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Israel: conversas sobre reformas na Justiça devem ser abertas

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Reprodução/Twitter
Benjamin Netanyahu no terceiro mandato à frente de Israel

O governo de Israel e os partidos da oposição devem começar a debater as negociações acerca das reformas da Justiça nesta terça-feira (28). A mudança gerou diversas manifestações em todo o país nos últimos dias, com o estopim na última segunda-feira, o que levou ao adiamento da votação por parte do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.

As discussões estão longes de chegarem a um fim, o que levou ao gabinete do presidente de Israel, Isaac Herzog, convidar “as equipes de trabalho que representam a coalizão, Yesh Atid e o Partido da Unidade Nacional para uma primeira reunião de diálogo na residência do presidente em Jerusalém” nesta terça-feira, a partir das 19h30 no horário local.

As tensões e divisões no país pelas reformas chegam a cerca de três meses, culminando no primeiro-ministro cedendo nesta segunda-feira as pressões causadas pelas paralisações em aeroportos, hospitais, comércio e diversos outros setores . Além disso, milhares de opositores se reuniram à frente do parlamento em Jerusalém pedindo que a reforma não acontecesse.

Durante o discurso que foi televisionado, Netanyahu diz que a medida de adiar a votação visa “evitar a divisão na nação”, completando que o adiamento da segunda e terceira leitura será até “chegar a um amplo consenso”. As manifestações é considerada um das maiores já vista no país.

A oposição já havia recusado qualquer negociação acerca da reforma, até que o processo legislativo fosse interrompido. Já os ativistas prometem continuar os protestos. “Esta é outra tentativa de Netanyahu tentando iluminar o público israelense para enfraquecer o protesto e então decretar uma ditadura”, diz um dos manifestantes do Movimento Umbrella.

Em comunicado, o movimento completa: “não vamos parar o protesto até que o golpe judicial seja completamente parado”.

Reformas do Judiciário

A reforma consistia que aumentar o poder do governo, ao qual seria possível a escolha dos membros dos tribunais israelenses, além de permitir que o Parlamento do país (Knesset) pudesse derrubar decisões tidas pela Suprema Corte.

Os apoiadores do governo foram favoráveis à proposta, especialmente os partidos de extrema-direita, a qual são a sustentação da coalizão liderada pelo Likud, legenda do primeiro-ministro.

Entretanto, a ideia foi recebida com grande resistência por parte da população e dos setores liberais do país. Isso gerou diversos protestos contra a reforma, que perduram a cerca de 12 semanas consecutivas em cidades como Tel-Aviv e Jerusalém. Segundo eles, a reforma desmontará o sistema de independência entre os poderes, e seria o fim da democracia em Israel.

Alguns críticos dizem que Netanyahu possui motivos pessoais para a tentativa de controlar o Judiciário, uma vez que ele responde três processos por suborno, quebra de confiança e fraude, todos julgados pela Suprema Corte.

No fim da última semana, o ministro da Defesa, Yoav Gallant, foi demitido por Netanyahu por discursar defendendo que fosse abandonado a reforma pelo governo. A ação acabou gerando novos protestos espontâneos contra o governo.

Os partidos de extrema-direita criticaram a fala de Gallant, dizendo que não poderiam se “render á anarquia”. Entretanto, as divisões aumentaram nesta segunda-feira (27), após as centrais sindicais decretarem uma greve geral contra a proposta.

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Fonte: Internacional

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