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Política Nacional

Haddad pressionou PT para votar contra Plano Diretor em SP

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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad
MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, pressionou vereadores do PT para votar contra as mudanças no Plano Diretor na Câmara dos Vereadores de São Paulo. Para o ministro, o texto desidrata a proposta original aprovada em 2014, quando era prefeito da capital paulista.

Fontes relataram ao iG que Haddad entrou em contato com lideranças do partido em São Paulo para pedir os votos contrários. Entretanto, o ministro recebeu que a bancada está rachada, em sinalização pela disputa pela prefeitura em 2024.

Na linha de frente desta disputa está a família Tatto, que quer colocar um candidato próprio do PT na disputa pelo Executivo paulistano. Entretanto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já avisou que apoiará Guilherme Boulos (PSOL).

Na visão dos vereadores, o racha na bancada é uma sinalização à cúpula nacional do partido sobre a aceitação da decisão de Lula. Os irmãos Jair e Arselino Tatto devem puxar a fila de votos favoráveis a Nunes. O líder do PT na Câmara, Sanival Moura, e os vereadores Alessandro Guedes e Manoel Del Rio também tendem a seguir a família Tatto.

Já Luna Zarattini, Hélio Rodrigues e João Ananias votarão contra as alterações na proposta.

Conversa com o relator

Fernando Haddad chegou a conversar com o vereador Rodrigo Goulart (PSD), responsável pela relatoria da matéria na Câmara dos Vereadores. Segundo Goulart, a conversa foi positiva, mas ponderou não haver acordo com o ministro da Fazenda.

“Acabamos conversando, ele colocou os pontos dele, então assim como todo o cidadão teve a possibilidade de participar. Nós recebemos, não orientações, mas as contribuições que ele colocou para mim ao telefone e foi tudo avaliado que estaria apresentado o segundo substitutivo”, afirmou Goulart.

“Não houve nenhum, não houve nenhuma combinação. Ele apresentou as propostas dele e eu fiquei de analisar, como nós analisamos. Inclusive essa conversa que eu estava tendo era com uma parte da bancada do PT e que presenciaram essa conversa por telefone”, disse.

Negociações finais

Nos últimos dias, Goulart fez alterações em pontos sensíveis no texto, como o aumento do eixo de transporte para a construção de edifícios. A metragem caiu de 1km para 700 metros de estações de metrô e fixou em 400 metros para terminais de ônibus.

Entretanto, o relator incluiu um artigo que libera clubes de futebol a não pagarem o Imposto sobre Serviços de seus estádios. O São Paulo Futebol Clube (Morumbi), Palmeiras (Allianz Parque) e Corinthians (Parque São Jorge e Neoquímica Arena).

A ideia ainda está em discussão pelos vereadores e deve haver emendas para suprimir esse trecho do texto.

“O entendimento não há. A gente está discutindo ainda, eu acredito que tenha vereadores aqui que ainda não sabem a totalidade das emendas apresentadas. Mas nós damos ciência na audiência pública que há sim uma das emendas apresentadas. E parece que mais de um vereador apresentou essa emenda pedindo essa supressão”, admitiu Rodrigo Goulart.

Fonte: Política Nacional

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Política Nacional

Lula demite Silvio Almeida após denúncias de assédio sexual

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu na noite desta sexta-feira (6) demitir o ministro dos Direitos Humanos e Cidadania, Silvio Almeida, depois das denúncias de assédio sexual. 

“O presidente considera insustentável a manutenção do ministro no cargo considerando a natureza das acusações de assédio sexual”, informou a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, em nota.

A Polícia Federal abriu investigação sobre o caso. A Comissão de Ética Pública da Presidência da República também abriu procedimento preliminar para esclarecer os fatos.

“O governo federal reitera seu compromisso com os Direitos Humanos e reafirma que nenhuma forma de violência contra as mulheres será tolerada”, completou a nota. 

Silvio Almeida estava à frente do ministério desde o início de janeiro de 2023. Advogado e professor universitário, ele se projetou como um dos mais importantes intelectuais brasileiros da atualidade ao publicar artigos e livros sobre direito, filosofia, economia política e, principalmente, relações raciais.

Seu livro Racismo Estrutural (2019) foi um dos dez mais vendidos em 2020 e muitos o consideram uma obra imprescindível para se compreender a forma como o racismo está instituído na estrutura social, política e econômica brasileira. Um dos fundadores do Instituto Luiz Gama, Almeida também foi relator, em 2021, da comissão de juristas que a Câmara dos Deputados criou para propor o aperfeiçoamento da legislação de combate ao racismo institucional.

Acusações

As denúncias contra o ministro Silvio Almeida foram tornadas públicas pelo portal de notícias Metrópoles na tarde desta quinta-feira (5) e posteriormente confirmadas pela organização Me Too. Sem revelar nomes ou outros detalhes, a entidade afirma que atendeu a mulheres que asseguram ter sido assediadas sexualmente por Almeida.

“Como ocorre frequentemente em casos de violência sexual envolvendo agressores em posições de poder, essas vítimas enfrentam dificuldades em obter apoio institucional para validação de suas denúncias. Diante disso, autorizaram a confirmação do caso para a imprensa”, explicou a Me Too, em nota.

Segundo o site Metrópoles, entre as supostas vítimas de Almeida estaria a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, que ainda não se pronunciou publicamente sobre o assunto.

Horas após as denúncias virem a público, Almeida foi chamado a prestar esclarecimentos ao controlador-geral da União, Vinícius Carvalho, e ao advogado-geral da União, Jorge Messias. A Comissão de Ética da Presidência da República decidiu abrir procedimento para apurar as denúncias. A Secretaria de Comunicação Social (Secom) informou, em nota, que “o governo federal reconhece a gravidade das denúncias” e que o caso está sendo tratado com o rigor e a celeridade que situações que envolvem possíveis violências contra as mulheres exigem”. A Polícia Federal (PF) informou hoje que vai investigar as denúncias.

Em nota divulgada pela manhã, o Ministério das Mulheres classificou como “graves” as denúncias contra o ministro e manifestou solidariedade a todas as mulheres “que diariamente quebram silêncios e denunciam situações de assédio e violência”. A pasta ainda reafirmou que nenhuma violência contra a mulher deve ser tolerada e destacou que toda denúncia desta natureza precisa ser investigada, “dando devido crédito à palavra das vítimas”.

Pouco depois, a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, publicou em sua conta pessoal no Instagram uma foto sua de mãos dadas com Anielle Franco. “Minha solidariedade e apoio a você, minha amiga e colega de Esplanada, neste momento difícil”, escreveu Cida na publicação.

Fonte: EBC Política Nacional

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