial e justa com o Brasil”, declarou.
A ata da reunião será divulgada na próxima terça-feira (28) e deve apontar os rumos da próxima decisão, que se dará daqui a 45 dias. ;O documento traz mais detalhes sobre a decisão da autarquia sobre a definição da taxa de juros.
Ainda ontem, no entanto, o BC emitiu um comunicado justificando que a decisão pela manutenção da Selic deve-se a maior persistência das pressões inflacionárias globais; ;a incerteza sobre o arcabouço fiscal e seus impactos sobre as expectativas para a trajetória da dívida pública e uma desancoragem maior, ou mais duradoura, das expectativas de inflação para prazos mais longos.
A entidade pontuou ainda que os juros “poderão ser ajustados” e que o BC “não hesitará em retomar o ciclo de ajuste [de alta da taxa básica] caso o processo de desinflação não transcorra como esperado”. ;
“No momento em que economia está retraindo, o Copom chega a sinalizar uma subida da taxa de juros. Lemos com muita atenção, mas achamos que realmente o comunicado preocupa bastante”, declarou Haddad ao deixar o Ministério da Fazenda.