O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o governo pretende escancarar injustiças no sistema tributário brasileiro , mostrando ao país grandes distorções, como bilionários e empresas de grande porte que não pagam ou pagam pouco imposto.
Haddad disse considerar o sistema tributário “muito injusto” e prometeu trabalhar para reduzir essas desigualdades, escancarando bilionários que “mamam” no Orçamento público.
“A minha vontade é listar o que está acontecendo. Para onde está indo o dinheiro público? Quando o cidadão souber o que está acontecendo, ele vai se indignar. ‘O meu salário não sobe para esse bilionário continuar mamando no Orçamento público?’. Vamos escancarar isso para o país tomar uma decisão sobre o que ele quer ser”.
Segundo estimativa do Ministério da Fazenda, o Estado custeia cerca de R$ 88 bilhões por ano de empresas com grandes lucros. Haddad diz que de 400 a 500 empresas, que não são micro, médias, nem sequer grandes, mas sim gigantes, passarão a ser taxadas.
“Se ele [Congresso] não quiser fazer com que as empresas bilionárias paguem um pouco a mais do que pagam hoje, porque pagam muito pouco, ele vai ter que olhar para o outro lado e cortar na carne de quem não tem, de quem está no osso”, afirmou o ministro, lembrando que cortar distorções tributárias não depende apenas do governo.
Haddad acrescentou que o presidente do Banco Central, Roberto Campos Netto, o informou que encontrou R$ 300 bilhões em um “rol de barbaridades do sistema tributário que está beneficiando quem não precisa”. “Estamos falando de menos da metade disso para reequibilibrar o Orçamento”, declarou o ministro em entrevista à BandNews TV.