O Irã voltou a ameaçar Israel nesta segunda-feira (15), enquanto a comunidade internacional trabalha para tentar esfriar as tensões no Oriente Médio e evitar que a situação saia de controle.
No último fim de semana, Teerã lançou centenas de mísseis e drones contra Israel, em retaliação ao ataque do início de abril contra sua embaixada em Damasco, na Síria, mas o bombardeio não causou danos significativos.
No entanto, segundo o ministro iraniano das Relações Exteriores, Hossein Amir-Abdollahian, o ataque foi apenas uma “advertência” para “desencorajar o regime sionista”. “Mas se Israel tomar uma nova ação contra o Irã, terá de enfrentar uma resposta muito mais forte”, disse o chanceler em conversa com seu homólogo russo, Sergei Lavrov.
Por sua vez, o embaixador de Israel na Itália, Alon Bar, acusou o Irã de provocar uma “escalada” da tensão no Oriente Médio. “Enquanto não encontrarmos um modo de frear o Irã, o risco de escalada continua existindo”, acrescentou.
Já o secretário-geral da ONU, António Guterres, alertou que é “fundamental evitar qualquer ação que possa causar grandes embates militares em mais frentes no Oriente Médio”. “Precisamos envolver ativamente todas as partes interessadas para prevenir uma nova escalada”, declarou.
Em sessão do Conselho de Segurança das Nações Unidas no último domingo (14), o Irã reivindicou seu direito à “autodefesa”, enquanto Israel cobrou sanções contra o regime dos aiatolás. O gabinete de guerra israelense também volta a se reunir nesta segunda-feira para examinar a situação.
A premiê italiana, Giorgia Meloni, também se pronunciou sobre a crise e reiterou a necessidade de “enviar mensagens de responsabilidade”. “Reforçamos nossa firme condenação ao ataque iraniano contra Israel, e acho muito importante ter uma desescalada naquela região”, salientou.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, confirmou nesta quinta-feira (12) que receberá seu homólogo chinês, Xi Jinping, em Kazan, no próximo mês de outubro, por ocasião da cúpula dos Brics.
O anúncio foi feito pelo mandatário russo durante encontro com o ministro das Relações Exteriores de Pequin, Wang Yi, em São Petersburgo, segundo a agência Interfax.
De acordo com Putin, as relações entre a China e a Rússia continuam a desenvolver-se “com muito sucesso em todas as direções”, incluindo a “coordenação no cenário internacional”.
Em imagens divulgadas pela mídia russa, Wang destacou que “o presidente Xi está muito feliz em aceitar o convite”.
“Nessa ocasião os dois chefes de Estado terão novas discussões estratégicas”, acrescentou o chanceler, destacando que ambos os líderes “estabeleceram uma confiança mútua sólida e uma amizade profunda”.
O ministro chinês chegou a São Petersburgo para participar da cúpula de altos funcionários e conselheiros de segurança nacional do bloco Brics. Sua visita também foi vista como uma oportunidade para lançar as bases do encontro presencial entre os líderes dos dois países.
A reunião dos Brics está marcada para acontecer entre 22 e 24 de outubro, na cidade russa de Kazan, e será o terceiro encontro presencial de 2024 entre Xi e Putin, poucas semanas antes das eleições presidenciais dos Estados Unidos, em novembro.
Formado inicialmente por Brasil, China, Índia e Rússia em 2009, o bloco foi ampliado com a adesão da África do Sul em 2010 e este ano incluiu vários outros países emergentes, como Egito e Irã. No início de setembro, a Turquia também apresentou um pedido de adesão ao bloco.