Os líderes do G7, que estão reunidos em Hiroshima, no Japão, anunciaram nesta sexta-feira (19) novas sanções para parar a “máquina de guerra” da Rússia na Ucrânia. Entre as principais inclusões nesse pacote, está a exportação de diamantes, um fonte de alta renda para Moscou.
Segundo a nota oficial, os sete países informaram que “continuarão a trabalhar em estreito contato para limitar o comércio e o uso de diamantes extraídos, trabalhados ou produzidos na Rússia, comprometendo-se com parceiros-chave com o objetivo de garantir a eficácia da aplicação das medidas restritivas coordenadas, também por meio de tecnologias de rastreamento”.
A promessa de Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido é impedir que os russos consigam ter a tecnologia, os equipamentos industriais e os serviços do Ocidente que “apoiam a sua máquina de guerra”.
“Continuaremos a proteger os produtos agrícolas, médicos e humanitários das nossas medidas restritivas e faremos todos os esforços para evitar eventuais repercussões em países terceiros”, acrescenta ainda o comunicado, ressaltando que serão tomadas medidas para melhorar a coordenação.
Os líderes pedem que países que estejam fornecendo itens que sirvam para a guerra russa “cessem imediatamente” suas ações e que farão mais esforços para evitar o acesso de Moscou ao sistema financeiro internacional, bloqueando a fuga das sanções na questão do petróleo bruto e de produtos refinados com rastreamento de origem.
O comunicado pontua também que “continuarão os esforços para reduzir as entradas financeiras da Rússia por conta dos metais e permaneceremos empenhados em apoiar os limites no preço do petróleo russo e seus produtos petrolífero e intensificaremos os nossos esforços para combater a evasão disso”.
O G7 finaliza a nota ressaltando que continuará a cobrar as punições “por seus crimes de guerra e outras atrocidades, como os ataques da Rússia contra os civis e as infraestruturas civis críticas”.
Além da questão dos diamantes, mais de 300 pessoas e organizações foram afetadas pelo novo pacote de sanções.
Após o anúncio, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, afirmou à agência Interfax que o mercado mundial de diamantes é “fluído e rico de destinos alternativos”. “Se as compras param em um lugar, começamos em outro”, pontuou ainda.
Moscou ainda anunciou um novo pacote de sanções contra 500 cidadãos dos EUA, incluindo o ex-presidente Barack Obama, acusados de difundir “a russofobia” e de cooperar no envio de armas para a Ucrânia. Todos estão proibidos de entrar no país.
Segundo um estudo do Observatório de Complexidade Econômica, a Rússia faturou cerca de US$ 4,7 bilhões em 2021 com o comércio de diamantes. O país é o oitavo maior exportador do mundo.
Só a União Europeia, que também deve adicionar esse setor em seu próximo pacote de punições, importou diamantes em cerca de 1,4 bilhão de euros em 2022 e 1,8 bilhão de euros em 2021. Os dados são Escritório de Estatística Europeu (Eurostat).
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, confirmou nesta quinta-feira (12) que receberá seu homólogo chinês, Xi Jinping, em Kazan, no próximo mês de outubro, por ocasião da cúpula dos Brics.
O anúncio foi feito pelo mandatário russo durante encontro com o ministro das Relações Exteriores de Pequin, Wang Yi, em São Petersburgo, segundo a agência Interfax.
De acordo com Putin, as relações entre a China e a Rússia continuam a desenvolver-se “com muito sucesso em todas as direções”, incluindo a “coordenação no cenário internacional”.
Em imagens divulgadas pela mídia russa, Wang destacou que “o presidente Xi está muito feliz em aceitar o convite”.
“Nessa ocasião os dois chefes de Estado terão novas discussões estratégicas”, acrescentou o chanceler, destacando que ambos os líderes “estabeleceram uma confiança mútua sólida e uma amizade profunda”.
O ministro chinês chegou a São Petersburgo para participar da cúpula de altos funcionários e conselheiros de segurança nacional do bloco Brics. Sua visita também foi vista como uma oportunidade para lançar as bases do encontro presencial entre os líderes dos dois países.
A reunião dos Brics está marcada para acontecer entre 22 e 24 de outubro, na cidade russa de Kazan, e será o terceiro encontro presencial de 2024 entre Xi e Putin, poucas semanas antes das eleições presidenciais dos Estados Unidos, em novembro.
Formado inicialmente por Brasil, China, Índia e Rússia em 2009, o bloco foi ampliado com a adesão da África do Sul em 2010 e este ano incluiu vários outros países emergentes, como Egito e Irã. No início de setembro, a Turquia também apresentou um pedido de adesão ao bloco.