O escritório de direitos humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) afirmou, nesta terça-feira (27), que a Rússia realizou tortura generalizada e sistemática de civis detidos relacionados à guerra na Ucrânia. Segundo a entidade, as forças russas teriam executado mais de 70 civis.
Em relatório de 36 páginas, a ONU listou mais de 900 casos de civis — incluindo crianças e idosos — que foram detidos arbitrariamente no conflito, sendo a maioria deles por parte da Rússia.
Conforme relatos coletados pela organização, a maioria disse ter sido torturada e, em alguns casos, submetida a violência sexual durante os ataques russos, informou o chefe do escritório de direitos humanos da ONU na Ucrânia.
O documento, que cobre um período de 15 meses desde o início do conflito, será entregue ao procurador-geral ucraniano e ao Tribunal Penal Internacional. No relatório também estão documentados 75 casos de detenção arbitrária pelas forças ucranianas e 864 casos individuais de detenção arbitrária pela Rússia, ambos com relatos de desaparecimentos forçados.
“A tortura foi usada para forçar as vítimas a confessar que ajudaram as forças armadas ucranianas, obrigá-las a cooperar com as autoridades de ocupação ou intimidar aqueles com opiniões pró-ucranianas”, disse chefe do escritório de direitos humanos da ONU na Ucrânia, Matilda Bogner, ao The Guardian .
Segundo ela, mais da metade dos detidos pela Ucrânia também relataram tortura, geralmente durante interrogatório ou após a prisão. Ela ainda afirmou que a Ucrânia deu total acesso aos investigadores da ONU aos detentos que foram presos durante a guerra. A Rússia, no entanto, não teria feito o mesmo.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, confirmou nesta quinta-feira (12) que receberá seu homólogo chinês, Xi Jinping, em Kazan, no próximo mês de outubro, por ocasião da cúpula dos Brics.
O anúncio foi feito pelo mandatário russo durante encontro com o ministro das Relações Exteriores de Pequin, Wang Yi, em São Petersburgo, segundo a agência Interfax.
De acordo com Putin, as relações entre a China e a Rússia continuam a desenvolver-se “com muito sucesso em todas as direções”, incluindo a “coordenação no cenário internacional”.
Em imagens divulgadas pela mídia russa, Wang destacou que “o presidente Xi está muito feliz em aceitar o convite”.
“Nessa ocasião os dois chefes de Estado terão novas discussões estratégicas”, acrescentou o chanceler, destacando que ambos os líderes “estabeleceram uma confiança mútua sólida e uma amizade profunda”.
O ministro chinês chegou a São Petersburgo para participar da cúpula de altos funcionários e conselheiros de segurança nacional do bloco Brics. Sua visita também foi vista como uma oportunidade para lançar as bases do encontro presencial entre os líderes dos dois países.
A reunião dos Brics está marcada para acontecer entre 22 e 24 de outubro, na cidade russa de Kazan, e será o terceiro encontro presencial de 2024 entre Xi e Putin, poucas semanas antes das eleições presidenciais dos Estados Unidos, em novembro.
Formado inicialmente por Brasil, China, Índia e Rússia em 2009, o bloco foi ampliado com a adesão da África do Sul em 2010 e este ano incluiu vários outros países emergentes, como Egito e Irã. No início de setembro, a Turquia também apresentou um pedido de adesão ao bloco.