O Exército de Israel comunicou nesta segunda-feira (1º) sua decisão de iniciar a retirada de milhares de soldados deslocados para a Faixa de Gaza , pelo menos de forma temporária. Este anúncio representa o maior recuo divulgado publicamente desde o início do conflito em outubro.
As Forças Armadas mencionaram o impacto na economia israelense após três meses de intensa mobilização em um conflito sem perspectiva de término à vista. Israel já vinha contemplando a redução de suas operações, enquanto os Estados Unidos, seu principal aliado, pressionavam pela tomada dessa decisão o mais rápido possível. Isso ocorre em um momento em que o número de mortes em Gaza continua a aumentar. Desde outubro, mais de 21 mil pessoas foram mortas no território palestino, de acordo com autoridades de saúde locais. Esse número inclui mais de 150 mortes apenas nas últimas 24 horas.
O porta-voz militar, Daniel Hagari, enfatizou que a decisão de desmobilizar parte dos soldados não implica em qualquer mudança nas intenções de Israel de prosseguir com as operações, e não fez menção aos pedidos dos Estados Unidos. Ele ressaltou ainda que alguns dos soldados que estão retornando para casa serão convocados novamente no próximo ano para cumprir serviço no Exército. Enquanto isso, os confrontos ao redor de Gaza permanecem intensos.
Segundo um comunicado das Forças Armadas, reservistas de pelo menos duas brigadas iniciarão seu retorno nesta semana, enquanto três brigadas voltarão para realizar treinamento. Estas brigadas podem incluir até quatro mil soldados, no entanto, não há um número oficial divulgado sobre a quantidade de militares presentes em Gaza.
“Essa movimentação deve aliviar de forma significativa os impactos econômicos e permitir que eles [tropas] ganhem força para atividades no próximo ano”, disseram os militares, em comunicado.
O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, deve retornar para Israel ainda em janeiro para tratar sobre a guerra, de acordo com o Tje New York Times, que ouviu fontes do governo. Na semana passada, em Washington, ao lado de Jake Sullivan, conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Blinken se reuniu com um assessor do primeiro-ministro de Israel, Bejamin Netanyahu. Os três discutiram a transição para uma fase diferente da guerra, para “maximizar o foco em alvos de grande importância do Hamas”, disse a fonte.
Israel retaliou o Hamas após um ataque liderado pelo grupo armado palestino resultar na morte de 1,2 mil pessoas em 7 de outubro. Autoridades israelenses relataram mais de 240 pessoas feitas reféns. Em resposta, Israel lançou uma campanha para remover o controle do Hamas sobre Gaza, mobilizando 350 mil reservistas.
A convocação gerou problemas econômicos adicionais para milhares de palestinos que deixaram suas casas próximas à fronteira com Gaza após os ataques. O Centro Taub de Estudos de Políticas Sociais, um centro de estudos israelense, previu uma retração de 2% na economia israelense no último trimestre de 2023. Segundo o centro, muitos abandonaram seus empregos para servir na linha de frente ou fecharam seus negócios nas cidades.
Líderes israelenses continuam a afirmar que o público deve se preparar para uma longa campanha militar, ao mesmo tempo em que críticos expressaram ceticismo sobre o alegado objetivo de eliminar o Hamas.
“Os objetivos da guerra requerem uma luta prolongada, e estamos nos preparando de acordo”, disse Hagari em entrevista coletiva na noite de domingo.
Eepresentantes do governo israelense, no entanto, afirmam que a guerra está sofrendo uma transição para uma nova fase, que teria mais ataques direcionados contra o Hamas do que uma invasão terrestre, como a que acontece hoje.
Na Faixa de Gaza, cerca de três meses de conflito fizeram com que aproximadamente 85% dos dois milhões de residentes abandonassem suas residências, conforme indicado pela ONU. Muitos agora buscam refúgio nas áreas cada vez menores consideradas seguras, localizadas no sul do território. Hospitais e escolas tornaram-se refúgios comuns, onde encontrar comida e água diariamente se tornou um desafio constante.
Os confrontos prosseguiram na segunda-feira, com o Hamas assumindo autoria de um ataque com mísseis pouco depois da meia-noite, levando centenas de pessoas a buscar abrigos na região central de Israel.
As forças israelenses também realizaram ataques em Gaza, atingindo alvos no norte e no centro do território, conforme declarado pelos militares nesta segunda-feira. Eles afirmaram que o objetivo desses ataques era um comandante militar do Hamas. Não houve confirmação do grupo palestino.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, confirmou nesta quinta-feira (12) que receberá seu homólogo chinês, Xi Jinping, em Kazan, no próximo mês de outubro, por ocasião da cúpula dos Brics.
O anúncio foi feito pelo mandatário russo durante encontro com o ministro das Relações Exteriores de Pequin, Wang Yi, em São Petersburgo, segundo a agência Interfax.
De acordo com Putin, as relações entre a China e a Rússia continuam a desenvolver-se “com muito sucesso em todas as direções”, incluindo a “coordenação no cenário internacional”.
Em imagens divulgadas pela mídia russa, Wang destacou que “o presidente Xi está muito feliz em aceitar o convite”.
“Nessa ocasião os dois chefes de Estado terão novas discussões estratégicas”, acrescentou o chanceler, destacando que ambos os líderes “estabeleceram uma confiança mútua sólida e uma amizade profunda”.
O ministro chinês chegou a São Petersburgo para participar da cúpula de altos funcionários e conselheiros de segurança nacional do bloco Brics. Sua visita também foi vista como uma oportunidade para lançar as bases do encontro presencial entre os líderes dos dois países.
A reunião dos Brics está marcada para acontecer entre 22 e 24 de outubro, na cidade russa de Kazan, e será o terceiro encontro presencial de 2024 entre Xi e Putin, poucas semanas antes das eleições presidenciais dos Estados Unidos, em novembro.
Formado inicialmente por Brasil, China, Índia e Rússia em 2009, o bloco foi ampliado com a adesão da África do Sul em 2010 e este ano incluiu vários outros países emergentes, como Egito e Irã. No início de setembro, a Turquia também apresentou um pedido de adesão ao bloco.