O enfrentamento à violência contra a mulher no DF conquista um importante marco com a publicação nesta terça-feira (27), no Diário Oficial do Distrito Federal (DODF) , do decreto que regulamenta a Lei no 7.241/23, que institui o Protocolo Por Todas Elas e cria o Comitê Gestor com a integração da Secretaria de Justiça e Cidadania ( Sejus-DF ), a Secretaria da Mulher (SMDF), a Secretaria de Segurança Pública (SSP-DF) e a Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes-DF).
Proporcionar ambientes seguros para as mulheres, prevenindo possíveis casos de assédio ou importunação sexual e coibindo a violência é o intuito do protocolo Por Todas Elas, que determina a adoção de medidas pelos estabelecimentos de lazer e entretenimento. O selo Por Todas Elas, com validade de um ano, será recebido pelas empresas que cumprirem todos os requisitos.
Proporcionar ambientes seguros para as mulheres, prevenindo possíveis casos de assédio ou importunação sexual e coibindo a violência é o intuito do protocolo Por Todas Elas | Foto: Geovana Albuquerque/Agência Brasília
Para a secretária de Justiça e Cidadania, Marcela Passamani, o protocolo representa um avanço significativo na proteção da mulher em ambientes de lazer e entretenimento porque cria um ambiente de respeito e segurança. “A parceria com os eventos é fundamental para a prevenção e enfrentamento das violações de direitos, além de garantir o encaminhamento adequado às vítimas. O nosso papel, enquanto estado, é ofertar esses serviços e oportunidades de romper com a violência. Nós não mediremos esforços junto às empresas sérias para levar essa mão firme do Estado em prol das mulheres e para com os agressores”, destaca.
Segundo a secretária da Mulher, Giselle Ferreira, com o trabalho integrado do GDF, estão sendo criadas diretrizes para que todas as mulheres possam contar com ambientes seguros e acolhedores, onde elas possam se divertir e viver plenamente, sem medo de serem vítimas de violência, assédio ou importunação sexual. “Este protocolo vai além da simples prevenção; ele estabelece uma rede de apoio imediato e efetivo, garantindo que qualquer mulher que passe por uma situação de violência em espaços de lazer seja amparada e respeitada. Além disso, estamos incentivando os estabelecimentos a adotarem práticas que priorizem a segurança das mulheres, reconhecendo aqueles que realmente se comprometem com essa causa”, explica.
Primeiros passos
O Comitê Gestor tem entre atribuições a execução das ações de capacitação e treinamento dos colaboradores que trabalham nos eventos. Recentemente, o GDF firmou um acordo de cooperação técnica com a empresa R2 Produções e Eventos, responsável pelo festival Na Praia e pelo Carnaval no Parque. Inicialmente, houve a capacitação de 50 colaboradores da empresa em relação ao protocolo Por Todas Elas.
A próxima ação está prevista para o próximo sábado (31), durante o Na Praia e faz alusão ao Agosto Lilás, mês de conscientização pelo fim da violência contra as mulheres. Na ocasião, será reservado um espaço específico com 80 vagas para que motoristas do sexo feminino, vinculadas a aplicativos de transporte e taxistas, estacionem e embarquem mulheres participantes do evento.
A servidora pública Carolina Vilela comemora a iniciativa, “é bom saber que não estamos sozinhas. Muitas vezes, vamos aos eventos para nos divertir e sofremos assédio. Ao nos proteger, o protocolo sinaliza que temos direito à diversão, independente do gênero”, explica.
Uma das propostas da Chapa 2 – “Nova OAB” para fortalecer a inclusão dentro da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Mato Grosso (OAB-MT) é a criação de uma Comissão de Inclusão e Acessibilidade. De acordo com o candidato à presidência Pedro Paulo, o projeto visa garantir que advogados e advogadas que enfrentam dificuldades por conta de alguma deficiência encontrem portas abertas e todo suporte necessário dentro da entidade.
A ideia da implantação da comissão surgiu após sugestão da advogada Franciele Rahmeier, diagnosticada com transtorno do espectro autista. A jurista, que é candidata à secretária-geral da subseção de Primavera do Leste, declarou seu apoio a Pedro Paulo. Para ele, a Seccional mato-grossense precisa estar sempre aberta a ouvir, debater e criar medidas que garantam equidade também dentro da advocacia.
“Inclusão é conscientização. É ouvir, colocar-se no lugar do outro e permitir que cada um possa contribuir da melhor forma, com as suas experiências. Essa proposta vai auxiliar outros advogados e advogadas, que enfrentam as mesmas dificuldades da Drª Franciele, e assegurar a participação nas discussões sobre o tema em diversas esferas da política. Agradeço a ela por nos abrir os olhos para essa questão”, argumenta Pedro Paulo.
A advogada recebeu o diagnóstico há pouco mais de um ano, mas relata que desde antes tem enfrentado muitas dificuldades. Segundo ela, a principal é o julgamento preconceituoso que, muitas vezes, classifica essas pessoas como incapazes. Ainda conforme Franciele, dentro da própria OAB há esses obstáculos, principalmente quando se procura amparo para o desenvolvimento tranquilo da profissão.
“A gente precisa incluir para igualar essas classes. Tem muita gente que pergunta ‘cadê a OAB?’. A OAB, infelizmente, parece que tem medo de dar a cara a tapa em relação aos direitos que são nossos. O Pedro Paulo deu atenção a essa proposta não com teor político, mas com teor de acolhimento, no sentido de propor a mudança dessa realidade que temos hoje. Estávamos esquecidos e agora estamos sendo ouvidos”, afirma Franciele Rahmeier.
A chapa liderada por Pedro Paulo tem como vice-presidente a Drª Luciana Castrequini, como secretário-geral o Drº Daniel Paulo Maia Teixeira, a secretária-adjunta Drª Adriana Cardoso Sales de Oliveira e como tesoureiro o Drº Rodolpho Augusto Souza Vasconcellos Dias. O grupo, formado ainda por conselheiros titulares e suplentes, reúne membros da Capital e também de subseções do interior.