A taxa de anafalbetismo no Brasil entre pessoas de 15 anos ou mais era de 5,4% em 2023, o equivalente a 9,3 milhões de pessoas. Os dados fazem parte dos resultados da Pnad Contínua a respeito da educação brasileira, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (22).
O índice mostra a dificuldade do governo federal em alcançar as metas estipuladas para o Plano Nacional de Educação (PNE), que encerrará o período da última edição neste ano. Segundo o plano, lançado em 2014, todas as pessoas de 15 anos ou mais deveriam estar alfabetizadas em 2024, zerando essa taxa e extinguindo esse problema.
Fazendo um recorte de gênero nos dados desse grupo analisado, é possível perceber que o analfetismo é um problema que atinge 4,7 milhões de homens e 4,5 milhões de mulheres.
A região nordeste aparece como a que possui a maior quantidade de pessoas nesse situação. São 5,1 mihões de analfabetos, sendo 2,7 milhões homens e 2,3 mulheres.
Em segundo lugar está o sudeste, com 2,1 milhões de pessoas com essa defasagem. Na região, o número de mulheres analfabetas supera o de homens na mesma condição. Elas são 1,1 milhão entre a população local, enquanto os homens represesentam outros 945 mil.
Nas posições seguintes, estão as regiões norte, sul e centro-oeste. Assim como o sudeste, o sul também possui mais mulheres analfabetas do que homens. São 395 mil para 303 mil do gênero masculino.
Recorte por cor ou raça
A pesquisa também mostrou como as pessoas avaliadas se autodeclaravam (brancas, pardas ou pretas). Analisando o total, é possível ver que entre 9,3 milhões de pessoas analfabetas em todo o país, 3,2% delas são brancas e 7,1% pardas ou pretas.
O número de pessoas pardas ou pretas nesse grupo supera o de brancos em todas as cinco regiões. Analisando esse recorte, a região nordeste também aparece em primeiro lugar, seguida pelo norte, centro-oeste, sudeste e sul.
Neste mês de setembro , o Dia Mundial do Daltonismo tem o objetivo de esclarecer alguns pontos envolvendo o distúrbio da visão, como os sinais para identificá-lo ainda na infância. De acordo com a oftalmologista Mayra Melo, o diagnóstico é crucial para garantir o suporte adequado no desenvolvimento escolar e social.
O daltonismo é conhecido como discromatopsia, sendo portanto, alteração na percepção das cores que afeta cerca de 8% dos homens e 0,5% das mulheres no mundo.
“Os pais devem observar sinais como dificuldade em distinguir cores básicas, como vermelho e verde, ou quando a criança troca frequentemente as cores ao desenhar ou colorir”, orienta Mayra.
É comum também que os pais notem uma certa preferência por roupas de cores neutras ou frequência da dificuldade em atividades que envolvam a diferenciação de cores, como jogos e brincadeiras.
“Em muitos casos, a criança pode sentir frustração ou desinteresse em atividades escolares que envolvem cores, o que pode ser erroneamente interpretado como falta de atenção ou interesse”, alerta a especialista.
O diagnóstico é feito por um oftalmologista, utilizando testes específicos como o de Ishihara, que avalia a percepção das cores. Apesar de não haver cura para a condição, o diagnóstico precoce permite que a criança seja orientada e adaptada para lidar melhor.
“O uso de ferramentas adequadas, como material escolar com contrastes fortes e a utilização de óculos ou lentes com filtros especiais, pode fazer toda a diferença no desenvolvimento acadêmico e na autoestima da criança”, afirma.