Um novo ataque israelense contra uma área que abrigava deslocados pela guerra em Rafah deixou “um grande número de vítimas”, informou o Crescente Vermelho nesta segunda-feira (27).
A Defesa Civil da Faixa de Gaza afirmou, porém, que ao menos 40 mortos foram localizados no campo de refugiados a noroeste de Rafah.
As forças de defesa de Israel (IDF) confirmaram que atacaram a área e afirmaram que “os detalhes estão sendo verificados”.
Desta forma, a ordem do Tribunal Internacional de Justiça de Haia para parar a ofensiva na zona sul do enclave palestino parece ter sido inútil.
A nova ofensiva surgiu no mesmo dia em que o Egito reabriu a passagem de Rafah por onde, após 20 dias de paralisação, entraram e depois passaram, uma vez inspecionados por Israel, os primeiros caminhões de ajuda humanitária destinados à travessia israelense de Kerem Shalom.
Agora, todos os olhos estão voltados para o Cairo, aonde a partir desta terça-feira (28), segundo informaram fontes egípcias à rede norte-americana CNN, poderão ser retomadas as negociações, mediadas pelo Egito, pelos Estados Unidos e pelo Catar, para uma possível trégua e a libertação dos mais de 120 reféns israelenses ainda detidos em Gaza.
Itália
Após o ataque, o ministro da Defesa da Itália, Guido Crosetto, disse que Israel está semeando ódio que afetará suas gerações futuras. “Tenho a impressão de que Israel está semeando ódio que afetará (seus) filhos e netos”, afirmou ele no evento SkyTg24 Live em Milão.
De acordo com o Crosetto, “o Hamas é uma coisa, o povo palestino é outra” e, portanto, Israel deveria “ter discernimento entre os dois. “Estamos convencidos de que Israel tinha que resolver o problema com o Hamas, mas, desde o primeiro dia, dissemos que tinha que ser resolvido de uma forma diferente”.
Para o ministro italiano, “com respeito a Rafah, todos os Estados concordaram que Israel tinha que parar” e não foram ouvidos.
“Agora olhamos a situação com desespero. Enfrentamos uma situação cada vez mais difícil em que o povo palestino está a ser espremido, sem ter em conta as dificuldades dramáticas e os direitos de homens, mulheres e crianças inocentes que nada têm a ver com o Hamas”, concluiu ele.
Ontem, a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, já havia feito um alerta para Israel “respeitar o direito internacional”.
“O que vejo é que Israel corre o risco de cair exatamente na armadilha que os fundamentalistas planejaram: forçar Israel a uma retaliação muito forte no território” para isolá-lo”, declarou.
Segundo ela, “isso está acontecendo e por esta razão acredito que devemos reiterar” que Israel “deve respeitar o direito internacional”.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, confirmou nesta quinta-feira (12) que receberá seu homólogo chinês, Xi Jinping, em Kazan, no próximo mês de outubro, por ocasião da cúpula dos Brics.
O anúncio foi feito pelo mandatário russo durante encontro com o ministro das Relações Exteriores de Pequin, Wang Yi, em São Petersburgo, segundo a agência Interfax.
De acordo com Putin, as relações entre a China e a Rússia continuam a desenvolver-se “com muito sucesso em todas as direções”, incluindo a “coordenação no cenário internacional”.
Em imagens divulgadas pela mídia russa, Wang destacou que “o presidente Xi está muito feliz em aceitar o convite”.
“Nessa ocasião os dois chefes de Estado terão novas discussões estratégicas”, acrescentou o chanceler, destacando que ambos os líderes “estabeleceram uma confiança mútua sólida e uma amizade profunda”.
O ministro chinês chegou a São Petersburgo para participar da cúpula de altos funcionários e conselheiros de segurança nacional do bloco Brics. Sua visita também foi vista como uma oportunidade para lançar as bases do encontro presencial entre os líderes dos dois países.
A reunião dos Brics está marcada para acontecer entre 22 e 24 de outubro, na cidade russa de Kazan, e será o terceiro encontro presencial de 2024 entre Xi e Putin, poucas semanas antes das eleições presidenciais dos Estados Unidos, em novembro.
Formado inicialmente por Brasil, China, Índia e Rússia em 2009, o bloco foi ampliado com a adesão da África do Sul em 2010 e este ano incluiu vários outros países emergentes, como Egito e Irã. No início de setembro, a Turquia também apresentou um pedido de adesão ao bloco.