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Indígena diz que é preciso entender olhar de comunidades amazônicas

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Um dos principais objetivos da Cúpula da Amazônia – encontro que reunirá chefes de Estado da região nos dias 8 e 9 deste mês em Belém – é viabilizar atividades ambientalmente sustentáveis que garantam a subsistência das comunidades locais – o que inclui as comunidades indígenas. Para atingir esse objetivo, é fundamental que governos e sociedade entendam, antes de tudo, algumas diferenças conceituais que os povos indígenas têm até mesmo de palavras como “economia” e “floresta”, diz a assessora política e representante internacional da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), Ângela Kaxuyana, do povo Kahyana.Economia

“O conceito de economia, para os indígenas, é muito mais amplo e pouco conhecido por aqueles que enxergam a economia como algo apenas monetarista”, disse à Agência Brasil a representante da Coiab.

Ângela Kaxuyana explicou que se trata de uma concepção muito mais ampla e profunda sobre economia. “Primeiro, porque a nossa economia, em si, não está limitada à monetarização. Para nós, a economia é muito além disso. Nossa economia é a base de uma qualidade de vida que possa garantir segurança de vida aos povos indígenas.” Ela afirmou que, para as comunidades locais, há várias alternativas e potenciais dentro dessa existência da biodiversidade na Amazônia.

“São os recursos naturais e o próprio aproveitamento de recursos naturais, com o artesanato, o extrativismo da castanha e da farinha. São produtos que a própria natureza dá. São riquezas muito pouco valorizadas.” Segundo a representante da Coiab, são produtos que, às vezes, até podem ser valorizados, mas o problema é que, na ótica de muitos não indígenas, “não se valora a existência desses recursos.

Ângela disse que os recursos disponíveis não alteram o que os indígenas se propõem a proteger, que é a floresta em pé, que não tem um valor significado posto. “A sociedade coloca valor ou monetariza apenas o que é importante para ela, e não necessariamente o que é importante para a gente”, acrescentou.

Floresta

Para lidar com os problemas causados pelas mudanças climáticas, é necessário também que as autoridades entendam a diferença conceitual de outra palavra: “floresta”, que, para os indígenas, também tem significado muito mais amplo do que o apresentado em dicionários. “Quando a gente fala de floresta, não é apenas árvores em pé. É a floresta como um todo. Com o que está inserido nela, inclusive do ponto de vista cultural e espiritual.”

Segundo Ângela, tudo isso tem por base a sabedoria ancestral, os conhecimentos tradicionais, as técnicas e as tecnologias indígenas para a preservação de florestas. “E, por isso, governos e sociedade precisam nos reconhecer e nos inserir como parte principal e como solução e saída para que, de fato, a gente cumpra com esse discurso do equilíbrio do clima e do futuro da Amazônia”, argumentou.

Portanto, não adianta e não é possível pensar em um plano, em um caminho sobre o futuro da Amazônia sem os povos indígenas e sem garantir os seus direitos territoriais. Os territórios indígenas são o que mantém o equilíbrio de toda essa situação de preocupação do descontrole do clima, complementou.

Diálogos

É exatamente na busca por sugestões que tenham, como ponto de partida, olhares diferenciados, como o apresentado pela Coiab – e por líderes indígenas e comunitários como Ângela Kaxuyana – que foi organizado um evento prévio à Cúpula da Amazônia: o Diálogos Amazônicos, que reunirá, de sexta-feira (4) a domingo (6), representantes de entidades, movimentos sociais, academia, centros de pesquisa e agências governamentais do Brasil e demais países amazônicos, com o objetivo de formular sugestões para a reconstrução de políticas públicas sustentáveis para a região.

O resultado desses debates será apresentado aos chefes de Estado durante a reunião da Cúpula da Amazônia.

Segundo a representante da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira, os dois eventos podem, de fato, cumprir o papel de ajudar as comunidades locais, desde que dê voz a elas, e levando em conta seus conhecimentos para a definição de políticas e estratégias para a região.

