O influenciador Igor Viana, suspeito de desviar doações destinadas à sua filha com paralisia cerebral, não demonstrou arrependimento e afirmou que faria tudo novamente, conforme informou a delegada Aline Lopes, responsável pela investigação. A delegada revelou que as ofensas de Igor contra a filha nas redes sociais eram ironias para gerar engajamento. O influenciador foi preso em Goiânia.
“Ele não admitiu nada, não demonstrou qualquer tipo de arrependimento e disse que faria tudo novamente”, declarou a delegada. Igor foi preso pela Polícia Civil na última sexta-feira (2), em cumprimento a um mandado expedido no dia anterior. Ele foi encontrado em uma kitnet universitária no Setor Jardim Goiás, onde estava há cerca de 15 dias. A defesa de Igor afirmou ter sido pega de surpresa com a prisão e que ele colaborou com a investigação, prestando todos os esclarecimentos e fornecendo os documentos e objetos solicitados.
A investigação revelou que Igor deixava a menina se engasgar para expor os momentos nas redes sociais. “As fonoaudiólogas que atendiam a criança afirmaram em depoimento que ele sabia a forma correta de segurar e alimentar, mas fazia errado para expô-la mesmo, e que isso a deixava em risco de broncoaspiração, e até morrer”, detalhou Aline Lopes.
De acordo com a delegada, Igor justificou as denúncias dizendo que a filha se engasga com frequência e que a segurava de forma inadequada porque “faz isso de olhos fechados”, alegando não encontrar dificuldades.
Mudanças
O influenciador mudou-se várias vezes desde que as investigações começaram, conforme informado pela delegada Aline Lopes. Além da kitnet onde foi preso, ele também se hospedou em hotel e motel. “Ele saiu de Anápolis, e estava migrando de um apartamento para o outro. Motel, hotel, apartamento locado por aplicativo… passou por vários. Pedia comida por aplicativo praticamente todos os dias”, detalhou a delegada.
À polícia, Igor justificou a mudança de Anápolis para Goiânia afirmando que estava se sentindo ameaçado na cidade anterior. Igor e a mãe da criança são investigados por estelionato, desvio de proventos de pessoa deficiente, discriminação de pessoa com deficiência, constrangimento de criança e maus-tratos. A criança está sob os cuidados da avó paterna.
O caso
O caso começou a ser investigado após a Polícia Civil receber denúncias sobre o mau cuidado da criança. Foram encontrados vídeos em que Igor causava constrangimento à filha. Em um dos vídeos investigados, ele chama a filha de inútil após pedir que ela vá ao mercado.
Na internet, Igor compartilhava a rotina da filha, mas em algumas postagens também debochava da criança. Em um áudio enviado ao g1, o influenciador chamou os seguidores que fizeram doações à menina de 2 anos de “trouxas”. Além de Igor, a mãe da criança também é investigada pela polícia.
O influenciador admitiu à polícia que fingia brigas para comover os seguidores. Segundo a delegada Aline Lopes, Igor confirmou que as ofensas contra a filha nas redes sociais eram ironias para aumentar o engajamento. “Ele confirma que havia um combinado entre ele e a mãe da menina para produzir um tipo de conteúdo simulando brigas e confusões na intenção de engajar seguidores”, contou Aline.
O influenciador também alegou que não era obrigado a usar o dinheiro recebido apenas para a menina. Em áudios enviados à reportagem, Igor afirmou que a criança “é chata” e que lhe dá muito trabalho. “Eu não imaginava que uma criança que tem 10% do cérebro funcionando fosse tão chata e pudesse me dar tanto problema. A vontade, às vezes, é de largar na porta do orfanato e deixar alguém se virar, alguém tomar conta”, finalizou.
Nota da defesa de Igor Viana
“A defesa do sr. Igor de Oliveira Viana vem esclarecer que até o presente momento não teve acesso à representação da autoridade policial pela prisão de Igor Viana, nem mesmo à decisão judicial que decretou a prisão, haja vista que a representação e a decisão tramitam em sigilo na comarca de Anápolis-GO.
Informamos que é com grande surpresa que recebemos a notícia da prisão de Igor Viana, que colaborou com toda a investigação, já prestou esclarecimentos à autoridade policial e forneceu todos os documentos e objetos que foram solicitados.
A defesa esclarece que não há qualquer fato novo ou contemporâneo que pudesse justificar o pedido de prisão preventiva de Igor. Por fim, a defesa informa que assim que tiver acesso à decisão, tomará as medidas cabíveis a fim de demonstrar a desnecessidade da prisão preventiva do acusado.”
Uma das propostas da Chapa 2 – “Nova OAB” para fortalecer a inclusão dentro da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Mato Grosso (OAB-MT) é a criação de uma Comissão de Inclusão e Acessibilidade. De acordo com o candidato à presidência Pedro Paulo, o projeto visa garantir que advogados e advogadas que enfrentam dificuldades por conta de alguma deficiência encontrem portas abertas e todo suporte necessário dentro da entidade.
A ideia da implantação da comissão surgiu após sugestão da advogada Franciele Rahmeier, diagnosticada com transtorno do espectro autista. A jurista, que é candidata à secretária-geral da subseção de Primavera do Leste, declarou seu apoio a Pedro Paulo. Para ele, a Seccional mato-grossense precisa estar sempre aberta a ouvir, debater e criar medidas que garantam equidade também dentro da advocacia.
“Inclusão é conscientização. É ouvir, colocar-se no lugar do outro e permitir que cada um possa contribuir da melhor forma, com as suas experiências. Essa proposta vai auxiliar outros advogados e advogadas, que enfrentam as mesmas dificuldades da Drª Franciele, e assegurar a participação nas discussões sobre o tema em diversas esferas da política. Agradeço a ela por nos abrir os olhos para essa questão”, argumenta Pedro Paulo.
A advogada recebeu o diagnóstico há pouco mais de um ano, mas relata que desde antes tem enfrentado muitas dificuldades. Segundo ela, a principal é o julgamento preconceituoso que, muitas vezes, classifica essas pessoas como incapazes. Ainda conforme Franciele, dentro da própria OAB há esses obstáculos, principalmente quando se procura amparo para o desenvolvimento tranquilo da profissão.
“A gente precisa incluir para igualar essas classes. Tem muita gente que pergunta ‘cadê a OAB?’. A OAB, infelizmente, parece que tem medo de dar a cara a tapa em relação aos direitos que são nossos. O Pedro Paulo deu atenção a essa proposta não com teor político, mas com teor de acolhimento, no sentido de propor a mudança dessa realidade que temos hoje. Estávamos esquecidos e agora estamos sendo ouvidos”, afirma Franciele Rahmeier.
A chapa liderada por Pedro Paulo tem como vice-presidente a Drª Luciana Castrequini, como secretário-geral o Drº Daniel Paulo Maia Teixeira, a secretária-adjunta Drª Adriana Cardoso Sales de Oliveira e como tesoureiro o Drº Rodolpho Augusto Souza Vasconcellos Dias. O grupo, formado ainda por conselheiros titulares e suplentes, reúne membros da Capital e também de subseções do interior.