O governo ucraniano alertou nesta segunda-feira (18) que a guerra deflagrada pela Rússia em seu território desde fevereiro de 2022 está perto de ultrapassar um “ponto sem retorno”.
Em entrevista à Euractiv, o primeiro-ministro da Ucrânia, Denys Shmyhal, afirmou que o conflito está passando o “ponto de não retorno” em termos de consequências para a Europa.
Além disso, destacou que nenhum país europeu “permanecerá ileso” se o conflito não tiver um desfecho justo.
“O presidente russo, Vladimir Putin, conta com a erosão da nossa unidade: devemos decepcioná-lo e devemos estar unidos enquanto for necessário para vencer esta guerra”, afirmou.
Segundo Shmyhal, existe a necessidade de “salvar a unidade da União Europeia, na Ucrânia e dentro dos Estados-membros da UE”. Entretanto, destacou que Kiev “acredita que será capaz de iniciar negociações de adesão [à UE] no primeiro semestre deste ano.
“O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, definiu 2030 como uma meta possível para um maior alargamento da UE, mas faremos o nosso melhor pela Ucrânia para garantir que isso aconteça mais cedo, imediatamente após a nossa vitória” sobre a Rússia, ressaltou.
Por fim, ele alertou que o conflito está a “ultrapassar um ponto sem retorno” e que “nenhum país permanecerá ileso”, se não houver um resultado justo para o fim da guerra que já provocou a morte de milhares de civis.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, confirmou nesta quinta-feira (12) que receberá seu homólogo chinês, Xi Jinping, em Kazan, no próximo mês de outubro, por ocasião da cúpula dos Brics.
O anúncio foi feito pelo mandatário russo durante encontro com o ministro das Relações Exteriores de Pequin, Wang Yi, em São Petersburgo, segundo a agência Interfax.
De acordo com Putin, as relações entre a China e a Rússia continuam a desenvolver-se “com muito sucesso em todas as direções”, incluindo a “coordenação no cenário internacional”.
Em imagens divulgadas pela mídia russa, Wang destacou que “o presidente Xi está muito feliz em aceitar o convite”.
“Nessa ocasião os dois chefes de Estado terão novas discussões estratégicas”, acrescentou o chanceler, destacando que ambos os líderes “estabeleceram uma confiança mútua sólida e uma amizade profunda”.
O ministro chinês chegou a São Petersburgo para participar da cúpula de altos funcionários e conselheiros de segurança nacional do bloco Brics. Sua visita também foi vista como uma oportunidade para lançar as bases do encontro presencial entre os líderes dos dois países.
A reunião dos Brics está marcada para acontecer entre 22 e 24 de outubro, na cidade russa de Kazan, e será o terceiro encontro presencial de 2024 entre Xi e Putin, poucas semanas antes das eleições presidenciais dos Estados Unidos, em novembro.
Formado inicialmente por Brasil, China, Índia e Rússia em 2009, o bloco foi ampliado com a adesão da África do Sul em 2010 e este ano incluiu vários outros países emergentes, como Egito e Irã. No início de setembro, a Turquia também apresentou um pedido de adesão ao bloco.