A votação do reajuste salarial dos policiais civis e militares pode ser adiada mais uma vez e pode acontecer apenas na próxima terça-feira (23). Deputados da oposição querem travar a pauta e pressionar parlamentares da base a acatarem ao menos uma emenda da base.
A votação estava marcada para a terça-feira (16), mas foi adiada após a oposição incluir emendas de plenário , o que obrigou os deputados a se reunirem nesta quarta em um novo Congresso de Comissões. No encontro, porém, os deputados da base de Tarcísio de Freitas (Republicanos) se mantiveram irredutíveis e voltaram a negar as emendas propostas.
A oposição queria a inclusão de polícias penais e agentes da Fundação Casa, que ficaram de fora do projeto. Os parlamentares ainda pediram uma alíquota fixa de 20% para todas as categorias.
Deputados ainda tentam emplacar uma emenda que reajusta em 20,5% os salários de algumas patentes da Polícia Militar. Essa emenda é do deputado Major Mecca (PL), membro da base governista, e que foi recusada. Os parlamentares ainda negociam a inclusão dessa emenda para evitar uma crise com Mecca.
Insatisfeitos com a decisão do relator, deputado Carlos Cezar (PL), parlamentares da oposição devem aproveitar todo o tempo de discussão para provocar o adiamento da votação. A ideia é colocar ao menos 20 deputados para discutir.
Caso haja esse número, o presidente da Alesp, André do Prado (PL), será forçado a adiar a votação. Há possibilidade de a apreciação ficar para quinta-feira (18), mas deputados articulam para jogar a votação para a próxima semana e liberar os parlamentares para retornar às suas bases eleitorais nesta quinta.
O projeto
O projeto prevê o reajuste entre 13,7% e 34,2% para a categoria, entretanto, exclui policiais penais e agentes da Fundação Casa. A medida causou revolta entre os funcionários públicos, que protestaram contra os parlamentares.
A proposta prevê maior reajuste para policiais militares. Soldados de 2ª classe terão aumento de 34%, enquanto os aspirantes receberão reajuste de 13%.
Entre os policiais civis, a maior alta será para escrivães e investigadores de terceira classe, com 24% de aumento. Delegados especiais, por exemplo, vão receber bem menos: cerca de 14%.