Nesta quarta-feira (6), o grupo militante palestino Hamas afirmou em comunicado que continuará a trabalhar por um cessar-fogo na faixa de Gaza, mesmo com a ausência dos representantes israelenses na última rodada de negociações no Cairo, capital do Egito.
Os Estados Unidos apresentaram um projeto de solução do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) que prevê um cessar-fogo temporário de seis semanas, além da libertação dos reféns.
“Estamos demonstrando a flexibilidade necessária para chegar a uma solução abrangente contra a agressão ao nosso povo”, afirmou o Hamas em comunicado.
Com a ausência dos negociadores de Israel, os representantes do Hamas, do Catar e do Egito estão no Cairo na tentativa de estabelecer um cessar-fogo de 40 dias no conflito entre Israel e o Hamas antes do início do Ramadã, período sagrado para os muçulmanos, que se inicia no próximo domingo (10).
De acordo com a agência Associated Press, uma fonte egípcia disse que a última rodada de negociações terminou nesta terça (5), com uma nova proposta do Hamas que deve ser apresentada e discutida com o governo de Israel nos próximos dias.
A delegação do Hamas continuará no Cairo, onde deve se reunir com os mediadores do conflito.
Bassem Naim, alto funcionário do Hamas, afirmou que o grupo aguarda uma resposta de Israel, acrescentando: “Benjamin Netanyahu não quer chegar a um acordo e a bola agora está no campo dos americanos”.
Ele acrescentou, ainda, que era impossível chegar a um acordo sem uma trégua, pois os reféns estavam espalhados pela zona de guerra.
Para o Hamas, troca de prisioneiros só acontecerá após um cessar-fogo permanente
Na terça-feira (5), em Beirute, Osama Hamdan, membro do Hamas, reforçou as principais exigências grupo: o fim da ofensiva militar israelense, a saída das forças israelenses e o regresso às suas casas de todos os habitantes de Gaza, que foram forçados a se deslocar.
“A segurança e a proteção do nosso povo só serão alcançadas com um cessar-fogo permanente, o fim da agressão e a desocupação de cada centímetro da Faixa de Gaza”, disse Hamdan aos jornalistas em Beirute.
Ele afirmou, ainda, que qualquer troca de prisioneiros só poderá acontecer após um cessar-fogo permanente e uma retirada completa das forças israelenses da Faixa de Gaza.
Do outro lado, Israel insiste na trégua temporária para que os reféns israelenses se retirem de Gaza e a entrada de mais ajuda humanitária para o povo palestino, insistindo que não colocará um fim no conflito enquanto o Hamas não for completamente “eliminado”.
Hamas tem até o Ramadã para libertar reféns, ameaçou ministro de Israel
Vale lembrar que, em 18 de fevereiro, o ministro israelense Benny Gantz, membro do gabinete de guerra, alertou que o Ramadã é a data limite para o Hamas libertar os reféns mantidos em Gaza. Caso contrário, Israel pretende lançar uma ofensiva anunciada na cidade de Rafah, que abriga 1,7 milhão de palestinos deslocados.
“Se os nossos reféns não estiverem em casa até o Ramadã, os combates continuarão em todo o lado, incluindo a área de Rafah”, disse Gantz, numa conferência de líderes judeus americanos em Jerusalém.
“Está nas mãos do Hamas”, diz Biden sobre cessar-fogo
Ainda na terça (5), o presidente dos EUA, Joe Biden, disse que o acordo para um cessar-fogo na Faixa de Gaza em troca da libertação de reféns israelenses “está nas mãos do Hamas”. Ele alertou, ainda, que se o conflito persistir até o Ramadã, será “muito perigoso”.
“Neste momento, está nas mãos do Hamas. Os israelenses estão cooperando. Tem havido uma oferta racional”, disse Biden. “Se chegarmos a uma situação em que a guerra continue no Ramadã, será muito perigoso.”
“Temos de fazer chegar mais ajuda a Gaza”, disse Biden. Washington, o principal aliado de Israel e patrocinador das negociações, também colocou o ônus diretamente sobre os governantes de Gaza.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, confirmou nesta quinta-feira (12) que receberá seu homólogo chinês, Xi Jinping, em Kazan, no próximo mês de outubro, por ocasião da cúpula dos Brics.
O anúncio foi feito pelo mandatário russo durante encontro com o ministro das Relações Exteriores de Pequin, Wang Yi, em São Petersburgo, segundo a agência Interfax.
De acordo com Putin, as relações entre a China e a Rússia continuam a desenvolver-se “com muito sucesso em todas as direções”, incluindo a “coordenação no cenário internacional”.
Em imagens divulgadas pela mídia russa, Wang destacou que “o presidente Xi está muito feliz em aceitar o convite”.
“Nessa ocasião os dois chefes de Estado terão novas discussões estratégicas”, acrescentou o chanceler, destacando que ambos os líderes “estabeleceram uma confiança mútua sólida e uma amizade profunda”.
O ministro chinês chegou a São Petersburgo para participar da cúpula de altos funcionários e conselheiros de segurança nacional do bloco Brics. Sua visita também foi vista como uma oportunidade para lançar as bases do encontro presencial entre os líderes dos dois países.
A reunião dos Brics está marcada para acontecer entre 22 e 24 de outubro, na cidade russa de Kazan, e será o terceiro encontro presencial de 2024 entre Xi e Putin, poucas semanas antes das eleições presidenciais dos Estados Unidos, em novembro.
Formado inicialmente por Brasil, China, Índia e Rússia em 2009, o bloco foi ampliado com a adesão da África do Sul em 2010 e este ano incluiu vários outros países emergentes, como Egito e Irã. No início de setembro, a Turquia também apresentou um pedido de adesão ao bloco.