O relator especial da ONU para o Direito à Alimentação, Michael Fakhri, afirmou nesta terça-feira (27) que Israel está intencionalmente fazendo com que os palestinos na Faixa de Gaza passem fome.
“Privar intencionalmente as pessoas de comida é claramente um crime de guerra. Do meu ponto de vista, esta é agora uma situação de genocídio”, disse, em entrevista ao Guardian.
Ele criticou a operação militar, destacando que “não há motivo para bloquear intencionalmente a passagem de ajuda humanitária ou destruir deliberadamente pequenos barcos de pesca, estufas e pomare, exceto para negar às pessoas acesso a comida”.
Para o especialista, as repercussões dessa situação são vistas nos graves níveis de desnutrição entre as crianças da Faixa de Gaza: “Isso terá um impacto de longo prazo na população em termos físicos, cognitivos e morais”.
Com base em investigações conduzidas em janeiro e contidas em um relatório da ONU, quase 16% das crianças com menos de dois anos – o equivalente a um em cada seis recém-nascidos – estão gravemente desnutridas no norte de Gaza, onde 300 mil pessoas estão praticamente presas sem ajuda alimentar.
Em Rafah, no sul, onde Israel está atualmente concentrando os ataques militares, a porcentagem de crianças (menores de dois anos) gravemente desnutridas é de 5%.
Antes do conflito, que começou após os ataques do Hamas em 7 de outubro, a desnutrição aguda afetava 0,8% das crianças com menos de cinco anos na Faixa de Gaza.
O relatório é do mês passado e, como alertou o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), a situação certamente piorou nas últimas semanas.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, confirmou nesta quinta-feira (12) que receberá seu homólogo chinês, Xi Jinping, em Kazan, no próximo mês de outubro, por ocasião da cúpula dos Brics.
O anúncio foi feito pelo mandatário russo durante encontro com o ministro das Relações Exteriores de Pequin, Wang Yi, em São Petersburgo, segundo a agência Interfax.
De acordo com Putin, as relações entre a China e a Rússia continuam a desenvolver-se “com muito sucesso em todas as direções”, incluindo a “coordenação no cenário internacional”.
Em imagens divulgadas pela mídia russa, Wang destacou que “o presidente Xi está muito feliz em aceitar o convite”.
“Nessa ocasião os dois chefes de Estado terão novas discussões estratégicas”, acrescentou o chanceler, destacando que ambos os líderes “estabeleceram uma confiança mútua sólida e uma amizade profunda”.
O ministro chinês chegou a São Petersburgo para participar da cúpula de altos funcionários e conselheiros de segurança nacional do bloco Brics. Sua visita também foi vista como uma oportunidade para lançar as bases do encontro presencial entre os líderes dos dois países.
A reunião dos Brics está marcada para acontecer entre 22 e 24 de outubro, na cidade russa de Kazan, e será o terceiro encontro presencial de 2024 entre Xi e Putin, poucas semanas antes das eleições presidenciais dos Estados Unidos, em novembro.
Formado inicialmente por Brasil, China, Índia e Rússia em 2009, o bloco foi ampliado com a adesão da África do Sul em 2010 e este ano incluiu vários outros países emergentes, como Egito e Irã. No início de setembro, a Turquia também apresentou um pedido de adesão ao bloco.