Em nota divulgada nesta quinta-feira (14), o grupo fundamentalista islâmico Hamas convocou os palestinos a “ficar alertas e prontos para defender a Mesquita de al-Aqsa” durante a prece desta sexta-feira (15), a primeira do Ramadã, o mês sagrado para os muçulmanos que começou no último domingo (10).
Civis palestinos na Cisjordânia e em Israel, bem como os árabes-israelenses foram convocados e incentivados a ir até o local, em Jerusalém, e “permanecer lá dias e noites”.
“Instamos nosso povo a participar urgentemente da defesa da Mesquita de al-Aqsa contra a agressão israelense. Gaza, que lidera nossa luta para defender al-Aqsa desde 7 de outubro, continua seu esforço heroico nos últimos 160 dias e chama todos vocês para virem para a prece na mesquita”, acrescentou o comunicado do Hamas, que solicitou aos residentes palestinos de Jerusalém que “se comprometam a realizar apenas orações na abençoada mesquita”.
A nota menciona o dia 7 de outubro, que marca o início do conflito com as Forças Israelenses quando o Hamas realizou um ataque sem precedentes no sul de Israel, que deixou 1,2 mil mortos e fez cerca 240 reféns.
A convocação do grupo terrorista ocorre durante a preparação dos palestinos para a primeira prece em massa durante o Ramadã, mês sagrado para os fiéis do Islã.
Foco histórico da tensão entre judeis e palestinos, a Mesquita de al-Aqsa é o terceiro local mais sagrado do mundo para os muçulmanos. Os israelenses chamam a área de Monte do Templo, sob o argumento de que o espaço teria abrigado dois templos judeus no passado. Para os fiéis do Islã, o profeta Maomé teria ido até o local para orar e, depois, subido aos céus.
Ainda nesta semana, Israel restringiu a entrada de fiéis palestinos em meio a crescentes tensões na região.
Netanyahu vai encontrar parentes de reféns
Está marcado, também para esta quinta-feira, o encontro entre parentes de 22 israelenses que estão sendo mantidos reféns pelo Hamas na Faixa de Gaza com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, em Tel Aviv. Este será o primeiro encontro do representante com familiares de reféns desde 31 de janeiro.
Os familiares dos reféns realizaram manifestação em Israel, exigindo um acordo para libertá-los. Segundo a imprensa local, eles diziam que “não esquecerão seus irmãos e irmãs que ainda estão detidos” e que, “a cada dia que passa, as chances de os reféns retornarem vivos diminui”. O grupo criticou o governo israelense, afirmando que “os tomadores de decisão adiam a realização do acordo”.
Com a escalada do conflito, os mediadores estavam trabalhando em um acordo para o cessar-fogo e a libertação dos reféns na antes do Ramadã. Entretanto, as autoridades israelenses não enviaram uma delegação para as negociações no Cairo na última semana, o que impossibilitou a continuidade do acordo.