Você já ficou rolando na cama sem conseguir pegar no sono ? Tudo bem se isso acontecer uma vez na vida, mas se for algo frequente talvez seja a hora de buscar ajuda. O problema é considerado insônia quando a dificuldade para dormir se torna persistente por mais de três meses.
Diferente do que se pensa, a insônia pode ser à noite , antes de dormir, dificuldade de manter o sono e também o despertar antes do horário habitual, explica o neurologista, especialista em transtornos do sono, André Ferreira. “ A insônia ocorre apesar da oportunidade e das circunstâncias adequadas para o sono e resulta em alguma forma de comprometimento do nosso funcionamento durante o dia “, afirma.
Segundo a diretriz de 2019 da Organização Mundial da Saúde (OMS), adultos de 18 a 60 anos devem ter sete ou mais horas de sono por noite, no entanto, diversos fatores determinam a quantidade de sono que um indivíduo precisa. E esse déficit pode ser percebido no dia a dia com diversos sintomas.
Entre as queixas principais ao longo do dia estão fadiga, mal-estar, déficit de atenção, déficit de concentração, desempenho social, familiar, ocupacional ou acadêmico prejudicado, alterações de humor/irritabilidade, sonolência diurna, problemas comportamentais (por exemplo, hiperatividade, impulsividade, agressão), perda de motivação e energia, iniciativa reduzida, maior propensão a erros/acidentes, preocupações ou insatisfação com o sono. A manutenção da conectividade do cérebro e inclusive favorecer o desenvolvimento de síndromes demenciais.
Quais são as causas para o problema?
Com causa multifatorial, o neurologista diz que a predisposição genética é um dos motivos para a insônia. “ Essa vulnerabilidade genética associada a fatores como depressão, estresse, sedentarismo, traumas psíquicos graves, fumo, etilismo, favorece o desenvolvimento de um estado de hiperalerta “, explica Ferreira.
Esse estado de hiperalerta, segundo especialista, tem manifestações psíquicas facilmente perceptíveis pelo paciente, tais como pensamentos reverberantes, preocupações frequentes, ansiedade, expectativa de sono não realista (achar que dorme menos do que realmente dorme) e preocupação exagerada com as possíveis consequências da insônia (medo do que ela pode vir a causar).
Existem ainda os fatores de risco para o desenvolvimento de insônia como consumo excessivo de bebidas estimulantes e de substâncias psicoativas, baixo nível socioeconômico, desemprego, baixo nível educacional, sofrimento psicológico e preocupação excessiva e patológica com a própria saúde.
Primeiramente, é preciso que o paciente entenda que a insônia é uma doença e que precisa ser tratada e acompanhada por um médico. A automedicação, além de não resolver, pode piorar o quadro. É importante buscar suas possíveis causas com uma história clínica detalhada, que posteriormente será acompanhada de orientações para higiene do sono, possível terapia cognitivo comportamental e uso de medicamentos, quando indicados pelo médico.
Mais comum em mulheres e idosos
Ser mulher e idoso também por si só também é um fator de risco. “O sono é regulado por vários mecanismos internos que envolvem neurotransmissores, hormônios e peptídeos. Não está claro se o sono é regulado da mesma maneira por ambos os sexos, já que muitos desses mecanismos são sexualmente distintos e também estão associados aos hormônios sexuais.
“Em relação às mulheres, os hormônios sexuais femininos, incluindo o hormônio luteinizante (LH) e a progesterona, podem alterar os ritmos circadianos e também perturbar o sono. Além disso, muitas mulheres relatam aumento dos sintomas de insônia durante a transição para a menopausa. As diminuições nos hormônios reprodutivos femininos estão associadas à diminuição da síntese e secreção de melatonina, que pode posteriormente afetar o sono”, comenta Ferreira.
Já no idoso, alterações fisiológicas do envelhecimento, fatores ambientais e doenças crônicas contribuem. O envelhecimento ocorre junto com alterações significativas no sono e no ritmo circadiano, que é o mecanismo que permite que o organismo se ajuste à duração do dia e da noite, sincronizando as funções fisiológicas com o período de 24 horas.
Uma das propostas da Chapa 2 – “Nova OAB” para fortalecer a inclusão dentro da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Mato Grosso (OAB-MT) é a criação de uma Comissão de Inclusão e Acessibilidade. De acordo com o candidato à presidência Pedro Paulo, o projeto visa garantir que advogados e advogadas que enfrentam dificuldades por conta de alguma deficiência encontrem portas abertas e todo suporte necessário dentro da entidade.
A ideia da implantação da comissão surgiu após sugestão da advogada Franciele Rahmeier, diagnosticada com transtorno do espectro autista. A jurista, que é candidata à secretária-geral da subseção de Primavera do Leste, declarou seu apoio a Pedro Paulo. Para ele, a Seccional mato-grossense precisa estar sempre aberta a ouvir, debater e criar medidas que garantam equidade também dentro da advocacia.
“Inclusão é conscientização. É ouvir, colocar-se no lugar do outro e permitir que cada um possa contribuir da melhor forma, com as suas experiências. Essa proposta vai auxiliar outros advogados e advogadas, que enfrentam as mesmas dificuldades da Drª Franciele, e assegurar a participação nas discussões sobre o tema em diversas esferas da política. Agradeço a ela por nos abrir os olhos para essa questão”, argumenta Pedro Paulo.
A advogada recebeu o diagnóstico há pouco mais de um ano, mas relata que desde antes tem enfrentado muitas dificuldades. Segundo ela, a principal é o julgamento preconceituoso que, muitas vezes, classifica essas pessoas como incapazes. Ainda conforme Franciele, dentro da própria OAB há esses obstáculos, principalmente quando se procura amparo para o desenvolvimento tranquilo da profissão.
“A gente precisa incluir para igualar essas classes. Tem muita gente que pergunta ‘cadê a OAB?’. A OAB, infelizmente, parece que tem medo de dar a cara a tapa em relação aos direitos que são nossos. O Pedro Paulo deu atenção a essa proposta não com teor político, mas com teor de acolhimento, no sentido de propor a mudança dessa realidade que temos hoje. Estávamos esquecidos e agora estamos sendo ouvidos”, afirma Franciele Rahmeier.
A chapa liderada por Pedro Paulo tem como vice-presidente a Drª Luciana Castrequini, como secretário-geral o Drº Daniel Paulo Maia Teixeira, a secretária-adjunta Drª Adriana Cardoso Sales de Oliveira e como tesoureiro o Drº Rodolpho Augusto Souza Vasconcellos Dias. O grupo, formado ainda por conselheiros titulares e suplentes, reúne membros da Capital e também de subseções do interior.