Participação igualitária

Isso envolve não apenas as comunidades indígenas, mas também quilombolas, extrativistas, ribeirinhos “e as pessoas que vivem na Amazônia, porque se discute muito sobre o futuro da Amazônia como se não tivesse ninguém lá. Nós estamos lá. Então, se for discutir um plano de cima para baixo, no âmbito de escritórios, não vai funcionar”, disse Ângela.

“Não tem como tratar do futuro de algo [com] que você não convive ou não conhece, porque conhecer nos livros ou pelos mapas é uma coisa. Agora viver, vivenciar e fazer parte daquilo é outra coisa. Só se consegue dizer qual é a melhor saída quando se está inserido. Portanto, não adianta os presidentes virem tratar de qualquer coisa se não for com a nossa participação de forma igualitária”, completou a representante internacional da Coiab.

Para ela, a demarcação das terras indígenas é o “caminho inicial” desse processo de diálogo para garantir o futuro da Amazônia com segurança, respeito, inclusão e com a manutenção da diversidade que a região tem.

Coiab

Fundada em 1989, a Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira é “a maior organização indígena regional do Brasil”, tendo surgido por iniciativa de líderes de organizações indígenas existentes na época, em meio a um processo de luta política dos povos indígenas pelo reconhecimento e exercício de seus direitos.

A Coiab tem como missão defender os direitos dos povos indígenas à terra, saúde, educação, cultura e sustentabilidade, considerando a diversidade de povos e buscando sua autonomia por meio de articulação política e fortalecimento de suas organizações.

Sua atuação abrange nove estados da Amazônia Brasileira (Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins), em rede com associações locais, federações regionais, organizações de mulheres, professores, estudantes indígenas.

Fonte: EBC GERAL

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BRASIL

Nova pesquisa mostra PP na liderança na OAB-MT; Gisela despenca e Xênia cresce

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Faltando apenas 12 dias para as eleições para a seccional de Mato Grosso da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MT), a disputa ganha contornos de extrema emoção com o pleito mais disputado da história. É o que aponta pesquisa do instituto Índice Pesquisas, contratada pelo portal de notícias FOLHAMAX, revela que o candidato de oposição lidera a disputa.

Na segunda posição, estão tecnicamente empatadas a atual presidente Gisela Cardoso e a advogada Xênia Guerra, que representa uma divisão do atual grupo que comanda a entidade. A amostra foi realizada proporcionalmente com juristas do Estado.

Na modalidade espontânea, onde os nomes dos candidatos não são apresentados ao eleitor, o advogado Pedro Paulo foi o mais lembrado, com 24%, mas com uma diferença de apenas meio ponto percentual, já que a atual presidente da OAB-MT, Gisela Cardoso, foi apontada por 23,5% dos entrevistados. Xênia Guerra aparece como intenção de voto de 18% dos juristas, enquanto Pedro Henrique teve o nome apontado por 1,5%. Segundo a pesquisa, 32,5% estão indecisos ou não votarão em nenhum e 0,5% citaram outros nomes.

Já na modalidade estimulada, onde os nomes dos postulantes à presidência da OAB-MT são divulgados ao eleitorado, Pedro Paulo abre uma distância maior, com 32,5%, contra 28% de Gisela Cardoso. Xênia Guerra aparece na terceira colocação, com 24%, enquanto Pedro Henrique registrou 3% dos entrevistados e outros 12,5% não souberam responder.

O Índice também projetou os votos válidos. Pelo cálculo, Pedro Paulo tem 37%; Gisela 32%; Xênia 27,5% e Pedro Henrique 3,5%.

O instituto ouviu 836 advogados, entre os dias 30 de setembro e 5 de novembro, por telefone. A pesquisa tem margem de erro de 4 pontos percentuais, para mais ou para menos, com intervalo de confiança de 95%. Não foi realizada amostragem sobre a rejeição aos candidatos. A eleição da OAB-MT será online, no dia 18 de novembro, das 9h às 17h, no horário de Cuiabá.

 

Fonte: OAB MT

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