Xi Jinping e Alexander Lukashenko, presidentes de China e Bielorússia, respectivamente, se posicionaram em conjunto nesta quarta-feira (1) para pedir um cessar-fogo na guerra da Ucrânia, que já dura mais de um ano desde a invasão da Rússia.
O posicionamento dos dois países aconteceu durante uma reunião realizada em Pequim ente os líderes, e contou ainda com uma solicitação para que haja um acordo político para a resolução do conflito.
“O cerne da posição da China é pedir paz e encorajar negociações, e que as legítimas preocupações de segurança de todos os países sejam respeitadas”, disse Xi, de acordo com a CCTV, emissora estatal chinesa.
O presidente chinês ainda fez claras referências aos Estados Unidos e seus aliados que estão apoiando os ucranianos, pontuando que essas nações devem parar de “politizar” a guerra entre Rússia e Ucrânia.
“Países relevantes devem parar de politizar e usar a economia mundial como sua ferramenta, e devem tomar medidas que realmente promovam um cessar-fogo e parem a guerra”, complementou Xi.
Lukashenko, por sua vez, endossou os posicionamentos chineses em relação ao conflito e afirmou ser de suma importância buscar mecanismos para resolver essa crise diplomática internacional.
[Belarus] “concorda plenamente e apoia a posição e as propostas da China sobre uma solução política para a crise na Ucrânia, disse o líder bielorusso, segundo a emissoa de TV estatal chinesa.
China pediu negociações de paz no aniversário da guerra
“Todas as partes devem apoiar a Rússia e a Ucrânia a trabalhar na mesma direção e retomar o diálogo direto o mais rápido possível”, declarou o Ministério das Relações Exteriores chinês.
“As armas nucleares não devem ser usadas e as guerras nucleares nunca devem ser travadas. A ameaça ou uso de armas nucleares deve ser combatida”, diz a China em documento.
A nação chinesa é uma aliada da Rússia. Ela ofereceu apoio diplomático e financeiro a Putin, mas não teve envolvimento militar nas invasões na Ucrânia.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, confirmou nesta quinta-feira (12) que receberá seu homólogo chinês, Xi Jinping, em Kazan, no próximo mês de outubro, por ocasião da cúpula dos Brics.
O anúncio foi feito pelo mandatário russo durante encontro com o ministro das Relações Exteriores de Pequin, Wang Yi, em São Petersburgo, segundo a agência Interfax.
De acordo com Putin, as relações entre a China e a Rússia continuam a desenvolver-se “com muito sucesso em todas as direções”, incluindo a “coordenação no cenário internacional”.
Em imagens divulgadas pela mídia russa, Wang destacou que “o presidente Xi está muito feliz em aceitar o convite”.
“Nessa ocasião os dois chefes de Estado terão novas discussões estratégicas”, acrescentou o chanceler, destacando que ambos os líderes “estabeleceram uma confiança mútua sólida e uma amizade profunda”.
O ministro chinês chegou a São Petersburgo para participar da cúpula de altos funcionários e conselheiros de segurança nacional do bloco Brics. Sua visita também foi vista como uma oportunidade para lançar as bases do encontro presencial entre os líderes dos dois países.
A reunião dos Brics está marcada para acontecer entre 22 e 24 de outubro, na cidade russa de Kazan, e será o terceiro encontro presencial de 2024 entre Xi e Putin, poucas semanas antes das eleições presidenciais dos Estados Unidos, em novembro.
Formado inicialmente por Brasil, China, Índia e Rússia em 2009, o bloco foi ampliado com a adesão da África do Sul em 2010 e este ano incluiu vários outros países emergentes, como Egito e Irã. No início de setembro, a Turquia também apresentou um pedido de adesão ao bloco.