O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Nasser Kanaani, informou nesta segunda-feira (16), durante uma coletiva de imprensa em Teerã, que o Hamas está disposto a libertar os quase 200 reféns caso Israel cesse os ataques aéreos na Faixa de Gaza. O grupo extremista, porém, não reconheceu ter feito a oferta, segundo informações do jornal The Times of Israel.
O Irã tem sido o principal país aliado do Hamas nas ostensivas contra Israel. Segundo Kanaani, membros do grupo extremista “declararam que estão prontos para tomar as medidas necessárias para libertar os cidadãos e civis detidos pelos grupos da resistência, mas argumentam que tais medidas exigem preparativos que são impossíveis sob o bombardeamento diário dos sionistas contra várias partes de Gaza”.
O Hamas afirmou que negociará os reféns em troca dos milhares de palestinos detidos em Israel. “Ouvimos da resistência [o Hamas] que eles não têm problemas em continuar resistindo”, afirmou Kanaani. “Eles disseram que a resistência tem capacidade militar para continuar resistindo no campo por muito tempo”.
Entenda a relação entre o Irã e o Hamas
Apesar do apoio enfático do país ao Hamas – o qual chama de “grupo de resistência” –, o Irã afirmou, durante comunicado à Organização das Nações Unidas (ONU) enviado no dia 9 de outubro, que não tem envolvimento nos ataques a Israel.
De acordo com uma reportagem publicada pelo Wall Street Journal no dia 8, membros de alto escalão do Hamas e Hezbollah (facção libanesa paramilitar que travou guerra contra Israel em 2006) teriam apontado que autoridades de segurança iranianas ajudaram a planejar o ataque e autorizado seu início.
Na quarta-feira (11), porém, uma outra reportagem do jornal trouxe informações de autoridades de inteligência dos Estados Unidos, que afirmaram que o Irã sabia dos possíveis ataques do Hamas, mas sem ter conhecimento acerca da escala e o momento exato que deveriam ocorrer.
“Apoiamos enfaticamente a Palestina, no entanto, não estamos envolvidos na resposta da Palestina, uma vez que ela é tomada exclusivamente pela própria Palestina”, diz o comunicado do Irã à ONU. “As medidas resolutas tomadas pela Palestina constituem uma defesa totalmente legítima contra sete décadas de ocupação opressiva e crimes hediondos cometidos pelo regime sionista ilegítimo”.
No X (antigo Twitter), o líder do Irã, Aiatolá Ali Khamenei, elogiou a ofensiva do Hamas: “o regime sionista será erradicado pelas mãos do povo palestino e das forças de resistência em toda a região”.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, confirmou nesta quinta-feira (12) que receberá seu homólogo chinês, Xi Jinping, em Kazan, no próximo mês de outubro, por ocasião da cúpula dos Brics.
O anúncio foi feito pelo mandatário russo durante encontro com o ministro das Relações Exteriores de Pequin, Wang Yi, em São Petersburgo, segundo a agência Interfax.
De acordo com Putin, as relações entre a China e a Rússia continuam a desenvolver-se “com muito sucesso em todas as direções”, incluindo a “coordenação no cenário internacional”.
Em imagens divulgadas pela mídia russa, Wang destacou que “o presidente Xi está muito feliz em aceitar o convite”.
“Nessa ocasião os dois chefes de Estado terão novas discussões estratégicas”, acrescentou o chanceler, destacando que ambos os líderes “estabeleceram uma confiança mútua sólida e uma amizade profunda”.
O ministro chinês chegou a São Petersburgo para participar da cúpula de altos funcionários e conselheiros de segurança nacional do bloco Brics. Sua visita também foi vista como uma oportunidade para lançar as bases do encontro presencial entre os líderes dos dois países.
A reunião dos Brics está marcada para acontecer entre 22 e 24 de outubro, na cidade russa de Kazan, e será o terceiro encontro presencial de 2024 entre Xi e Putin, poucas semanas antes das eleições presidenciais dos Estados Unidos, em novembro.
Formado inicialmente por Brasil, China, Índia e Rússia em 2009, o bloco foi ampliado com a adesão da África do Sul em 2010 e este ano incluiu vários outros países emergentes, como Egito e Irã. No início de setembro, a Turquia também apresentou um pedido de adesão ao bloco.