Uma das instituições contempladas neste ano pelo Programa Pontos de Esporte e Lazer, do Governo de Mato Grosso, é o Grêmio Recreativo e Esportivo Rotam, organização social da Polícia Militar. Os materiais esportivos adquiridos por meio do edital promovido pela Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer (Secel-MT) foram apresentados nessa quarta-feira (23.08). Ao todo, 59 entidades foram beneficiadas.
Cada instituição selecionada no edital do programa Pontos de Esporte e Lazer recebeu o valor R$ 40 mil. Nesta última edição, o investimento do Governo de Mato Grosso totaliza quase R$ 2,4 milhões para beneficiar projetos que garantem o acesso às práticas esportivas e à cidadania em todo o Estado.
“É uma satisfação muito grande estar como presidente do Grêmio nessa missão maravilhosa. Quero agradecer à Secel por essa ajuda tão necessária para o fortalecimento do processo de prevenção primária que realizamos por meio das práticas esportivas”, destacou a presidente do Grêmio Recreativo e Esportivo Rotam, sargento PM Luciana Jucá.
A organização social atende atualmente cerca de 500 crianças e adolescentes de Cuiabá e região, com aulas de jiu-jitsu, cujos treinos acontecem no bairro Dom Aquino, e de futebol, na região do Coxipó.
Para o secretário adjunto de Esporte e Lazer da Secel, David Moura, o Grêmio Esportivo atende um dos principais requisitos do programa, que é a efetivação do direito ao esporte e lazer, principalmente para segmentos e populações mais vulneráveis.
“Com o programa Pontos de Esporte e Lazer, conseguimos fazer chegar os recursos do Estado na ponta, fomentando ações que evidenciem benefícios esportivos e sociais oferecidos às comunidades. Ficamos muito felizes em ajudar a melhorar e ampliar o projeto do Grêmio da Rotam, pois sabemos que todos aqui se dedicam ao máximo nessa missão, e sucesso é sempre conseguir entregar o máximo, seja no esporte, na gestão pública, na vida”, expõe.
Todas as 59 organizações da sociedade civil contempladas no edital realizam o atendimento ao interesse social e coletivo com atividades esportivas há pelo menos dois anos. A lista completa está disponível no site da Secel.
Foram beneficiadas instituições de vários municípios mato-grossenses, como o Instituto Desportivo Presbiteriano, de Alta Floresta, o Centro de Reabilitação Louis Braille, de Rondonópolis, a Associação Atlética, de Itaúba, o Instituto Germinando Sons, de Campo Verde, a Associação Mestre Maizena, de Canarana.
As ações atendidas abrangem variadas modalidades, que incluem atletismo, arqueirismo, boxe, capoeira, futebol, vôlei, karatê, judô, handebol e também práticas paradesportivas. Outra característica da seleção é a diversidade de campos de atuação das propostas contempladas, envolvendo esporte de inclusão, combate às drogas, cidadania e educação, descobrimento de novos talentos esportivos, dentre outros.
“Temos gratidão por todo o apoio e confiança da Secel e do Governo do Estado a esse projeto. É um apoio que vem aumentar ainda mais nossa responsabilidade de buscar mais resultados e mostrar que o investimento feito aqui está sendo bem utilizado e aplicado em benefício das crianças e jovens que precisam dessa oportunidade”, enfatiza o comandante do Batalhão de Rondas Ostensivas Tático Móvel (Rotam), tenente-coronel Gibson Almeida.
A edição 2024 dos “21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher” chegou à Sede das Promotorias de Justiça da Capital promovendo a conscientização sobre os diferentes tipos de agressão contra meninas e mulheres por meio da 1ª Mostra Fotográfica das Vítimas de Feminicídio em Cuiabá. Com apoio do Ministério Público, a exposição itinerante da Prefeitura Municipal de Cuiabá é realizada pela Secretaria Municipal da Mulher e ficará em cartaz no local até 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos.
Dos 11 réus autores dos feminicídios cometidos contra as vítimas retratadas na exposição fotográfica, cinco já foram submetidos a julgamento. Somadas, as penas aplicadas totalizam 107 anos de prisão. Entre os seis réus que ainda não foram julgados, somente Gilson Castelan de Souza, autor do feminicídio cometido contra Silbene Duroure da Guia, está foragido.
A mãe de uma das vítimas, Antônia Maria da Guia, que é avó de quatro netos e bisavó de uma menina de 9 anos, participou da solenidade de abertura da exposição fotográfica realizada nesta quinta-feira, 21 de novembro. Emocionada, a auxiliar judiciária clamou por justiça e lembrou do relacionamento conturbado da filha. “Foram cinco anos de relacionamento entre idas e vindas. Ela esperava que ele mudasse, mas isso não aconteceu. Então eu peço para as mulheres que, em qualquer sinal de violência, denunciem, busquem ajuda, não fiquem caladas. Precisamos parar com essa tragédia. Nenhuma mulher merece morrer”, disse.
De acordo com a procuradora de Justiça Elisamara Sigles Vodonós Portela, o estado de Mato Grosso registrou, em 2024, a morte de 40 mulheres, e cerca de 70 crianças entraram na estatística de órfãos do feminicídio. “Esta exposição é para apresentar quem são essas vítimas, quem são essas mulheres, mães, avós, filhas e o resultado do que aconteceu com esses assassinos. O Ministério Público tem se empenhado para a completa aplicação da Lei Maria da Penha. Hoje, com a alteração significativa no Código Penal, a punição mais severa na legislação brasileira é para o crime de feminicídio, e nós esperamos que isso possa causar impacto na redução desses números”.
A primeira-dama de Cuiabá, Márcia Pinheiro, reforçou a importância da visibilidade ao tema, destacando que a prevenção começa com debate, informação e ações que promovam segurança, justiça e igualdade. “Infelizmente, as marcas do feminicídio continuam a assombrar nossa sociedade. Vidas preciosas foram interrompidas pela brutalidade e pela misoginia. Quanto mais falamos, mais aprendemos, menos tememos e mais avançamos no fortalecimento da rede de enfrentamento à violência”, disse.
Para a secretária-adjunta da Mulher de Cuiabá, Elis Prates, ações de conscientização são essenciais: “É um momento de fortalecimento na luta pelo fim da violência contra a mulher, porque só assim conseguimos mudar essa realidade por uma sociedade mais justa, mais igualitária, para que todas possam fazer uso dos seus direitos como cidadãs brasileiras”, pontuou.