A luta entre a italiana Angela Carini e a argelina Imane Khelif, válida pela primeira rodada da categoria até 66kg do boxe feminino nos Jogos Olímpicos de Paris-24, durou apenas 45 segundos. Carini foi atingida por um golpe no rosto logo no início e se dirigiu ao corner para arrumar o capacete, mas abandonou a luta na sequência.
O combate esteve envolvido em uma polêmica antes mesmo de ser iniciada. Isso porque Imane Khelif foi autorizada pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) a participar dos Jogos Olímpicos mesmo depois de ter sido reprovada em testes genéticos efetuados pela Associação Internacional de Boxe (IBA).
A desistência da italiana não teve a ver com os questionamentos envolvendo a adversária. Após a luta, Carini revelou um problema anterior no nariz. “Eu entrei no ringue e tentei lutar. Eu queria ganhar. Recebi duas injeções no nariz e não estava conseguindo respirar. Isso me fez muito mal” , disse Carini.
“Não sou ninguém para julgar e não tenho nada contra minha adversária. Eu tinha uma tarefa e tentei executá-la. Tudo o que aconteceu antes não teve absolutamente nenhuma influência” , garantiu Carini.
Mas assim que o árbitro decretou a vitória de Imane Khelif, Angela Carini se recusou a cumprimentar a adversária e, ainda no ringue, não segurou as lágrimas. O governo italiano, por sua vez, por meio da ministra da Família, Eugenia Roccella, classificou a decisão do COI como preocupante .
“É muito preocupante saber que duas pessoas transgênero foram admitidas nas competições de boxe feminino, homens que se identificam como mulheres e que, em competições recentes, foram excluídas. É surpreendente que não existam critérios certos, rigorosos e uniformes, e que precisamente nos Jogos Olímpicos, que simbolizam a lealdade, possam haver suspeitas de uma competição desigual e até potencialmente arriscada” , afirmou Roccella.
Segundo a autoridade desportiva daquele país, Imane Khelif é cisgênero e vítima de difamação. Ela seria intersexo – pessoa que naturalmente desenvolve características sexuais que não se encaixam nas noções típicas de sexo feminino ou sexo masculino.
Neste mês de setembro , o Dia Mundial do Daltonismo tem o objetivo de esclarecer alguns pontos envolvendo o distúrbio da visão, como os sinais para identificá-lo ainda na infância. De acordo com a oftalmologista Mayra Melo, o diagnóstico é crucial para garantir o suporte adequado no desenvolvimento escolar e social.
O daltonismo é conhecido como discromatopsia, sendo portanto, alteração na percepção das cores que afeta cerca de 8% dos homens e 0,5% das mulheres no mundo.
“Os pais devem observar sinais como dificuldade em distinguir cores básicas, como vermelho e verde, ou quando a criança troca frequentemente as cores ao desenhar ou colorir”, orienta Mayra.
É comum também que os pais notem uma certa preferência por roupas de cores neutras ou frequência da dificuldade em atividades que envolvam a diferenciação de cores, como jogos e brincadeiras.
“Em muitos casos, a criança pode sentir frustração ou desinteresse em atividades escolares que envolvem cores, o que pode ser erroneamente interpretado como falta de atenção ou interesse”, alerta a especialista.
O diagnóstico é feito por um oftalmologista, utilizando testes específicos como o de Ishihara, que avalia a percepção das cores. Apesar de não haver cura para a condição, o diagnóstico precoce permite que a criança seja orientada e adaptada para lidar melhor.
“O uso de ferramentas adequadas, como material escolar com contrastes fortes e a utilização de óculos ou lentes com filtros especiais, pode fazer toda a diferença no desenvolvimento acadêmico e na autoestima da criança”, afirma.