“Não desiste, não, minha filha. Vai estudar. Deus foi bom. Assim como fez na minha vida, vai fazer na sua também. Aproveite seu tempo e seja feliz”, incentiva a influenciadora.
Linares sofreu etarismo nos últimos dias, quando soube de um vídeo que colegas de classe fizeram debochando por ela ter 45 anos recém completados e estar cursando uma faculdade.
O caso ocorreu em uma universidade particular de Bauru , no interior de São Paulo, e ganhou repercussão nacional após as imagens viralizarem na internet.
O post, que teve mais de sete milhões de visualizações até esta sexta-feira (17), mostra uma das meninas dizendo “Gente, quiz do dia: como ‘desmatricula’ um colega de sala?” . Logo depois, outra responde: “Mano, ela tem 40 anos já. Era para estar aposentada”. Outra parte das imagens, outra aluna que grava o vídeo diz: “Gente, 40 anos não pode mais fazer faculdade. Eu tenho essa opinião” . Elas chegam a dizer que a mulher “não sabe o que é Google”.
Após a repercussão do vídeo, uma das três alunas disse que as três estão ‘arrependidas’ e que foi uma ‘brincadeira de mau gosto’.
“Nunca foi na intenção de dizer que pessoas de mais idade não podem adquirir uma graduação, pois não tenho esse pensamento. Foi uma fala imprudente e infeliz que tomou uma proporção que não imaginávamos”, disse Bárbara Calixto, uma das jovens que zombou de Patrícia.
Maria Cardoso conseguiu um emprego aos 101 anos e relatou ao G1 que não concorda com o etarismo contido nas falas das universitárias.
“Esse pensamento está errado. Eu, com 103 anos, sou digital influencer. Vai em busca do que você tem vontade. As mocinhas vão criar maturidade. Bola pra frente, nunca pare de lutar”, diz.
A influencer realiza ações de marketing para uma companhia de vinhos desde 2021.
Giovana Cassalatti divulgou um comunicado dizendo que jamais teve o objetivo de atentar contra a imagem da colega de turma e que o episódio não deve ser usado para oprimir ou as ameaçar jovens.
“Ressalta-se que as falas podem ter repercussão no campo moral. Entretanto, a tentativa de criminalização e as suposições quanto à possíveis atos ilícitos no âmbito civil, amplamente veiculadas nos últimos dias, ultrapassam a medida do razoável. […] Por fim, em que pese sabidamente complexo, o ocorrido não deve servir-se ao papel de oprimir, calar, envergonhar ou ameaçar jovens, cuja trajetória ainda se inicia. Inevitavelmente, durante a vida, lições serão aprendidas, entretanto a maneira de ensiná-las é uma escolha da sociedade em que vivemos”, diz em nota o advogado de Cassalatti após a jovem sofrer ameaças de morte e agressão por conta do episódio.