O atentado ocorrido na quarta-feira (3) no sul do Irã , teve sua contagem de vítimas revisada para baixo, de 105 para 84 mortes, conforme um novo balanço divulgado nesta quinta-feira (4) pelos serviços de emergência do país.
Jafar Miadfar, chefe dos serviços de emergência do Irã, anunciou na televisão estatal: “Segundo as últimas estatísticas, 84 pessoas morreram”. Ele também informou que o ataque resultou em “284 feridos”, dos quais “195 permanecem hospitalizados”.
Anteriormente, a imprensa estatal havia reportado 95 mortos e 181 feridos.
Nesta quanrta, duas explosões com um intervalo de 15 minutos, ocorreram nas proximidades da mesquita Saheb al Zaman, localizada em Kerman (sul), onde está situado o túmulo do general Qassem Soleimani.
Soleimani foi responsável pelas operações militares iranianas no Oriente Médio e foi assassinado pelos Estados Unidos no Iraque em 3 de janeiro de 2020.
As explosões aconteceram enquanto uma multidão prestava homenagens no quarto aniversário de sua morte.
Apesar da revisão para um número menor de vítimas, o ministro iraniano do Interior, Ahmad Vahidi, alertou sobre a possibilidade de o número de vítimas aumentar, considerando que alguns feridos estão em “estado crítico”.
A autoria do ataque não foi reivindicada até o momento, e o ocorrido se dá em um contexto de tensão no Oriente Médio. Um dia antes, o número dois do movimento islamista palestino Hamas, Saleh Al Aruri, aliado do Irã, faleceu em um ataque em Beirute, que autoridades libanesas atribuíram a Israel.
Com isso, cresce o temor de que o conflito entre Israel e Hamas possa se espalhar por todo o Oriente Médio. O Irã classificou o ataque como “terrorista”.
O ministro de Interior iraniano, Ahmad Vahidi, garantiu uma “resposta retumbante” ao ataque.
As autoridades iranianas desconfiam de um ataque suicida durante a caminhada. Segundo a imprensa local, as explosões ocorreram em uma rua próxima ao cemitério onde está enterrado o corpo de Soleimani está, na cidade de Kerman.
A morte de Soleimani provocou uma revolta no Irã. Ele foi morto por ataques orquestrados pelos Estados Unidos, em uma operação secreta ordenada pelo presidente da época, Donald Trump.
Na época, Soleimani liderava há 15 anos a Força Al Quds, uma unidade especial da Guarda Revolucionária do Irã.